Delação fechada. Cerveró é o novo delator e deve fazer acusações diretas à presidente Dilma Roussef 26/11/2015
Com os acontecimentos desta terça-feira (25), a delação premiada de Nestor Cerveró ganha crucial importância e credibilidade.
A delação foi fechada com o Ministério Público no dia 18 de novembro, após a entrega por Bernardo Cerveró, filho de Nestor, das gravações que levaram à prisão o senador Delcídio do Amaral, o banqueiro André Esteves e o advogado Edson Ribeiro.
Na minuta da delação de Cerveró, obtida ilicitamente pelo banqueiro André Esteves, há anotações de que Dilma sabia de tudo sobre Pasadena e de que ela acompanhou 'de perto' às negociações e que inclusive teria cobrado Cerveró sobre o negócio.
Em 2006, a Petrobras pagou US$ 360 milhões por 50% da refinaria (US$ 190 milhões pelos papéis e US$ 170 milhões pelo petróleo que estava em Pasadena).
O valor é muito superior ao pago um ano antes pela belga Astra Oil pela refinaria inteira: US$ 42,5 milhões.
Em 2008, a Petrobras e a Astra Oil se desentenderam e uma decisão judicial obrigou a estatal brasileira a comprar a parte que pertencia à empresa belga.
Assim, a aquisição da refinaria de Pasadena acabou custando US$ 1,18 bilhão à petroleira nacional, mais de 27 vezes o que a Astra teve de desembolsar.
No Palácio do Planalto, o clima é de muita preocupação com a delação premiada de Nestor Cerveró.
Na investigação sobre o caso encaminhada ao juiz Sérgio Moro, lobistas e ex-executivos da estatal confirmaram que houve o acerto de propinas no negócio para atender "compromissos políticos".
Cerveró, inclusive, já tentou envolver a presidente no escândalo, em outra oportunidade.
Em janeiro, o executivo chegou a elencar Dilma como sua testemunha de defesa em um dos processos que ele respondia na Justiça Federal no Paraná.
Na ocasião, após o fato ser revelado, a defesa do executivo, pressionada, recuou e, em menos de uma hora, substituiu a testemunha.
Hoje, acredita-se, que já naquela época o senador Delcídio intercedia junto ao advogado de Cerveró.
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