Câmeras, sensores, softwares e alertas garantem mais segurança e conforto na hora de pegar no volante e cair na estrada
Há um modelo de carro que é para poucos, vale nada menos do que meio milhão de reais. Dinheiro suficiente para trazer 112 módulos eletrônicos embarcados. Vamos começar com esta câmera frontal térmica. Com alcance de até 300 metros, mesmo em total ausência de luz, ela é capaz de identificar um ser vivo – seja humano ou animal – e emitir um alerta para o condutor.
Com outras cinco câmeras, uma traseira e quatro laterais, o carrão também tem a função "front-view": duas câmeras instaladas nos para-choques dianteiros ampliam a visão do condutor nas situações de saídas de garagem ou cruzamentos. Aliada a um software de projeção de imagem, a câmera traseira auxilia em manobras e estacionamentos. Ela trabalha junto com os sensores distribuídos ao redor do veículo que indicam visualmente e através do som a proximidade a outros objetos.
A câmera instalada no para-brisa é capaz também de identificar as faixas de rolagem de uma autopista. A isso, somam-se duas novas funções: alerta de desvio ou abandono de faixa... tudo para que o motorista não vacile atrás do volante.
A câmera instalada no para-brisa é capaz também de identificar as faixas de rolagem de uma autopista. A isso, somam-se duas novas funções: alerta de desvio ou abandono de faixa... tudo para que o motorista não vacile atrás do volante.
Luis Estrozi, gerente de treinamento e serviços da BMW nos deu 2 exemplos para explicar o sistema. O 1º é no caso de uma mudança de faixa, acima de 70 km/h. O sistema te avisará se um carro está vindo. O outro, é no caso de quando o motorista está cansado demais para dirigir. Quando você está pegando no sono, vira o volante levemente. Assim, o volante vai vibrar, dizendo que você está abandonando a faixa.
Sensor de fadiga. Essa é outra novidade tecnológica que já chegou para os carros mais caros. Mas, assim como o cinto de segurança, é um item que depende da prudência do condutor para ser utilizado.
Antônio Carlos Paulucci, analista de marketing de produtos da Volkswagen explica: "Nos primeiros 15 minutos de condução do veículo em uma autoestrada, o sistema estará fazendo uma leitura na sua forma de condução. Ele armazenará essas informações internamente e depois começará a te monitorar". Assim, um movimento no volante ou um olho de gato que você acaba passando por cima, ou seja, qualquer alteração que ocorra na sua forma de condução será identificada. O sistema identificará que ela não está consistente com o que foi armazenado na leitura. Ele emitirá um aviso sonoro e um visual, este que aparecerá no computador de bordo, para te alertar: "Olha, dê uma parada", explica Antônio.
Muitos modelos luxuosos e modernos inovaram ao adicionar como item de série o "piloto automático adaptativo". Em alguns casos, chamado de controle automático de velocidade e distância. O objetivo é reduzir drasticamente ou minimizar os estragos causados pelas colisões traseiras nas rodovias.
Um sensor a laser instalado na parte superior do para-brisas, na altura do espelho retrovisor, detecta veículos a até 10 metros de distância. Em movimento, o dispositivo realiza cerca de 50 cálculos por segundo para determinar a força de frenagem necessária para evitar uma colisão a qualquer custo. Ao motorista só cabe assistir e, claro, confiar: se o carro da frente acelera, o modelo acelera junto até a velocidade de cruzeiro pré-determinada. Se o que vai à frente freia, o sistema faz com que o carro desacelere até o limite mínimo de distância a ser atingido.
Mais do que o piloto automático adaptativo, um modelo sueco foi o 1º a implementar um detector de pedestres. Combinando radares localizados na frente do veículo e uma câmera instalada no para-brisas, o sistema identifica a presença de pessoas e, em caso de atropelamento evidente, aciona automaticamente os freios. Detalhe: o sistema de frenagem automática só funciona 100% em velocidades até 30 km/h. Nós fizemos o teste...
Já Jorge Mussi Filho, diretor de pós-venda da Volvo explica a diferença entre dispositivos de segurança ativa e passiva: "Os itens de segurança ativa tentam antecipar as ações que o motorista deveria tomar, para reduzir ou até evitar o impacto", diz. Segundo ele, quando não é possível evitar a colisão, entram em cena os itens de segurança passiva, que são os airbags e cintos de segurança, por exemplo, que evitam as consequências de um acidente.
Este mesmo carro que para sozinho tem câmeras instaladas embaixo dos retrovisores laterais que funcionam de alerta de ponto cego. Toda vez que um veículo ou motocicleta entra na área não coberta pelos espelhos, uma luz se acende no interior do carro para chamar a atenção do condutor.
Hoje, essas tecnologias ainda estão presentes apenas nos modelos mais caros, carros pouco acessíveis à maioria. Mas são tendências da evolução automotiva e da tecnologia dentro dos automóveis.
Segurança é palavra de ordem, mas essa tecnologia a bordo dos veículos também está diretamente ligada ao conforto e entretenimento dos passageiros. E isso é assunto para outra reportagem. Na semana que vem, você vai conhecer os sistemas que manobram o carro sozinho e dispositivos inspirados em caças de guerra para aumentar a comodidade do motorista. Enquanto isso, aproveite para conhecer o "Car PC" e veja o que um paulistano louco por tecnologia desenvolveu em casa para o seu "geek-móvel". Tem GPS, TV digital, conexão 3G e muito mais... confira! O link está junto desta matéria. Acesse!
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