O deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP) protocolou nesta quarta-feira, 21, o requerimento que pede a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara para investigar as privatizações realizadas no governo Fernando Henrique Cardoso.
A ação tem como base o livro Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr, que no ano passado esteve envolvido no escândalo da violação de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB. O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), disse que só deve decidir pela criação ou não da CPI a partir de fevereiro de 2012.
Foram apresentadas 206 assinaturas junto com o requerimento, mas segundo Protógenes algumas podem estar repetidas e o total deve ficar em cerca de 200. Para criar uma CPI são necessárias 171 assinaturas e que o pedido de investigação tenha fato determinado. Marco Maia pediu um parecer à Secretaria-Geral da Mesa da Casa para analisar se o requerimento atende às duas exigências, mas já adiantou que somente no próximo ano definirá o tema.
'Não há nenhuma possibilidade de se fazer uma análise ainda neste ano. Não vejo também necessidade de dar prioridade absoluta porque não é nada tão fundamental ou que possa trazer prejuízo ao país que não possa esperar o trâmite normal', disse o presidente da Câmara.
Protógenes afirmou que o pedido de investigação atende a um 'clamor popular'. Disse ainda que as possíveis irregularidades nas privatizações podem ser mais graves do que as denúncias contra o governo Dilma Rousseff. Apesar da queda de seis ministros por acusações de corrupção, até agora a oposição não conseguiu assinaturas para a realização de uma CPI.
'Os fatos podem ser até mais sérios do que os escândalos atuais até porque eles podem ter origem nisso. A origem, aliás, está na redemocratização feita no Brasil que foi pior que na Rússia e produziu novos bilionários', afirmou o deputado do PC do B.
O parlamentar garante que não se pretende usar politicamente a CPI das privatizações. 'Não vamos permitir que a CPI sirva para ataque a adversários políticos', disse Protógenes. Marco Maia, porém, acredita ser impossível manter a investigação sem aspectos partidários. 'É uma CPI explosiva que tem contornos de debate político'. Deputado Protógenes Queiroz encaminhou o pedido
Neste ano nenhuma CPI funcionou na Câmara. Dois seis pedidos protocolados, dois foram rejeitados por decisão do presidente da Casa e para os outros sequer houve resposta. Marco Maia afirmou que pretende criar nesta semana duas CPIs, uma para investigar o trabalho escravo e outra para apurar o tráfico de pessoas. Mesmo com esta ação, elas somente serão instaladas em 2012.
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