► O PENSAMENTO DO CLUBE MILITAR: ”TEM SAÍDA?

O PENSAMENTO DO CLUBE MILITAR:

 ”TEM SAÍDA?”

Gen Clovis Purper Bandeira
Editor de Opinião do Clube Militar

            Num recente programa Painel Globo News, o jornalista William Waack recebeu como convidados um ex-Presidente do Banco Central e dois renomados cientistas políticos.
            O assunto, como não poderia deixar de ser, era a grave crise em que se debate o Brasil.
            Em resumo, concordaram com a ideia generalizada de que não há qualquer programa capaz de resgatar a confiança do povo nos seus atuais governantes; e de que nenhuma das poucas ideias sugeridas para tal seja minimamente exequível. 

A única ideia salvadora que resta para Joaquim Levy – aliás, antípoda da presidente – é o renascimento da famigerada CPMF. E para aprovar sua proposta não conta com a menor boa vontade dos parlamentares, nem do povo em geral. 

Por outro lado, apoiam a volta da “contribuição” os governadores estaduais e os prefeitos, todos tendo que administrar com os cofres vazios.
            Parece que chega ao fim o irresponsável populismo de esquerda imposto pelo lulopetismo, surdo a todos os alertas que recebeu de fontes equilibradas e confiáveis. 

Nesse período, o Estado cresceu desordenadamente, tendo o efetivo do funcionalismo aumentado em 38% em relação ao governo anterior, e a situação fiscal equilibrada que atingíramos após grandes sacrifícios de todo o povo foi desbaratada pelos governos petistas.

            Foram doze anos de destruição das instituições. Algumas delas ressurgem agora, com rebeldia contra o governo que as menosprezou e apequenou.

            Quanto ao povo, ele está extremamente cético em relação à retomada do crescimento do país com o governo que temos, e mais ainda quanto à possibilidade de realização, com os atuais congressistas, das reformas estruturais de que necessitamos.

            É uma crise sem solução à vista. Há um impasse onde a oposição não avança e onde o governo não se sustenta. Todos empurram o problema para 2018.

            A economia ainda vai piorar, o desemprego aumentará até 11% ou mais. Os próximos anos serão de uma crise em constante agravamento.

            O Executivo perdeu totalmente a capacidade de governar, estando imobilizado e confundindo o imobilismo com funcionamento normal das instituições. 

É normal que as instituições não funcionem? É suficiente o fato de as mesmas estarem formalmente abertas, mesmo que nada consigam ou se atrevam a produzir?

Marchamos a passos largos para uma situação limite.

            Não haverá ajuste possível sem nova dose muito amarga de sacrifício para a população.

No entanto, a situação involuiu de tal forma que não há a quem entregar a tarefa de realizar as reformas necessárias.

Após tão graves considerações, um dos convidados perguntou: “E será que “esta porcaria” (sic) chega até 2018? ”

Um dos debatedores acha que sim, com o governo arrastando-se em meio a dificuldades crescentes.

Outro pensa que a crise se desenvolve em degraus, é exponencial e não alcança 2018. 

O desfecho dar-se-ia antes, e é imprevisível. As coisas vão se precipitar, e o horizonte é escuro.

O debate parece resumir as tendências de pensamento que dominam os brasileiros: os otimistas acham que o governo resiste até 2018, a duras penas; os pessimistas, que haverá uma solução heterodoxa, antes disso, pois a nação não aguentará tanto tempo de desgoverno e crise crescente. 

Ou será o contrário? Haverá otimistas?

Não sabemos que tipo de desfecho nos está reservado.

Os sindicalistas encastelados na máquina estatal entregariam seus postos e seus privilégios sem resistência? 

Haverá uma solução brusca, com enfrentamento violento entre as correntes mais exaltadas? Até quando o povo aguentará a crise em constante agravamento?

Ou ainda seria possível pensarmos seriamente em quem teria condições de discutir e equacionar tantos problemas? 

Há quem pense num grupo de brasileiros, selecionados dentre os mais capazes e descompromissados com a política partidária atual. 

Eles existem? Quem os escolheria? Quem os legitimaria?

Todas as soluções passam por alguma medida excepcional, que rompa o imobilismo do governo Dilma e que inicie a reação que já tarda. 

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