O professor Simon Capewell, do Instituto de Psicologia, Saúde e Sociedade da Universidade de Liverpool, Inglaterra, uniu-se a outros especialistas em uma campanha para reduzir o consumo de açúcar no país.
Chamada de “Action on Sugar” (“Agindo sobre o Açúcar”, em tradução livre), a campanha visa tornar o público mais consciente dos danos à saúde causados pelo açúcar refinado – consumo exagerado de açúcar pode causar obesidade, diabetes e cáries – e encorajar os consumidores a ler os rótulos dos produtos, evitando os que têm muito açúcar.
A campanha também visa educar as crianças, público-alvo de propagandas de refrigerantes, bolachas recheadas e outros itens com altas calorias.
O foco inicial da Action on Sugar é convencer a indústria de comidas e refrigerantes e o Departamento de Saúde inglês a adotar um programa de redução gradativa do açúcar. Um projeto semelhante que atacou o sal teve bastante sucesso, causando uma redução de 20% a 40% do sal em produtos de supermercado, e uma redução de 15% no consumo total de sal na Inglaterra.
“O açúcar é o novo tabaco. Em todos os lugares, bebidas açucaradas e lanches prontos são empurrados nos pais e crianças por uma indústria cínica, focada no lucro e não na saúde”, diz Capewell, que leciona Epidemiologia Clínica.
Açúcar não é pior que tabaco e bebida
O especialista em nutrição Andrew Lansley disse que a afirmação de que o açúcar é tão perigoso para a saúde quanto o tabaco e as bebidas alcoólicas é “maluquice”.
Segundo ele, o açúcar é um componente essencial da alimentação, e a comparação com o tabaco está incorreta. Inclusive, ele pensa que os consumidores provavelmente irão rejeitar uma redução dramática no açúcar.
“Todos temos que entender que o açúcar é um componente essencial na alimentação; é o açúcar em excesso que é uma dieta inadequada e inútil”, diz.
A professora Susan Jebb, especialista em saúde e dieta populacional na Universidade de Oxford, aponta “a escala do problema da obesidade neste país precisa que se tome uma ação maior para melhorar a dieta da nação. Mas precisamos nos afastar de abordagens reducionistas que colocam a culpa em nutrientes individuais, como o açúcar, e tomar uma abordagem mais holística se queremos reduzir esta doença”.
A Dra. Victoria Burley, da Universidade Leeds, aponta que não há uma ligação clara que relacione qualquer número de mortes ao açúcar, diferente do tabaco, que está claramente ligado a cerca de 43.000 mortes por ano, por câncer.
Ela também aponta que o consumo de açúcar está diminuindo gradativamente desde os anos 1960, e que o açúcar é um nutriente útil para quem está tentando ganhar peso ou levar uma vida ativa. [MedicalXpress, Telegraph]
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