Walter Delgatti Neto afirmou que repassou as informações hackeadas sem receber qualquer tipo de pagamento
Preso na
terça-feira, 23, suspeito de invadir telefone celulares de autoridades, Walter
Delgatti Neto, afirmou, segundo pessoas que tiveram acesso ao seu depoimento,
que não pediu nenhuma contrapartida financeira ao dar acesso ao material
hackeado ao jornalista Glenn Greenwald - conforme antecipou o jornal O Estado
de S. Paulo.
No Twitter, Greenwald voltou a reafirmar que não
comenta sobre a fonte, mas publicou reportagem em que Delgatti afirma ter
entregue o material de forma anônima e não remunerada. "Como sempre
falamos: 'Em depoimento, Delgatti, um dos quatro presos pela PF, disse que
encaminhou as mensagens ao jornalista Glenn Greenwald, fundador do site, de
forma anônima, voluntária e sem cobrança financeira'".
A defesa de Glenn,
fundador do site The Intercept Brasil, disse, em nota, que "não comenta
assuntos relacionados à identidade de suas fontes anônimas".
Além de Walter,
outras três pessoas estão presas em Brasília suspeitas de participarem da
invasão a celulares de autoridades dos Três Poderes, entre elas o ministro da
Justiça, Sergio Moro; procuradores da Lava Jato; o ministro da Economia, Paulo
Guedes; e a líder do governo Bolsonaro no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP).
As provas foram encontradas em perícias, buscas e apreensões e baseadas em
depoimentos dos presos realizados na terça-feira.
Segundo os
investigadores, a primeira vítima de Delgatti Neto, foi um promotor de
Araraquara Marcel Zanin Bombardi. O homem, segundo pessoas que tiveram acesso
ao seu depoimento, disse que, a partir dos contatos do aparelho do promotor,
teve acesso a outros números de autoridades.
A invasão ao celular
do promotor de Araraquara teria motivação pessoal, pelo fato de Delgatti ter
sido denunciado por ele, em 2015, em um caso envolvendo tráfico de drogas.
FONTE
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