Fotos históricas talvez sejam uma das maiores unanimidades entre as pessoas. Mesmo as que retratam períodos terríveis são aclamadas por todo o mundo.
O fascínio que elas causam provavelmente está no fato de trazerem o passado, e toda nossa história, até o mundo em que vivemos. No caso desta lista, além de toda a importância histórica, as imagens servem como alerta: não podemos repetir nossos erros e permitir que algo tão terrível aconteça de novo.
Apesar das milhares, até mesmo milhões, de fotos que provavelmente foram tiradas durante a Segunda Guerra Mundial serem bastante célebres, um punhado delas nunca se tornou popular. Porém, às vezes são as fotografias menos conhecidas que nos revelam toda a crueldade e a incerteza que as guerras trazem à humanidade.
10. Os soldados nazistas muçulmanos
A imagem acima é a de soldados alemães muçulmanos da era nazista em oração. Eles são da 13ª Waffen-Gebirgs-Division der SS Handschar, uma divisão completamente muçulmana do exército alemão.
A unidade, que consistia principalmente de muçulmanos bósnios, foi formada em março de 1943, depois que a Alemanha conquistou a Croácia, que incluía a Bósnia-Herzegovina.
Os muçulmanos bósnios foram aceitos na classificação nazista por causa da crença de Heinrich Himmler de que o povo da Croácia era de ascendência ariana, não eslava.
Os nazistas também acreditavam que a nova divisão iria ajudá-los a ganhar o apoio da maioria dos muçulmanos em todo o mundo. Com o tempo, a divisão também incluiu croatas católicos romanos, que representavam 10% de suas fileiras.
A unidade, que consistia principalmente de muçulmanos bósnios, foi formada em março de 1943, depois que a Alemanha conquistou a Croácia, que incluía a Bósnia-Herzegovina.
Os muçulmanos bósnios foram aceitos na classificação nazista por causa da crença de Heinrich Himmler de que o povo da Croácia era de ascendência ariana, não eslava.
Os nazistas também acreditavam que a nova divisão iria ajudá-los a ganhar o apoio da maioria dos muçulmanos em todo o mundo. Com o tempo, a divisão também incluiu croatas católicos romanos, que representavam 10% de suas fileiras.
A unidade foi iniciativa do Grande Mufti Hajj Amin al Husseni. Al Husseni tinha levado um golpe fracassado no Iraque e sido exilado para a Itália e, em seguida, Berlim, onde encorajou bósnios muçulmanos a se juntarem às fileiras do exército alemão. Husseni incentivou os assassinatos de judeus no Norte de África e na Palestina.
Ele também queria que a Luftwaffe bombardeasse Tel Aviv.
Após a guerra, Husseni fugiu para a França, onde foi preso. Mais tarde, escapou e fugiu para o Egito, onde os Aliados foram desencorajados a prendê-lo novamente por causa de seu “status” no mundo árabe. Husseni morreu em 1974 em Beirute, no Líbano, tendo seu desejo de ser enterrado em Jerusalém negado pelo governo israelense.
9. Mulher francesa tendo o cabelo raspado
Depois que a França foi libertada no final da II Guerra Mundial, os cidadãos franceses que apoiaram a invasão das tropas alemãs sob qualquer forma foram perseguidos e tiveram suas cabeças vigorosamente raspadas como um símbolo de desonra.
A fotografia acima é a de uma mulher cuja cabeça estava sendo raspada em Montelimer, França, em 29 de agosto de 1944. Cerca de 20.000 cidadãos franceses tiveram suas cabeças raspadas em público, a maioria mulheres.
A punição foi frequentemente realizada por moradores ou membros da Resistência Francesa e feita em todos os lugares, desde as casas das vítimas até praças públicas na presença de uma grande multidão. Durante o mesmo período, a Alemanha também decretou que as mulheres que tiveram relações sexuais com não arianos ou prisioneiros de guerra deviam ter suas cabeças raspadas.
A fotografia acima é a de uma mulher cuja cabeça estava sendo raspada em Montelimer, França, em 29 de agosto de 1944. Cerca de 20.000 cidadãos franceses tiveram suas cabeças raspadas em público, a maioria mulheres.
