Evergrande já teve uma
queda de mais de 90% nas ações após piora da situação financeira, ocasionando
volatilidade nas bolsas da Ásia - Foto: Reprodução/Site Evergrande
Novamente, a Evergrande, a segunda maior incorporadora imobiliária da
China, veio a público nesta
terça-feira (14) afirmar que há uma possibilidade de calote, já que a companhia pode não conseguir honrar
suas dívidas. Atualmente, a companhia possui um compromisso que passa dos US$
300 bilhões.
Com um montante tão grande a ser pago, analistas já alertam para a
possibilidade de um colapso no sistema
financeiro chinês, o que eventualmente também geraria problemas
nos mercados e nas economias internacionais. A Evergrande também tomou
empréstimos em outros países.
A companhia alega estar sob “tremenda pressão” e estende o risco de
calote para os próximos meses, o que derruba as ações da
Evergrande, fundada em Guangzhou, na China, mas listada na bolsa de Hong Kong.
No mercado, a Evergrande caía 5,3% no pregão de terça (14), movimento que deve ser sucedido por novas quedas quando o
mercado abrir novamente na Ásia.
O comunicado da companhia foi enviado à bolsa, quando a incorporadora também reportou que suas vendas mensais caíram quase 50%
entre os entre os meses de junho e agosto, passando de passando de ¥ 71,6
bilhões (US$ 11 bilhões) para ¥ 38,1 bilhões (US$ 5,9 bilhões).
No documento, a Evergrande culpou “reportagens negativas” da
imprensa pelo desempenho ruim no período – em que concorrentes do ramo
imobiliário tiveram o resultado oposto, de alta nas vendas.
Além disso, cita que contratou uma equipe
para “avaliar a estrutura
de capital do grupo e explorar todas as soluções viáveis
para aliviar o problema de liquidez atual”.
Na China, companhia sofre com protestos
Com o cenário caótico e a possibilidade de
um calote bilionário, a sede da empresa está sendo alvo de protestos movidos
por investidores e por proprietários de imóveis.
A mídia estatal da China noticiou que no
domingo (12) manifestantes se encontraram com executivos da empresa após a
decisão do governo de suspender pagamentos de seus produtos de gestão de
fortunas.
Nas redes
sociais, alguns proprietários de imóveis já demonstraram preocupação com a
possibilidade de as construções de casas e apartamentos não terminarem devido à
atual situação financeira da empresa.
Com a possibilidade de falência cada vez
maior, a companhia já amarga perdas enormes há mais de um ano.
Evergrande perdeu 89% do seu valor
A queda recente, de mais de 5%, soma-se às
diversas baixas que a
companhia sofreu na Bolsa
de Hong Kong nos últimos meses, com a
tensão sobre a sua dívida aumentando cada vez mais.
A Evergrande tem seu capital aberto
desde 2009, e vê a sua maior derrocada desde julho do ano
passado. Nesse acumulado, o preço das ações já caiu 89,11%, sendo uma queda
de 80% vindo somente deste ano de 2021, com aumento da
possibilidade de calote.
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