“ … a Marinha encontra-se diante de decisões difíceis. Com o orçamento atual, o programa do submarino nuclear levará talvez ainda trinta anos para a sua concretização, o que não parece aceitável. Com o desenvolvimentos dos modernos sistemas de propulsão independentes do ar para submarinos, já não se pode afirmar que no prazo de trinta ou pouco mais anos a opção pelo submarino nuclear seja a mais acertada porque, ao longo de todos esses anos, ele consumirá um percentual expressivo do orçamento da Marinha, o que prejudicará inúmeros outros projetos e, ao final do prazo para o seu desenvolvimento, talvez não signifique o mesmo que hoje.”
Almirante Armando A. F. Vidigal – A evolução do pensamento estratégico naval brasileiro (2002)
Programa Nuclear da Marinha completa 30 anos em 2009 e até agora, consumiu cerca de US$ 1 bilhão em recursos. Nos últimos anos, o Programa sobreviveu em estado vegetativo, devido ao corte de verbas.
O início do Programa Nuclear da Marinha deu-se no final de 1978, quando uma decisão ministerial engajou a Força no desenvolvimento da propulsão nuclear para submarinos.
A decisão baseou-se na premissa de que, num eventual conflito, a Marinha do Brasil estaria em grande inferioridade contra um adversário que possuísse submarinos nucleares. Para a Marinha, a premissa foi confirmada na Guerra das Malvinas, em 1982, quando o afundamento do cruzador argentino ARA General Belgrano pelo submarino nuclear britânico HMS Conqueror, fez a Marinha Argentina retirar seus navios do Teatro de Operações.
Além do emprego militar, a propulsão nuclear aplicada a submarinos teria aplicação dual, possibilitando o uso do reator em usinas nucleares em terra, para a produção de energia elétrica. Sendo uma tecnologia de “arrasto”, traria também benefícios para o desenvolvimento de uma enorme gama de outras tecnologias.
O Programa autônomo de desenvolvimento de tecnologia nuclear recebeu o codinome de Programa Chalana, constituído por um conjunto de atividades com o propósito de desenvolver no País uma planta nuclear de propulsão de submarinos e o combustível necessário.
Sempre foi considerado um programa de longo prazo de maturação, que visava equipar a Força Naval de submarinos com propulsão nuclear, com alto grau de componentes nacionalizados. Inicialmente abrangia quatro projetos: Zarcão, Ciclone, Remo e Costado. O Projeto Zarcão, concluído em 1982, permitiu o domínio da tecnologia de obtenção de zircônio e háfnio nuclearmente puros.
O Projeto Ciclone, concluído em 1986, permitiu o desenvolvimento de ultracentrífugas para obtenção de urânio enriquecido e o seu emprego conjunto em cascata, numa usina de enriquecimento.
Os projetos que estão ainda em desenvolvimento são o Remo e o Costado. O primeiro visa à obtenção de uma planta de propulsão nuclear, do tipo PWR de pequenas dimensões, para ser instalada em submarino. O Projeto Costado, por sua vez, visa capacitar a Marinha a construir um submarino que possa receber o reator nuclear.
Para conseguir terminar finalmente o reator nuclear, a Marinha precisa de mais um bilhão de dólares, investidos num período de 10 anos.
O presidente Lula, em julho de 2007, em visita ao Centro de ARAMAR, garantiu a liberação de recursos anuais de R$ 130 milhões, para a conclusão do reator e do programa de enriquecimento de urânio da Marinha.
O Projeto Costado
Enquanto construía os submarinos da classe “Tupi” (IKL-209/1400), com transferência de tecnologia alemã, a Marinha se preparava para projetar o primeiro submarino convencional de projeto brasileiro, o SNAC-I (ilustração acima). Ele seria uma “bancada de testes” para o futuro SNAC-II, o Submarino Nuclear de Ataque (SNA).
O então Ministério da Marinha contratou a HDW / IKL para fornecer um programa de treinamento para a elaboração de um projeto próprio de submarino no Brasil. Para esta finalidade, cerca de 30 engenheiros foram destacados para participar do treinamento durante os anos 1985 e 1986, seguido de uma fase de concepção de projeto entre os anos 1986 e 1990.