A punição foi frequentemente realizada por moradores ou membros da Resistência Francesa e feita em todos os lugares, desde as casas das vítimas até praças públicas na presença de uma grande multidão. Durante o mesmo período, a Alemanha também decretou que as mulheres que tiveram relações sexuais com não arianos ou prisioneiros de guerra deviam ter suas cabeças raspadas.
A ideia de raspar o cabelo das mulheres como forma de punição não teve início durante a 2ª Guerra Mundial – há registros de que este ritual tenha sido feito na Europa durante a Idade Média, quando foi usado como punição para mulheres adúlteras.
8. A mulher chorando nos Sudetos
Esta é uma das fotografias mais controversas da Segunda Guerra Mundial. Foi também uma ferramenta de propaganda utilizada tanto pelos Aliados quanto por nazistas. A fotografia foi tirada na região dos Sudetos, na Checoslováquia, em outubro de 1938, após a cidade ser capturada e anexada pela Alemanha antes da Segunda Guerra Mundial começar oficialmente.
A fotografia mostra uma mulher chorando levantando um dos braços para saudar as tropas alemãs invasoras, enquanto a outra mão segura um lenço sobre olhos cheios de lágrimas. A fotografia apareceu em diversos jornais, em diferentes países, com diferentes legendas. Foi publicada pela primeira vez por um jornal alemão, o Võlkischer Beobachter, que afirmava que a mulher estava tão contente pelo avanço dos soldados alemães que não conseguia esconder seus sentimentos. Nos Estados Unidos, um jornal disse que a mulher não conseguia esconder o seu sofrimento enquanto “respeitosamente” saudava Hitler.
7. O homem chorando na França
No verão de 1940, soldados alemães marcharam em Paris, marcando a derrota da França e o início do “Les Annee Noires” franceses, também conhecidos como “Os anos negros”. No momento em que os soldados alemães começaram a se mover, o governo francês já tinha abandonado a cidade e fugido para Bordeaux, no sul da França, que era o seu último reduto.
A data exata em que a foto foi tirada é contestada. Enquanto ela apareceu originalmente em 1941, acredita-se que tenha sido tirada em 1940. O homem da foto, acredita-se, é Monsieur Jerome Barrett, que estava chorando enquanto as bandeiras da França faziam o seu caminho através de Marselha até a África.
A data exata em que a foto foi tirada é contestada. Enquanto ela apareceu originalmente em 1941, acredita-se que tenha sido tirada em 1940. O homem da foto, acredita-se, é Monsieur Jerome Barrett, que estava chorando enquanto as bandeiras da França faziam o seu caminho através de Marselha até a África.
A derrota da França durante a Segunda Guerra Mundial foi chocante, e também bastante decepcionante. Antes da guerra, acreditava-se que a França tinha o melhor exército em toda a Europa.
Após a queda para a Alemanha, Adolf Hitler insistiu que os documentos que reconheciam a rendição da França deviam ser assinados na floresta de Compiegne, dentro do mesmo vagão de trem em que a Alemanha tinha assinado os documentos de sua própria rendição no final da Primeira Guerra Mundial.
O vagão já estava em um museu, mas foi retirado e levado para a floresta para que os documentos pudessem ser devidamente assinados.
6. O Dispositivo
As bombas atômicas que explodiram sobre Hiroshima e Nagasaki são por vezes mencionadas como as primeiras armas nucleares. Na verdade, as duas bombas foram apenas as primeiras armas nucleares a matar e destruir. A primeira bomba atômica já feita foi o Gadget (O Dispositivo).
Ela foi concluída e testada semanas antes de Hiroshima e Nagasaki. O teste, chamado Trinity, foi realizado no Alamogordo Bombing and Gunnery Range, hoje conhecido como White Sands Missile Range, no Novo México, EUA.
Ela foi concluída e testada semanas antes de Hiroshima e Nagasaki. O teste, chamado Trinity, foi realizado no Alamogordo Bombing and Gunnery Range, hoje conhecido como White Sands Missile Range, no Novo México, EUA.
