O bem sempre vence o mal.
Os últimos dias foram tensos na política do nosso país. Confesso que
fiquei duas noites dormindo mal. Dormi mal porque fui pessimista e não soube
enxergar as coisas pelo ângulo correto.
Senti que o Lira estava praticamente entregando o Daniel Silveira aos
leões. Fiquei puto porque o Bolsonaro não saiu em defesa de um soldado
bolsonarista. Isso tudo me aborreceu bastante.
Hoje, já ciente de que o Daniel não se livraria da cadeia e mais calmo,
consegui analisar a situação por outro ângulo.
O que me fez mudar? Bolsonaro é a resposta. A atitude dele de ficar de
fora do olho do furacão me intrigou.
Pensei: esse cara é uma águia, um estrategista da porra. O que ele está
vendo que eu não estou?
Comecei a pensar e finalmente percebi que o limão azedo servirá para uma
caipirinha maravilhosa.
Primeiro ponto: Daniel errou. Isso é fato. Falou tudo o que a maioria da
população queria falar, mas errou na dose.
Na posição de parlamentar, não poderia ter agido assim.
- Ah, mas vários parlamentares da oposição já fizeram isso.
Sim, e agora, vão continuar a fazer?
Claro que não. A oposição não tem nada para acusar o Bolsonaro. O cara
não rouba, não se corrompe, segue a CF à risca. Então eles gritavam, ofendiam a
família, chamavam de assassino, genocida, fascista, miliciano...
E agora?
Acabaram com a única arma da oposição. Acabou o teatrinho de gritos e
xingamentos histéricos.
Segundo ponto: O Alexandre de Moraes utilizou de artifícios e
contorcionismos jurídicos absurdos para justificar a prisão de um parlamentar.
Isso passou batido?
Não. Ele, inclusive, já foi convocado a se explicar no Senado.
Terá que explicar quais são os limites da liberdade de expressão e da
imunidade parlamentar, quais os critérios utilizados, além dos limites de cada
um dos três poderes em relação aos outros.
Isso ficará registrado e será utilizado em outros casos similares, de
agora em diante. Não será mais permitida a interferência entre poderes e
tratamentos diferentes para casos similares.
Terceiro ponto: Assim como o Congresso julgou um de seus membros de
forma urgente e rigorosa, inclusive com a possibilidade de cassação de mandato,
agora terão moral e a obrigação de agir com o mesmo rigor e urgência com outros
casos similares e também com os pedidos de abertura de processos de impeachment
dos membros da Suprema Corte.
Foi um divisor de águas. Foi criada uma jurisprudência perigosa para os
opositores de Bolsonaro.
Infelizmente o Daniel serviu de mártir nessa história. Foi sacrificado
como um "boi de piranha".
Mas pense bem. Se ele fosse absolvido, o Congresso iria declarar guerra
ao Judiciário e as coisas continuariam na mesma. Nada iria mudar.
Declarações do Lira e do Pacheco já deixaram claro que as coisas vão
mudar. Acabou a bagunça.
As pautas do governo vão andar, os pedidos de impeachment serão postos em votação e acabou a única estratégia da oposição, a de atacar grosseiramente e sem fundamentos o presidente da República com xingamentos, calúnias e difamações.
Pautas que estavam engavetadas, como a revogação da PEC da bengala, que
vai colocar de pijamas uns quatro "supremos", finalmente vão
"andar", entre outros projetos que estavam travados pelo Maia e
Alcolumbre.
O único poder que andava certinho era o Executivo. A briga do Bolsonaro
é só com a imprensa.
Não ataca o Supremo nem o Congresso. Então, quais os poderes que irão
ter que colocar "as barbas de molho"?
Novos tempos vão começar. A mudança nas presidências das Casas
Legislativas serão essenciais para isso.
O que me preocupa agora é o fato de ter visto vários patriotas
desanimandos.
Não é hora de esmorecer. Precisamos continuar a luta. Deus está conosco.
O bem SEMPRE vence o mal.
Nelson Fonseca
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