Houve treinamento de projeto de submarino no Rio de Janeiro, na forma de palestras, de 1º de abril a 7 de maio de 1985. Foram abordados os assuntos hidrodinâmica, resistência de materiais, termodinâmica, arquitetura naval de submarinos, física e química relacionada a submarinos.
Também foi feito o treinamento de projeto de submarinos na IKL em Lübeck, Alemanha, na forma de palestras, de 20 de maio a 19 de julho de 1985. Foram abordados os assuntos de projeto de casco de submarinos, propulsão, “lay-out” e eletricidade de submarinos.
Entre 5 de agosto a 6 de dezembro de 1985, foram abordados temas sobre mecânica, elétrica, automação e eletrônica, comunicações e sensores/sistemas de combate de submarinos.
Entre janeiro de 1986 e junho de 1990 (54 meses), o treinamento consistiu da Fase de Projeto de Concepção de um projeto próprio, baseado nos requisitos da Marinha do Brasil para um submarino convencional de grande porte, compreendendo as seguintes partes:
1.Estudo de Viabilidade (janeiro de 1986 a março de 1986)
2.Projeto de Concepção (abril de 1986 a dezembro de 1986)
3.Fase Preliminar do Projeto (janeiro de 1987 a maio de 1987)
4.Fase de Projeto de Contrato (julho de 1988 a junho de 1990).
Em 1º de outubro de 1990, todas as atividades foram interrompidas por parte da Marinha do Brasil.
Anos mais tarde, o projeto ressurgiu como SMB-10 (Submarino Médio Brasileiro), um modelo convencional com deslocamento carregado de 2.500 toneladas, 8m de boca e 67 metros de comprimento.
Mas a Diretoria de Engenharia Naval (DEN) ainda precisava contar com auxílio técnico estrangeiro para projetar o SMB-10, já que o Brasil não domina todas as facetas de um projeto dessa complexidade.
O projeto do SMB-10 também acabou cancelado, fazendo a Marinha partir para um projeto totalmente estrangeiro, de um submarino convencional que pudesse receber um reator nuclear posteriormente.
Aproveitando o legado
Em 6 de setembro de 2005, o jornal Valor, em sua edição online, noticiou que a Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex) tinha aprovado a contratação de empréstimo internacional para construção de um submarino convencional alemão U-214 e a modernização dos cinco U-209 já existentes na Marinha. O financiamento, de 882,4 milhões de euros daquele ano, contratado no ABN AMRO, se somaria à contrapartida do Governo, de 135,9 milhões de euros (87% de financiamento e 13% de contrapartida), totalizando 1,08 bilhão de euros.
A construção do novo submarino ficaria a cargo da siderúrgica alemã ThyssenKrupp, por meio de sua subsidiária ThyssenKrupp Marine Systems, sob acordo de transferência de tecnologia para o governo brasileiro. A obra teria assessoria de outra subsidiária, a HDW (Howaldtswerke Deutsche Werft AG), o estaleiro que construiu o primeiro submarino do mundo (1850) e o primeiro motor a vapor para fins navais (1849).
Esperava-se começar a construção do submarino já em 2007, aproveitando a conveniência logística de se adotar um modelo alemão, possibilitando o uso de boa parte das instalações e ferramental do AMRJ, usados na construção dos submarinos da classe “Tupi” (U-209). O contrato com a ThyssenKrupp, porém, acabou não sendo assinado.
Mudança de rumo
Em setembro de 2007, o Presidente Lula assinou um decreto criando um grupo de trabalho para a elaboração do Plano Estratégico de Defesa Nacional.
Em fevereiro de 2008, Lula e o Presidente da França Sarkozy, encontraram-se na Guiana Francesa, onde conversaram sobre cooperação militar e tecnológica entre os dois países, incluindo a transferência de tecnologia de submarinos “Scorpène”.
Segundo o Chefe de Estado francês, a transferência de tecnologia permitirá ao Brasil construir futuramente seu submarino nuclear.