A bomba foi colocada em uma torre de vigia na floresta de 30 metros de altura. Três bunkers foram construídos a 9.000 metros de distância da torre, de modo que a iminente explosão pudesse ser observada. Nas primeiras horas de 16 de julho de 1945, o Dispositivo disparou. A explosão resultante enviou ondas de choque através do deserto, vaporizando a torre e produzindo uma gigantesca nuvem em forma de cogumelo a 12.000 metros de altura. Ela produziu um flash brilhante equivalente ao de 10 sóis. O flash foi tão brilhante que foi visto em todo Novo México e partes do Arizona, Texas e México. O calor produzido foi tão forte que observadores a 16 km de distância o compararam a estar em pé na frente de um incêndio barulhento.
5. O menino no gueto de Varsóvia
Durante o que ficou conhecido como a Revolta do Gueto de Varsóvia, os judeus em Varsóvia, na Polônia, iniciaram uma revolta de 10 dias contra os soldados alemães. Os judeus sabiam muito bem que seriam derrotados, mas se recusaram a desistir sem lutar. “O menino do gueto de Varsóvia” é o nome dado a um menino judeu com não mais do que 10 anos de idade que foi preso por soldados alemães no gueto após o levante ter sido contido.
As mãos do menino não identificado foram levantadas no ar, enquanto um soldado alemão apontava uma metralhadora para ele. Embora a fotografia seja uma das imagens mais divulgadas do Holocausto, ninguém sabe quem é o rapaz ou o que aconteceu com ele. Algumas fontes dizem que ele foi morto em uma câmara de gás no campo de concentração de Treblinka, enquanto outros dizem que ele sobreviveu.
Em 1999, um homem chamado Avrahim Zeilinwarger contatou um museu israelense dizendo que o garoto era seu filho, Levi Zeilinwarger, que teria sido realmente morto em um campo de concentração, em 1943.
Em 1978, um homem não identificado entrou em contato com o Jewish Chronicle dizendo que o menino era o filho dele. Em 1977, uma mulher chamada Jadwiga Piesecka alegou que o menino era Artur Dab Siemiatek, que nasceu em 1935.
4. Os Jogos Olímpicos dos campos de concentração
Por causa da guerra em curso, os Jogos Olímpicos de 1940 e 1944, que deveriam acontecer em Tóquio e Londres, não puderam ser realizados. No entanto, vários campos de prisioneiros na Polônia seguiram em frente com seus próprios Jogos Olímpicos, tanto em 1940 quanto em 1944. Embora muitos dos eventos tenham sido realizados em segredo, os Jogos Olímpicos de 1944 de Woldenberg, realizados no campo em Woldenberg, e outro realizado no acampamento em Gross Born (ambos na Polônia), foram realizados em uma escala muito maior.
369 dos 7.000 prisioneiros no campo de Woldenberg participaram em diversas modalidades, incluindo handebol, basquete e boxe. Esgrima, tiro com arco, salto com vara e dardo não foram autorizados. As bandeiras para os jogos foram feitas com lençóis. Aos vencedores dos eventos esportivos foram dadas medalhas feitas de papelão. Os Jogos Olímpicos de 1944 foram realizados porque os soldados poloneses queriam permanecer em forma e, ao mesmo tempo, honrar Janusz Kusocinski, atleta polonês que venceu a corrida de 10.000 metros nos Jogos Olímpicos de 1932, em Los Angeles, nos Estados Unidos.
3. O naufrágio do HMAS Armidale
O HMAS Armidale era uma corveta, um tipo de navio de guerra, de três mastros, e com uma só bateria de canhões (embora tenha sido originalmente construído para ser um caça-minas) a serviço da marinha australiana durante a Segunda Guerra Mundial. Foi encomendado em 11 de junho de 1942, apenas para ser afundado em novembro do mesmo ano.
Enquanto estava em uma missão para evacuar soldados e civis de Betano Bay, no Timor, o HMAS Armidale foi descoberto por aviões japoneses, que o atacaram, assim como a seu “irmão”, o navio HMAS Castlemaine.
