• POR ESCÂNDALO DE CORRUPÇÃO, PRESIDENTE DA GUATEMALA RENUNCIA
POR ESCÂNDALO DE CORRUPÇÃO, PRESIDENTE DA GUATEMALA RENUNCIA
OTTO PÉREZ MOLINA DISSE QUE VAI SE APRESENTAR À JUSTIÇA
Apesar de ter negado por diversas vezes que deixaria o cargo, o presidente da Guatemala, Otto Pérez Molina, anunciou sua renúncia na noite desta quarta-feira (02/09). Segundo o porta-voz do governo, Jorge Ortega, a medida foi tomada para manter a "institucionalidade do poder Executivo".
Agora, a decisão sobre a saída do chefe de Estado está nas mãos do Congresso, que precisa aceitar a renúncia e nomear o vice-presidente, Alejandro Maldonado, para o posto, em mandato que durará até janeiro de 2016.
O pedido ocorreu um dia após os parlamentares terem retirado, pela primeira vez na história, a imunidade política de um mandatário e da Justiça ter confirmado que há um mandado de prisão contra Molina.
O líder é acusado de chefiar uma rede de corrupção, que desviava dinheiro da Superintendência de Administração Tributária.
Entre as 27 pessoas já detidas pelo esquema, está a ex-vice-presidente Roxana Baldetti, que renunciou ao cargo após as denúncias.
Molina sempre se declarou inocente das acusações e tinha desafiado seus adversários a comprovarem os crimes que ele supostamente cometeu.
De acordo com a mídia local, os advogados do dirigente confirmaram que ele se apresentará à Justiça de maneira voluntária ainda nesta quinta-feira (03/09).
A renúncia ocorre três dias antes dos guatemaltecos irem às urnas para definirem o novo mandatário da nação. No domingo (06/09), 7,5 milhões de cidadãos estarão aptos a eleger seus representantes para os anos de 2016 a 2020. Além do novo chefe de Estado - são 14 candidatos - serão escolhidos 158 novos deputados, 20 membros do Parlamento e 338 representantes municipais.
As denúncias contra o governo causaram uma série de protestos que pediam a renúncia de Molina e que levaram milhares de pessoas às ruas.
Elas tinham como base as acusações feitas pelo Ministério Público e pela Comissão Internacional contra a Impunidade - órgão das Nações Unidas que atua na Guatemala.
Reação
Vários grupos de guatemaltecos começaram a comemorar a renúncia do presidente, Otto Pérez Molina.
Os cidadãos começaram a se reunir para festejar o que consideram "um fato histórico" nos arredores da Torre de Tribunais, na capital, onde se espera que Pérez Molina se apresente à Justiça, por sua própria vontade ou obrigado pelas forças de segurança.
"Acabou, acabou, este governo militar corrupto", "Ladrão" e "Vêm mais batalhas e vamos ganhá-las" foram algumas das palavras de ordem gritadas pelos manifestantes, que agitavam a bandeira nacional e ouviam as buzinas dos veículos que passavam em sinal de alegria.
Outro grupo de cidadãos se concentrou para a comemoração no parque central, perto do Palácio Nacional da Cultura, uma das dependências do governo.
Um dos cidadãos que comemorava a renúncia, o advogado Rafael Novielli, disse à Agência Efe que justamente quando ia dormir soube da "boa" notícia, portanto não duvidou em "pular da cama" e ir celebrar "um momento único".
"Agora sim vai enfrentar o devido processo, como sempre argumentou Pérez Molina", disse Novielli agitando sua bandeira e com um sorriso no rosto.
Junto ao advogado, Sofía Galindo, uma dona de casa que foi para a rua com a filha nos braços, disse à Efe que a Guatemala tem "alguma coisa para agradecer ao ex-governante, porque há muito tempo que não tínhamos presidente e ele conseguiu unir o povo".
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