O orçamento de São Paulo para 2012 engordou R$ 700 milhões e vai chegar a R$ 38,8 bilhões - 19,3% mais que as receitas deste ano. Com a justificativa de que o governo federal espera crescimento de 5% do PIB e expectativa de vender mais R$ 200 milhões em bens da Prefeitura, a nova previsão de gastos para o ano eleitoral foi apresentada nesta segunda-feira na Comissão de Finanças pelo vereador Milton Leite (DEM) e teve a legalidade aprovada por 5 votos a favor e 2 contra.
O crescimento econômico projetado pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD) para 2012 é maior do que qualquer rendimento em aplicação financeira e supera a inflação de 6,3% deste ano.
A oposição acusa o governo de transferir para ano de eleição os R$ 6,8 bilhões que a Prefeitura tem em caixa, incluindo R$ 1,5 bilhão de operações urbanas. Isso porque o novo orçamento foi aprovado com um dispositivo que vincula esse superávit ao gasto em obras com projetos prontos, como a duplicação da Radial Leste.
Dos R$ 698 milhões a mais que Kassab prevê gastar, R$ 312 milhões serão para novas obras. "Não fiz nenhuma mudança sem consultar o governo", argumentou Leite, relator do orçamento e aliado do prefeito.
Só em investimentos serão R$ 6,4 bilhões em 2012 - neste ano, a mesma verba não chegará a R$ 2,4 bilhões. "Está claro que o prefeito deixou de fazer os investimentos necessários neste ano para inflar a quantidade de obras no ano de eleição", disparou Antonio Donato (PT).
O orçamento que será levado ao plenário hoje deve ser votado duas vezes até o dia 16. A previsão recorde em investimentos transformará a cidade em um canteiro de obras no ano em que Kassab tentará fazer seu sucessor pelo PSD. A capital paulista deve ganhar, por exemplo, um túnel de 2,4 km entre a zona sul e a Rodovia dos Imigrantes, orçado em quase R$ 3 bilhões.
A conclusão da revitalização do Largo da Batata, em Pinheiros, e a reurbanização de favelas, que tem verba de R$ 700 milhões, são outras prioridades. Para o recapeamento de ruas foram reservados R$ 200 milhões, 34% a mais que neste ano.
As informações são do Estadao.com.br.
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