O Armidale foi logo destruído pelos aviões japoneses, forçando seus tripulantes a abandonar o navio. Vinte e um tripulantes, incluindo o capitão, subiram em uma lancha pequena e danificada, onde aguardaram resgate. Uma vez que o resgate nunca veio, eles começaram a remar em direção a águas australianas.
Dois dias depois, outros 29 sobreviventes começaram uma viagem semelhante em um baleeiro danificado que não parava de encher de água. Os sobreviventes se agarraram a uma balsa flutuante enquanto aguardavam o resgate. Depois de vários dias no mar, os homens na lancha foram resgatados junto com os do baleeiro. Mas os homens pendurados na balsa que aparecem na fotografia nunca foram encontrados.
A foto mostrada acima foi tirada pelo piloto de um avião de reconhecimento Hudson, que até deixou cair uma mensagem para eles dizendo que seus salvadores estavam a caminho.
2. Yakov Dzhugashvili, o filho de Josef Stalin
O homem com as mãos no bolso na fotografia acima é Yakov Dzhugashvili, o primeiro filho de Josef Stalin. A foto foi tirada depois que Yakov foi capturado pelas tropas alemãs durante a Segunda Guerra Mundial. Yakov e Stalin não estavam exatamente tendo um bom relacionamento de pai e filho antes do início da guerra. Stalin muitas vezes o insultou e até mesmo o deserdou. Ele também impediu que Yakov mudasse seu sobrenome para Stalin depois que ele mudou o seu.
Quando os alemães perceberam que Yakov era filho de Stalin, tiraram uma fotografia para fins de propaganda, sempre ela. Na parte de trás das fotografias foi colocada uma curta nota dizendo aos soldados soviéticos para que se rendessem assim como o filho de Josef Stalin.
Quando os alemães pediram para trocar Yakov por um marechal de campo alemão capturado, Stalin negou, dizendo que ele não trocava tenentes por marechais de campo. Mesmo com seu ódio e as ofensas públicas a seu filho, na verdade, Stalin tentou resgatá-lo duas vezes.
Yakov morreu no campo de concentração de Sachsenhausen em abril de 1943, sob circunstâncias misteriosas. Enquanto arquivos secretos revelam que ele foi baleado por não seguir ordens, outros dizem que ele cometeu suicídio ao encostar em uma cerca eletrificada. Outro relatório afirma que ele foi morto em ação em 1945.
1. A bandeira erguida sobre o Palácio de Reischtag
Essa não é exatamente uma foto desconhecida. A imagem da bandeira com a foice e o martelo, símbolos do comunismo soviético, tremulando sobre uma Berlim completamente destruída é, na verdade, uma das imagens mais divulgadas do período pós-guerra. Não é de se espantar, afinal, uma guerra fria estava prestes a ser iniciada e as cartas já estavam sendo postas na mesa.
Os soviéticos queriam mostrar para todo o mundo que a vitória sobre Hitler era uma conquista do exército vermelho. Mas você sabia que essa foto não é exatamente o que podemos chamar de espontânea?
Os soviéticos queriam mostrar para todo o mundo que a vitória sobre Hitler era uma conquista do exército vermelho. Mas você sabia que essa foto não é exatamente o que podemos chamar de espontânea?
Levantar uma bandeira sobre o Reichstag teria sido o equivalente russo da bandeira americana na batalha em Iwo Jima, outra célebre imagem de honra e vitória, exceto que, no caso dos soviéticos, a cena foi encenada, um fato que o fotógrafo, Yevgeny Khaldei, confirmou.
A fotografia mostra um jovem soldado russo levantando a bandeira soviética sobre Berlim após a derrota do exército alemão. Yevgeny Khaldei estava em Moscou quando o exército soviético invadiu Berlim, mas ele rapidamente foi para a Alemanha sob as ordens de oficiais soviéticos do alto escalão, possivelmente do próprio Josef Stalin. Suas ordens eram para produzir imagens que mostrassem a vitória soviética na Alemanha.