Quanto custa um submarino nuclear?
EUA, Reino Unido, França, além da Rússia e China, constroem e operam submarinos nucleares há décadas e, ao longo destes anos, fizeram investimentos bilionários em recursos humanos e em infra-estrutura necessários para a obtenção desses meios de combate.
Os altos custos de projeto, construção e operação e os riscos de operação de submarinos nucleares sem dúvida, preocupam suas Marinhas e, principalmente suas lideranças políticas.
As novas classes de submarinos nucleares de ataque, em construção nos Estados Unidos (Classe “Virginia”), Inglaterra (Classe “Astute”) e França (Classe “Barracuda”), dão uma idéia dos custos do desenvolvimento e construção desses complexos navios.
Os custos estimados de construção dos primeiros submarinos de cada série, baseados num estudo do United States General Accounting Office – GAO, publicado em 1996, são os seguintes:
Virginia (custo estimado em 1996, atualizado para valores de 2008): US$ 4,9 bilhões; custo para 30 navios: US$ 3,2 bilhões
Astute (custo estimado em 2007 ): ₤ 1,5 bilhões
Barracuda (custo estimado em 2006): € 1,9 bilhões
Vale lembrar que a cada submarino adicional da classe, o valor unitário vai caindo, por causa da economia de escala.
Quanto custará o submarino nuclear brasileiro?
Os cinco países construtores destas três classes de submarinos, têm décadas de experiência neste setor e dispõem de toda a complexa e caríssima infraestrutura industrial e de recursos humanos, e mesmo assim, não escaparam de riscos de aumento de custos e atrasos que, aliás, foram alertados antecipadamente por auditorias especializadas.
O submarino nuclear concebido pela Marinha do Brasil, conforme informações publicadas em vários artigos da imprensa e da Marinha, vai deslocar em torno de 6.000 toneladas, situando-se portanto entre o “Astute” britânico e o “Barracuda”, francês.
Sem dúvida, será um submarino mais simples tecnologicamente, mas sua estrutura, propulsão, sistemas auxiliares, sistemas de navegação e governo, acomodações etc., terão semelhança com os submarinos nucleares em construção nos EUA, Inglaterra e França.
Além disto, com certeza absoluta, os padrões de precisão, qualidade e confiabilidade, terão que ser equivalentes.
Com base nisso, pode-se assumir que, uma vez construída a infraestrutura física e adquiridos e treinados os recursos humanos necessários, o primeiro submarino nuclear brasileiro terá um custo e um prazo de projeto de construção no mínimo comparável ao de seus similares, porém o fator de risco de aumentos de custos e prazos será maior, provavelmente na faixa de 30% a 50%.
Utilizando os valores e prazos dos primeiros submarinos da classe “Virginia”, “Astute” e “Barracuda”, pode-se estimar o custo de construção do primeiro submarino nuclear brasileiro na faixa de € 1,8 a € 2,7 bilhões, ou US$ 2,8 a US$ 4,2 bilhões, ou R$ 4,3 a R$ 6,5 bilhões.
Projeções indicam que o programa do primeiro submarino nuclear brasileiro demandará, num prazo de 20 anos, recursos da ordem de R$ 13 a R$ 19 bilhões, incluindo a formação de pessoal, projeto, custo da primeira unidade, custo do estaleiro e nova base naval e ainda, o custo operacional nos primeiros cinco anos.
O prazo entre a decisão de alocar recursos para o projeto do submarino nuclear brasileiro e o término de um projeto de contrato, avançado o suficiente para permitir o início do contrato de construção, pode ser estimado entre 5 e 8 anos, contados a partir da existência de um núcleo de engenheiros com experiência e qualificação adequadas para fazer o projeto de submarinos.
O prazo de construção do primeiro submarino nuclear nacional até a entrega, contado a partir do término do projeto de contrato, pode ser estimado na faixa de 10 a 15 anos.
Temos assim o prazo total estimado para o empreendimento, entre 15 e 23 anos, mais o período necessário para formar o núcleo de engenheiros.
