◘ DELCIDIO FALAR EM "CENTRAR FOGO" NO STF CONTRA DELAÇÃO.

 O senador Delcídio Amaral (PT-MS) foi preso pela Polícia Federal
Reuniões de Delcídio tinham ritual antigravação
Publicado em 25/11/2015 às 18h31
O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) disse que valeria a pena “centrar fogo” no STF para tentar anular delações premiadas da Operação Lava Jato. 

No encontro participaram, além de Delcídio, seu chefe de gabinete, Diogo Ferreira, o advogado Edson Ribeiro, que defende o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, e Bernardo Cerveró, filho do executivo da estatal. 

Preso desde janeiro deste ano, Cerveró já foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro na Lava Jato. 

Os áudios foram gravados por Bernardo e levaram à prisão do senador nesta quarta-feira (25)Leia mais
Atualizado em 26/11/2015

http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2015/11/26/reunioes-de-delcidio-tinham-ritual-antigravacao/
As reuniões em que o senador Delcídio Amaral negociava o silêncio do delator Nestor Cerveró eram precedidas de um ritual para evitar gravações ambientais. Recolhidos antes do início da conversa, os telefones celulares dos presentes eram mantidos à distância. A divulgação de conversas como a reproduzida acima, na qual Delcídio fala em “centrar fogo no STF” para obter um habeas corpus para Cerveró e melar a Operação Lava Jato, revela que, a despeito do zelo, o senador caiu numa emboscada.
Em 4 de novembro, Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor Internacional da Petrobras, recebeu Delcídio no quarto do hotel em que estava hospedado: o Royal Tulip, hospedaria chique de Brasília, próxima do Palácio da Alvorada. O senador estava acompanhado do seu chefe de gabinete, Diogo Ferreira, e do advogado de Nestor Cerveró, Edson Ribeiro. Como de praxe, recolheram-se os celulares. Foram enfiados dentro de um armário. Mas Bernardo havia transformado o quarto de hotel numa arapuca eletrônica.
O filho de Cerveró munira-se de quatro equipamentos de gravação. Adormeceu. Quando as visitas chegaram, teve tempo de acionar apenas dois: um celular sobressalente, guardado no bolso da calça, e um minigravador. O áudio entregue por Bernardo à força-tarefa da Lava Jato tornou-se a prova que fez de Delcídio um personagem histórico: o primeiro senador da República a ser preso em pleno exercício do mandato.
A certa altura, Diogo Ferreira, o assessor de Delcídio, enxergou, pendurado na alça da mochila de Berbardo Cerveró, um chaveiro que trazia embutido um microgravador. Ressabiado, o chefe de gabinete do senador aproximou-se da mochila, ligou a televisão e aumentou o volume. Ao perceber o incômodo, Bernardo recolheu mochila e colocou-a dentro do mesmo armário em que se encontravam os celulares. O “chaveiro-espião” estava desligado, contaria Bernardo ao Ministério Público mais tarde. Os visitantes tranquilizaram-se.
Como os peixes do seu Mato Grosso do Sul, Delcídio morreu pela boca. Além sugerir que teria acesso a quatro ministros do STF, com a ajuda do “Michel” e do “Renan”, ele revelou que providenciaria junto ao banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, um mensalão de R$ 50 mil para a família Cerveró, além de recursos para custear a fuga do patriarca até a Espanha, depois que a quadrilha arrancasse um habeas corpus do STF. O senador não deixou alternativa para os magistrados do Supremo. Ou mandavam prendê-lo ou desmoralizavam-se.

O senador Delcídio do Amaral (PT-MS)preso na manhã desta quarta-feira (25) pela Polícia Federal, recebeu doação de R$ 600 mil do banco BTG Pactual para a sua campanha durante as eleições do ano passado, quando o petista disputou e perdeu o governo do Mato Grosso do Sul.
Delcídio é acusado de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. Ele ofereceu R$ 50 mil mensais para tentar convencer o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró a não fechar acordo de delação premiada e tentou criar um plano de fuga, segundo texto da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que autorizou sua prisão.
Além do petista, o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, também foi preso acusado de se comprometer a bancar os R$ 4 milhões da operação que planejava a fuga de Cerveró do país. Esteves é a 13ª pessoa mais rica do Brasilde acordo com a lista de bilionários da revista "Forbes" de 2015. Sua fortuna é estimada em R$ 9,07 bilhões.
O valor doado pelo banco a Delcídio foi declarado na prestação de contas entregue pelo petista à Justiça Eleitoral. No total, ele disse ter recebido R$ 24,5 milhões em doação. Construtoras investigadas pela Lava Jato também doaram: Odebrecht (R$ 3 milhões), Andrade Gutierrez (R$ 2,85 milhões), UTC (R$ 2,3 milhões), Engevix (R$ 715 mil), OAS (R$ 620 mil) e Queiroz Galvão (R$ 10 mil).
Além de Delcídio, seu principal rival na disputa, Reinaldo Azambuja (PSDB) --que foi eleito governador do Mato Grosso do Sul--, também recebeu os mesmos R$ 600 mil do BTG Pactual.
A instituição é um banco de investimentos e administrador de fundos e de fortunas. O BTG Pactual tem participação em empresas do ramo financeiro, como o PanAmericano e o banco suíço BSI, e em companhias de outros ramos, como a Eneva, antiga MPX de Eike Batista, a montadora Mitsubishi Motors do Brasil e a Sete Brasil (também envolvida na Lava Jato), criada em 2010 para fornecer 28 sondas para o pré-sal.
No total, as instituições ligadas ao BTG Pactual doaram R$ 16,35 milhões a políticos nas eleições do ano passado. A campanha da presidente Dilma Rousseff foi a que captou mais recursos do banco: R$ 9,5 milhões. O senador Aécio Neves (PSDB-MG), que perdeu a disputa pela Presidência, recebeu R$ 5,2 milhões.
O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que representa Esteves, afirmou que seu cliente não estava presente nas reuniões gravadas em que foi discutida a suposta interferência nas investigações da Lava Jato e que ele agora busca saber em que circunstâncias o banqueiro foi citado. "André está tranquilo. Ele não participou, absolutamente, muito menos da [proposta] de fuga [de Cerveró]", afirmou Kakay.
Sobre a prisão de Esteves, o BTG Pactual divulgou um breve comunicado no qual diz "que está à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários e vai colaborar com as investigações".
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Operação Lava Jato da PF227 fotos

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25.nov.2015 - O senador Delcídio Amaral (PT-MS) chega à sede da Polícia Federal em Brasília após ser preso na manhã desta quarta-feira (25). O líder do governo no Senado teve a prisão autorizada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) depois que o Ministério Público Federal apresentou evidências de que ele tentava conturbar as investigações da Operação Lava Jato Leia mais Reprodução/GloboNews

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