EFEITO DOMINÓ NO PT.
Um
conjunto de documentos apreendidos pela Polícia Federal na Operação Acrônimo
vai servir como prova na ação de investigação judicial eleitoral (AIJE) que
pode resultar na cassação do diploma do governador de Minas Gerais, Fernando
Pimentel (PT), por abuso de poder econômico.
A ação promovida pelo Ministério
Público Eleitoral foi aberta porque Pimentel extrapolou em mais de 10 milhões
de reais o limite de gastos na campanha do ano passado.
Os documentos
encontrados pela Polícia Federal indicam que houve subfaturamento de despesas com
gráficas a serviço de Pimentel – ou seja, há evidências de que as despesas do
petista foram ainda maiores.
Relator da ação no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG),
o desembargador Domingos Coelho autorizou nesta segunda-feira que notas fiscais
de despesas da campanha de Pimentel apreendidas na Acrônimo sejam
compartilhadas com o processo eleitoral em Belo Horizonte.
As provas fazem
parte do inquérito da Polícia Federal em Brasília, que apura falsidade
ideológica para fins eleitorais – crime com pena de até cinco anos de reclusão.
“Os documentos apresentados revelariam que um valor milionário de
recursos gastos na campanha teria deixado de ser registrado por Fernando
Pimentel, implicando igualmente uma quantia captada de maneira ilícita, sem
identificação da fonte doadora.
Tal método obscuro e ilícito de realização de
despesas, segundo o peticionário [Ministério Público Eleitoral], teria sido
engendrado para eximir de responsabilidades o então candidato, que, no entanto,
promoveu uma extrapolação do limite de gastos de campanha caracterizado por
claro abuso de poder econômico”, escreveu o desembargador na decisão.
O
Ministério Público e a Polícia Federal suspeitam que metade do material
impresso da campanha de Pimentel tenha sido subfaturada ou objeto de caixa dois
– gastos não declarados.
O valor total é de 6 milhões de reais, conforme
relatório do Superior Tribunal de Justiça, instância responsável pela
investigação de governadores por causa do foro privilegiado.
As notas fiscais sugerem que Pimentel deixou de registrar
362.312,25 reais equivalentes a 34 milhões de panfletos impressos Gráfica e
Editora Brasil Ltda, de familiares do empresário e também alvo da PF Benedito
Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, amigo do governador.
Um cruzamento de dados
de uma planilha apreendida na gráfica de Bené com comprovantes de pagamento e
ordens de serviço emitidas mostra que material de propaganda produzido pela
Gráfica e Editora Colorprint Ldta (microempresa de apenas um funcionário) foi
maior e custou bem mais do que o registrado nas notas fiscais.
Os impressos trazem slogans da campanha petista como
“Competência para fazer melhor” e “Ouvir para fazer melhor”.
Os pagamentos
foram intermediados pelo Comitê Financeiro Único do PT/MG. A Colorprint recebeu
mais de 1,5 milhão de reais do comitê.
Técnicos do TRE-MG fazem uma perícia, solicitada pela defesa do
petista, na prestação de contas de Pimentel, cuja rejeição pela corte motivou a
abertura da ação de investigação (AIJE).
O tribunal considerou que Pimentel não
respeitou o limite de 42 milhões de reais e reprovou a prestação de contas do
governador, o que automaticamente cassa o mandato do governador Fernando
Pimentel.
(Via agências)
Fonte http://pensabrasil.com/fim-do-mandato-do-petista-fernando-pimentel-governador-de-minas/
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