Teremos a massa crítica de engenheiros para projetar o submarino?
Talvez o maior desafio do Programa Nuclear da Marinha, depois da questão orçamentária, seja a formação de um núcleo de engenheiros apto a projetar submarinos e, na segunda fase, projetar o primeiro submarino nuclear brasileiro.
A RAND Corporation (www.rand.org) publicou dois estudos sobre projetos de submarinos nucleares: “Sustaining Design and Production Resources – The UK Nuclear Submarine Industrial Base”, de 2005, descrevendo a situação na Inglaterra e “Sustaining U.S. Nuclear Submarine Design Capabilities”, de 2007, descrevendo a situação nos Estados Unidos.
O objetivo principal destes estudos era analisar as formas de manter disponíveis as capacidades e o conhecimento, nos períodos entre um projeto de uma classe de submarino nuclear e a próxima. Os estudos contém informações valiosas sobre os projetos propriamente ditos, em termos de prazos e número de pessoas necessárias e mostram como está cada vezmais difícil para os EUA e o Reino Unido conseguirem manter sua capacidade técnica e industrial para a produção de submarinos.
Tanto nos Estados Unidos quanto na Inglaterra o projeto dos submarinos nucleares é feito através de um esforço conjunto entre as marinhas e os estaleiros especializados. Assim por exemplo, o estudo da RAND relativo aos Estados Unidos cita a necessidade de aproximadamente 170 especialistas da Marinha e aproximadamente 800 a 1.050 especialistas do estaleiro, apenas para manter a capacidade de projeto. Este número cresce para 350 homens da Marinha e cerca de 15.000 homens/ano ou 35 milhões de homens/hora do estaleiro, para fazer o projeto completo de um novo submarino nuclear semelhante ao “Virginia”. O prazo citado é de cerca de 15 anos, o que inclui o período de construção do primeiro submarino.
O estudo da RAND relativo à Inglaterra, publicado em 2005, cita o prazo estimado de 16 anos para o primeiro submarino da classe “Astute”, mas o “Astute” sofreu um atraso de vários anos. O mesmo estudo cita que o projeto do submarino da classe “Astute” está estimado em 8,5 milhões de homens/hora, não especificando a divisão entre Royal Navy e estaleiro.
Para um novo projeto, o estudo RAND inglês indica a necessidade de uma equipe de 750 engenheiros e técnicos, a ser formada em torno de um núcleo de 200 especialistas num prazo de cerca de 6 anos. Esta equipe permanece com sua capacidade máxima por 2 anos e, nos próximos 3 anos se reduz para cerca de 250 engenheiros e técnicos. A partir daí, até a entrega do primeiro submarino, a equipe fica constante, reduzindo-se após esta data para aproximadamente 150 engenheiros, que novamente permanece constante até o final do programa que, no caso da Inglaterra, coincide com o início do projeto de uma nova série de submarinos nucleares.
Já se comentou que o submarino nuclear brasileiro deverá ser mais simples que os da classe “Astute”. Mesmo assim, o estudo da Rand permite que se faça algumas estimativas. É razoável se assumir que a equipe de projeto brasileiro necessite de um pico de aproximadamente 700 pessoas, entre engenheiros, técnicos e administradores por um prazo igual ou superior ao demandado pela classe “Astute”.
Um prazo total de 15 a 20 anos de construção, desde que se parta de um núcleo de engenheiros com experiência e qualificação já comprovada em projeto de submarinosparece razoável. Este núcleo de engenheiros, de no mínimo 200 especialistas, terá que ser formado, o que nas condições atuais de fortíssima demanda do mercado nacional de engenharia levará, no mínimo, de 5 a 7 anos.
