Coreia do Norte recomenda que estrangeiros deixem Coreia do Sul.

Empresário sul-coreano durante reunião de emergência da Associação Empresarial de Complexo Industrial de Kaesong, em Seul, na Coreia do Sul. (Foto: Jae Choi-goo / Yonhap / Via AP Photo)

Coreia do Norte recomenda que estrangeiros deixem Coreia do Sul. Regime norte-coreano reitera possibilidade de 'guerra termonuclear'. Funcionários de embaixadas foram orientados a deixarem o paísby  • 9 abril, 2013
Coreia do Norte recomendou nesta terça-feira (9) aos estrangeiros que vivem na vizinha e rival Coreia do Sul que preparem planos de retirada, informou a agência estatal norte-coreana KCNA.
A advertência foi feita por um porta-voz do Comitê da Paz da Ásia-Pacífico da Coreia do Norte que assegurou que o regime "não quer ver os estrangeiros da Coreia do Sul afetados em caso de guerra".
O regime de Kim Jong-un já havia aconselhado na sexta-feira (5) passada os funcionários das embaixadas estrangeiras em Pyongyang a abandonarem o país antes do dia 10 por conta da possibilidade de uma guerra iminente na região, afirmando que não poderia mais garantir a sua segurança.

Acima Empresário sul-coreano durante reunião de emergência da Associação Empresarial de Complexo Industrial de Kaesong, em Seul, na Coreia do Sul. (Foto: Jae Choi-goo / Yonhap / Via AP Photo)
O porta-voz norte-coreano recomendou aos residentes estrangeiros do país vizinho que "conheçam de antemão onde podem refugiar-se, assim como examinem os planos de evacuação para abandonar o país".
"A península coreana se dirige para uma guerra termonuclear", afirmou o Comitê Norte-Coreano para a Paz na Ásia Pacífico em um comunicado divulgado pela KCNA.
Além disso, o regime do polêmico ditador Kim Jong-un fechou o complexo Industrial binacional de Kaesong, localizado na fronteira entre os dois países.
No entanto, as sedes diplomáticas de países estrangeiros na Coreia do Norte decidiram manter seus membros na capital norte-coreana por não considerar que exista risco de guerra a curto prazo.
Soldados do Exército dos EUA conduzem seus militares em Yeoncheon na Coreia do Sul, perto da fronteira com a Coreia do Norte (Foto: AP Photo/Ahn Young-joon)Soldados do Exército dos EUA conduzem seus militares em Yeoncheon, na Coreia do Sul, perto da fronteira com a Coreia do Norte (Foto: AP Photo/Ahn Young-joon)

Há várias semanas, a Coreia do Norte faz ameaças de guerra nuclear como respostaàs sanções da ONU por um novo teste nuclear do país em fevereiro e pelas manobras militares que Estados Unidos e Coreia do Sul executam na península.
Uma fonte do governo sul-coreano confirmou na sexta-feira passada que a Coreia do Norte transportou de trem, no início da semana passada, dois mísseis Musudan de médio alcance para a costa leste do país, onde foram instalados em veículos equipados com dispositivo de tiro.
O Musudan tem alcance de 3.000 quilômetros, uma capacidade de atingir a Coreia do Sul ou Japão. Se transportar uma carga leve, pode alcançar 4.000 quilômetros e, em tese, chegar a Guam, uma ilha do Pacífico a 3.380 quilômetros da Coreia do Norte, onde estão 6.000 soldados americanos.
O Japão informou nesta terça-feira que posicionou mísseis Patriot no centro de Tóquio para enfrentar qualquer disparo que ameace o país. Outras baterias antimísseis também serão instaladas na ilha de Okinawa, no suu.
A China, poderoso aliado da Coreia do Norte – que também votou a favor das sanções contra o regime norte-coreano – pediu nos últimos dias o fim da escalada de tensões na península.
A Casa Branca saudou os esforços de Pequim e Moscou.
 
mapa coreias 05.04 (Foto: Arte/G1)
Obstinada em uma escalada verbal e militar que ninguém sabe até onde pode chegar, por conta da imprevisibilidade do jovem ditador Kim Jong-un, Pyongyang retirou 53 mil norte-coreanos que trabalham no polo industrial binacional de Kaesong.
O complexo industrial fica na Coreia do Norte, a 10 quilômetros da fronteira com o Sul.
Desde quarta-feira, o Norte proíbe o acesso a Kaesong dos funcionários sul-coreanos e dos caminhões de abastecimento. Treze das 123 empresas sul-coreanas presentes no polo interromperam a produção por falta de matérias-primas.
Importante fonte de divisas estrangeiras para a Coreia do Norte, Kaesong sempre permaneceu aberto, apesar das repetidas crises na península, com exceção de apenas um dia, em 2009. Na ocasião, Pyongyang bloqueou o acesso para protestar contra as manobras militares conjuntas entre Estados Unidos e Coreia do Sul.

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