Yevgeny chegou a Berlim e inspecionou vários locais, incluindo o Aeroporto Tempelhof e o Portão de Brandenburgo, antes de se estabelecer no edifício do Reichstag. Yevgeny tirou 36 fotos diferentes da cena, que seria usada como propaganda soviética. Curiosamente, uma unidade do exército soviético tinha inicialmente içado sua bandeira sobre o edifício não muito tempo depois que a cidade foi capturada, mas a imagem não foi registrada por nenhum fotógrafo. [Listverse]
Quando ouvimos relatos de batalhas longas e mortíferas como a Segunda Guerra Mundial, é normal ter uma sensação ruim. No entanto, não importa o que aprendamos sobre a guerra, é difícil realmente imaginar o que as pessoas que passaram por ela enfrentaram. Esses diários podem nos ajudar com isso.
10. Michihiko Hachiya, Hiroshima, 6 de agosto de 1945
Em 6 de agosto de 1945, uma bomba atômica foi detonada diretamente sobre Hiroshima, no Japão, matando imediatamente cerca de um quarto da população da cidade e expondo o restante a níveis perigosos de radiação. Um funcionário de hospital chamado Michihiko Hachiya estava deitado em sua casa no momento da explosão, a cerca de 1,5 km do centro da detonação.
O calor queimou sua roupa e criou graves queimaduras no seu corpo. Seu diário, publicado em 1955, narra suas experiências naquele dia.
“Nós começamos, mas depois de 20 ou 30 passos, eu tive que parar. Minha respiração ficou curta, meu coração batia forte, e minhas pernas cederam sob mim. Uma sede avassaladora me tomou e eu implorei a Yaeko-san para me encontrar um pouco de água.
Mas não havia água para ser encontrada. Depois de um tempo, minha força voltou um pouco e fomos capazes de seguir em frente. Eu ainda estava nu e, embora eu não sentisse nem um pouco de vergonha, eu estava perturbado ao perceber que a modéstia tinha me abandonado… Nosso progresso para o hospital foi interminavelmente lento, até que, finalmente, as minhas pernas, duras de sangue seco, se recusaram a me levar mais longe.
A força, mesmo a vontade, de ir em frente me abandonou, então eu disse a minha esposa, que estava quase tão gravemente ferida quanto eu, para ir sozinha. Ela se opôs a isso, mas não havia escolha. Ela tinha que ir em frente e tentar encontrar alguém para voltar por mim”.
9. Zygmunt Klukowski, Szczebrzeszyn, 21 de outubro de 1942
Em 20 de janeiro de 1942, 15 altos funcionários nazistas fizeram uma conferência para discutir a implementação de uma “Solução Final” para obliterar o povo judeu. Demorou mais nove meses para o genocídio alcançar a pacata cidade de Szczebrzeszyn, no sudeste da Polônia. Zygmunt Klukowski, o médico-chefe de um pequeno hospital local, fez anotações sobre o horror que presenciou.
“De manhã cedo até tarde da noite assistimos eventos indescritíveis. Soldados armados da SS, gendarmes e a ‘polícia azul’ correram pela cidade à procura de judeus. Judeus foram reunidos no mercado.
Judeus foram retirados de suas casas, celeiros, adegas, sótãos e outros esconderijos. Tiros foram ouvidos durante todo o dia. Às vezes, granadas de mão foram jogadas nos porões. Judeus foram espancados e chutados; não fazia diferença se eram homens, mulheres ou crianças pequenas. Todos os judeus serão abatidos. Entre 400 e 500 foram mortos. Poloneses foram forçados a começar a cavar sepulturas no cemitério judaico.
A partir de informações que eu recebi, cerca de 2.000 pessoas estão se escondendo. Os judeus presos foram colocados em um trem na estação ferroviária para serem transferidos para um local desconhecido. Foi um dia terrível, eu não posso descrever tudo o que aconteceu. Você não pode imaginar a barbárie dos alemães. Estou completamente acabado e não consigo me encontrar”.