Ainda de acordo com o estudo da RAND relativo à Inglaterra, as disciplinas técnicas requeridas para projetos de submarinos nucleares incluem no mínimo:
- Arquitetura naval
- Engenharia mecânica
- Engenharia elétrica
- Engenharia de estruturas
- Som e vibrações
- Dinâmica de sistemas
- Engenharia de pesos
- Metalurgia e engenharia de solda
- Física de radiações nucleares e proteção
- Engenharia de sistemas
- Propulsão nuclear
- Engenharia de Sistemas de Controle
- Engenharia de segurança e operações
- Testes e comissionamento
- Gerenciamento de projeto
- Engenharia de aplicações
- Projeto detalhado: (elétrico, máquinas, casco)
- Gerenciamento de detalhamento
Com estas considerações é possível estimar uma equipe técnica para projeto do primeiro submarino nuclear brasileiro, em 5 fases:
Fase 1: Formação do Núcleo: Evolui de 0 para uma composição de 200 pessoas em 5 anos, com alta especialização.
Fase 2: Evolui de 200 para 700 pessoas em 6 anos, com alta e média especialização.
Fase 3: Permanecem no máximo 700 pessoas durante 3 anos
Fase 4: Reduz, em 4 anos, de 700 pessoas para 250 pessoas, com alta e média especialização
Fase 5: Permanece constante, com 250 pessoas, com alta e média especialização, até a entrega do submarino.
Os custos para a formação do pessoal nos primeiros 5 anos (Fase 1), onde se forma o núcleo de projeto do submarino, devem alcançar facilmente os R$ 300 milhões.
Nos 15 a 20 anos seguintes, período em que se projeta e constrói o primeiro submarino nuclear nacional, a estimativa de investimento necessário em pessoal (folha salarial, equipamentos, softwares, consultoria etc) giraria em torno de R$ 2 bilhões (aplicando-se a estes valores o desvio padrão de +/- 20% no custo do projeto).
A real situação da Marinha
“O poder naval brasileiro poderá desaparecer até 2025, se até lá não houver novos investimentos em equipamentos.” O alerta foi dado pelo comandante da Marinha, almirante-de-esquadra Julio Soares de Moura Neto, em audiência pública promovida pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), no dia 16 de agosto de 2007.
O Programa de Reaparelhamento da Marinha requer um investimento de R$ 5,8 bilhões ao longo do período de 2008 a 2014 e ainda não foi aprovado.
As prioridades iniciais do programa, segundo o comandante, são a construção de submarinos e navios-patrulha e a aquisição de helicópteros. O valor do PRM é praticamente o mesmo do primeiro submarino nuclear brasileiro!
Isso sem contar os custos da infra-estrutura necessária à construção, operação e manutenção.
Os investimentos no Programa Nuclear da Marinha até agora ocorreram às custas de cortes em importantes setores e atividades da Força, como a operação dos meios da Esquadra, a aquisição de sobressalentes, a manutenção dos navios e o adestramento.
Um reflexo disso é o estado de paralisia da aviação embarcada de asa-fixa e do NAeSão Paulo, por falta de recursos que foram drenados pelo Programa Nuclear.
Mesmo com o aporte financeiro prometido pelo atual Governo para a conclusão do projeto do reator nuclear, percebe-se claramente que, mantida a conjuntura atual, não haverá verba suficiente para a construção do(s) submarino(s) nuclear(es) brasileiro(s), a não ser que haja um sensível aumento no orçamento do Comando da Marinha.
E mesmo que o aumento no orçamento ocorra, será preciso avaliar se vale a pena construir submarinos nucleares daqui a 20 anos, quando o gap entre o desempenho destes e dos submarinos convencionais será bem menor, graças ao desenvolvimento tecnológico. Com o valor gasto na construção de apenas um submarino nuclear, seria possível construir 3 ou 4 submarinos convencionais com AIP.
Com o anúncio da Estratégia Nacional de Defesa e as referências quase que constantes ao submarino nuclear como a arma ideal para proteger a “Amazônia Azul”, é possível que o submarino nuclear brasileiro seja construído algum dia, mas é fundamental que, até lá, a Marinha do Brasil não negligencie os avanços dos submarinos convencionais, investindo também em outras tecnologias de propulsão independentes da atmosfera.
Até que o submarino nuclear chegue, os submarinos brasileiros não poderão depender somente do snorkel para sobreviver num conflito. (Última atualização: 29/12/2008)
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