8. Lena Mukhina, Leningrado, 3 de janeiro de 1942
Dependendo da fonte, estima-se que entre 7 a 20 milhões de civis russos morreram como resultado direto da Segunda Guerra Mundial. Em Leningrado, 750.000 pessoas morreram de fome durante o estado de sítio mantido pelos alemães por mais de dois anos, de setembro de 1941 a janeiro de 1944.
Lena Mukhina, de 17 anos, escreveu sobre o Cerco a Leningrado logo no seu início. Conforme o tempo se passou, os moradores foram obrigados a comer ratos, gatos, terra e cola. Houve relatos generalizados de canibalismo.
“Estamos morrendo como moscas aqui por causa da fome, mas ontem Stalin deu mais um jantar em Moscou, em honra ao [Secretário do Exterior britânico, Anthony] Eden. Isso é ultrajante.
Eles enchem a barriga lá, enquanto nós nem sequer ganhamos um pedaço de pão. Eles brincam de anfitrião em todos os tipos de recepções brilhantes, enquanto nós vivemos como homens das cavernas, como toupeiras cegas”.
7. Felix Landau, Drohobych, 12 de julho de 1941
Felix Landau era um membro da SS alemã. Durante a guerra, ele passou a maior parte do tempo servindo no Einsatzkommando, um esquadrão da morte encarregado de exterminar judeus, ciganos, intelectuais poloneses e uma série de outros grupos. Seu notável diário detalha seus crimes terríveis.
Abaixo, confira um relato de suas ações na cidade de Drohobych, no oeste da Ucrânia. Vale notar que, depois da guerra, Landau conseguiu escapar da captura até 1959, quando foi levado a julgamento e condenado à prisão perpétua. Ele foi libertado por “bom comportamento” em 1971 e morreu em 1983.
“Às 6:00 da manhã de repente eu fui acordado de um sono profundo. Reportar para uma execução. Tudo bem, então eu vou brincar de carrasco e, em seguida, coveiro, porque não. Não é estranho, você ama batalha e, em seguida, tem que atirar em pessoas indefesas. Vinte e três tiveram de ser baleados, entre eles duas mulheres. Eles são inacreditáveis.
Eles até mesmo se recusam a aceitar um copo de água de nós. Eu fui designado artilheiro e tive que atirar em qualquer fugitivo. Nós dirigimos um quilômetro ao longo da estrada fora da cidade e, em seguida, viramos para a direita em uma floresta. Havia apenas seis de nós naquele momento e tivemos que encontrar um local adequado para atirar [nos fugitivos] e enterrá-los. Depois de alguns minutos, encontramos um lugar.
Os candidatos à morte receberam pás para cavar a sua própria sepultura. Dois deles estavam chorando. Os outros certamente têm uma coragem incrível. Que diabos se passa pelas suas mentes durante esses momentos? Eu acho que cada um deles abriga uma pequena esperança de que de alguma forma não será morto.
Os candidatos à morte são organizados em três turnos, já que não há muitos túmulos. Estranhamente, estou completamente impassível*. Sem piedade, nada. Esse é o jeito que é e, em seguida, está tudo acabado.
Meu coração bate um pouco mais rápido quando involuntariamente eu recordo os sentimentos e pensamentos que eu tive quando eu estava em uma situação similar”.
*No sentido de não estar sentindo nenhuma emoção.
6. Leslie Skinner, noroeste da Europa, 4 de agosto de 1944
O diário do Capitão Leslie Skinner documenta suas experiências do conflito imediatamente após os desembarques do Dia D. Skinner não era um soldado de combate, mas sim um padre servindo como capelão do exército. Conhecido como “Padre Skinner”, seu trabalho era proporcionar conforto espiritual e realizar últimos sacramentos.
A parte mais angustiante da sua função envolvia recuperar os corpos dos mortos para dar-lhes um enterro apropriado.
“A pé, localizei tanques. Apenas cinzas e metal queimado no tanque de Birkett. Procurei nas cinzas e encontrei restos de ossos pélvicos. Em outros tanques três corpos ainda dentro. Não foi possível remover os corpos, após muita dificuldade – negócio desagradável – doente”.
“Trabalho temeroso pegar pedaços e remontá-los para a identificação e colocá-los em cobertores para o enterro. Sem infantaria para ajudar. O líder do esquadrão me ofereceu alguns homens para ajudar. Recusei.
Quanto menos homens que vivem e lutam em tanques tiverem a ver com este lado das coisas, melhor. Meu trabalho. Este foi mais do que normalmente doente. Realmente indutor de vômitos”.
5. David Koker, Holanda, 4 de fevereiro de 1944
Enquanto os sobreviventes do Holocausto escreveram uma série de memórias, apenas alguns diários foram recuperados a partir dos campos de concentração. Um deles foi escrito por David Koker, um estudante holandês de ascendência judaica que foi enviado para o Camp Vught no sul da Holanda em fevereiro de 1943.
Enquanto a maioria dos prisioneiros do campo de concentração não podia manter um diário, David fez amizade com o gerente do local e sua esposa, o que significa que tinha privilégios.
O trecho abaixo descreve Heinrich Himmler, o chefe da SS e um dos principais arquitetos do Holocausto. Himmler visitou Vught em fevereiro de 1944, dando a Koker uma visão inédita do homem responsável por perseguir seu povo.
“Um pequeno homem frágil de aparência insignificante, com um rosto bastante bem-humorado. Boné de pala alto, bigode e óculos pequenos. Eu penso: se você quiser rastrear toda a miséria e horror para apenas uma pessoa, teria que ser ele.
Em torno dele, um monte de companheiros com rostos cansados. Homens muito grandes, fortemente vestidos, eles seguem para qualquer canto que ele se vire, como um enxame de moscas, trocando de lugar entre si (eles não ficam parados por nem um momento), movendo-se como um único conjunto. Passa uma impressão fatalmente alarmante.
Eles olham para todos os lados sem encontrar nada para se concentrar”.
4. George Orwell, Londres, 15 de setembro de 1940
Durante a guerra, o famoso escritor George Orwell estava entre os 8,6 milhões de habitantes de Londres. Além de sua obra literária, ele manteve um diário detalhado de suas experiências durante a guerra.
O diário é recheado principalmente com discussões políticas, mas de vez em quando possui um relato de ataques aéreos, como o de setembro de 1940, quando a RAF lutava pelo controle dos céus sobre o sul da Inglaterra durante a Batalha da Grã-Bretanha. As pessoas comemoravam quando um avião alemão caia, por medo de que Hitler invadisse a Inglaterra.
“Esta manhã, pela primeira vez, vi um avião abatido. Ele caiu lentamente das nuvens, nariz à frente, como um pássaro baleado lá no alto.
Um júbilo formidável entre as pessoas assistindo, pontuado momento sim, momento não com a pergunta: ‘Tem certeza que é alemão?’. Tão intrigantes são as instruções dadas, e tantos os tipos de avião, que ninguém sequer sabe quais são os aviões alemães e quais são os nossos.
Meu único teste é que, se um bombardeiro é visto sobre Londres, deve ser alemão, enquanto que um caça é mais provável de ser nosso”.
3. “Ginger”, Pearl Harbor, 7 de dezembro de 1941
O bombardeio de Pearl Harbor por forças japonesas tornou dois conflitos regionais existentes na Europa e na China em uma Guerra Mundial. Voltado para a base naval norte-americana na costa sul de Oahu na ilha do Havaí, o ataque surpresa deixou 2.403 americanos mortos e foi o catalisador para os Estados Unidos entrarem na guerra.
A área de Pearl Harbor não se restringia a militares, no entanto, mas também era habitada por famílias e ilhéus. O trecho de diário abaixo foi escrito por uma menina de 17 anos conhecida como “Ginger”.
“Fui acordada às oito horas da manhã por uma explosão em Pearl Harbor. Levantei-me pensando que algo emocionante provavelmente estava acontecendo por lá. Mal sabia eu! Quando cheguei à cozinha toda a família, excluindo Pop, estava olhando para o Arsenal de Marinha.
Ele estava sendo consumido por fumaça preta e mais explosões espantosas… Então eu fiquei extremamente preocupada, assim como todos nós. Mamãe e eu saímos na varanda da frente para dar uma olhada melhor e três aviões passaram zumbindo sobre nossas cabeças, tão perto de nós que poderíamos lhes ter tocado.
Eles tinham círculos vermelhos em suas asas.
Logo entendemos! Nesse momento as bombas começaram a cair por todo o Hickam. Ficamos nas janelas, não sabendo mais o que fazer, e observamos o fogo trabalhar. Era exatamente como os cinejornais da Europa, só que pior. Vimos um monte de soldados correndo em nossa direção a partir do quartel e, em seguida, uma linha de bombas caiu atrás deles, levando todos para o chão.
Fomos inundados em uma nuvem de poeira e tivemos que correr fechar todas as janelas. Enquanto isso, um grupo de soldados tinha entrado em nossa garagem para se esconder. Eles foram totalmente tomados de surpresa e muitos deles não tinham sequer uma arma ou qualquer coisa”.
2. Wilhelm Hoffman, Stalingrado, 29 de julho de 1942
As batalhas mais importantes e sangrentas da Segunda Guerra Mundial foram travadas na Frente Oriental. Uma delas foi a de Stalingrado, onde um banho de sangue de cinco meses virou a maré em favor da União Soviética.
No entanto, antes dos alemães levarem a guerra até essa cidade, eles tinham tidp vitória após vitória e estavam confiantes de que poderiam conquistar a Rússia, como bem expressou Wilhelm Hoffman, um soldado da 94ª Divisão de Infantaria do Sexto Exército alemão:
“O comandante da companhia diz que as tropas russas estão completamente quebradas, e não podem aguentar por mais tempo. Chegar a Volga e tomar Stalingrado não é tão difícil para nós. O Fuhrer sabe qual o ponto fraco dos russos. A vitória não está longe”.
Isso foi em julho. Em dezembro, os alemães é que estavam cercados. Nesse ponto, o diário de Hoffman se torna pessimista sobre as chances de vitória. O relato de 26 de dezembro de 1942 está em contraste gritante com a sua atitude durante o verão:
“Os cavalos já foram comidos. Eu comeria um gato; eles dizem que sua carne também é saborosa. Os soldados parecem cadáveres ou lunáticos, à procura de algo para colocar em suas bocas. Eles já não se cobrem dos ataques russos; não têm a força para caminhar, correr e se esconder. Maldita seja esta guerra!”.
Hoffman morreu em Stalingrado, embora não saibamos exatamente como ou quando.
1. Hayashi Ichizo, Japão, 21 de março de 1945
No imaginário popular, os pilotos kamikazes japoneses eram todos fanáticos imperialistas ansiosos para se sacrificar por seu país.
Oficialmente, é dito que todos se voluntariaram, mas a realidade é que muitos foram essencialmente forçados a cumprir esse papel, como foi o caso do estudante japonês Hayashi Ichizo, chamado pelo exército em 1943 com a idade de 21 anos.
Se você acha que ele era muito jovem para se candidatar à morte, saiba que nem sequer era o mais novo entre os kamikazes, título que coube a Yukio Araki, na foto acima segurando seu cachorro, que tinha apenas 17 anos. Em seu diário, Hayashi relatou como foi ser designado para servir como um piloto suicida:
“Para ser honesto, eu não posso dizer que o desejo de morrer pelo imperador é genuíno, que vem do meu coração. No entanto, é decidido por mim que eu morra para o imperador. Não vou ter medo do momento da minha morte.
Mas eu estou com medo de como o medo da morte vai perturbar a minha vida… Mesmo para uma vida curta, há muitas memórias. Para alguém que teve uma vida boa, é muito difícil se separar dela.
Mas cheguei a um ponto de não retorno. Eu devo mergulhar em um navio inimigo. À medida que a preparação para a decolagem se aproxima, sinto uma forte pressão sobre mim. Eu não acho que eu posso encarar a morte…
Eu tentei o meu melhor para escapar em vão. Então, agora que eu não tenho escolha, eu devo ir valentemente”.
Sua missão suicida foi concluída em 12 de abril de 1945, cinco meses antes da rendição do Japão. [Listverse]
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