30 DE JUNHO DE 2016 • ( 2 )
Dentre as famosas recuadas de Waldir Maranhão, essa não tem a menor graça. Leia, conforme a Jovem Pan:
O presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), afirmou que não vai autorizar a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da União Nacional da Estudantes (UNE). Mesmo após os membros da CPI terem sido escolhidos, a reunião para a instalação do colegiado foi adiada pelo parlamentar três vezes nas últimas semanas, sem qualquer justificativa do presidente da Casa. Na última terça-feira, depois de mais um adiamento, Maranhão disse ao líder do governo, André Moura (PSC-SP), que não vai instalar nenhuma CPI enquanto estiver à frente do comando dos trabalhos legislativos.
Maranhão teria dito a Moura que as CPI's são muito "polêmicas". Ele considera que terá pouco tempo à frente dos trabalhos legislativos, pois logo deverá ser substituído, e não quer se indispor com os estudantes da UNE.
Segundo a matéria, Temer também "compartilharia do mesmo sentimento". Assim, ele está precisando de algum incentivo: Leia-se: pressão.
E tem mais: "o ministro das Relações Exteriores, José Serra, que já foi presidente da instituição em 1963, então com 21 anos, também seria contrário à instalação".
Com o perdão da expressão, isso já virou zona.
A deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) adiantou que vai entrar com um mandado de segurança até a próxima quarta-feira, 6, para garantir a instalação da comissão na Justiça. Leia mais:
Segundo ela, Maranhão se comprometeu pessoalmente a instalar o colegiado, mas não cumpriu a sua palavra e "boicotou deliberadamente" o início dos trabalhos. "Ele podia ter sido sincero, jogado limpo, mas não, preferiu fazer os deputados de bobo", declarou a deputada. "Estamos vivendo um momento de transformações e a UNE não está imune a isso. Tem que ser passada a limpo também", defendeu.
Segundo André Moura, durante a conversa com Maranhão na última terça, ele tentou ponderar sobre a instalação, porém ele estava irredutível. Apesar disso, o líder do governo comentou que a CPI da UNE não é defendida pelo Planalto, e sim por aliados da base na Câmara. Além de Cristiane, os deputados Marco Feliciano (PSC-MT) e Bruno Covas (PSDB-SP) articulam pela abertura da CPI. Nos bastidores, deputados afirmam que o presidente interino estaria sofrendo pressões do governador do Maranhão, Flávio Dino, que é do PCdoB, partido que preside a UNE há décadas. Procurada, a assessoria de Maranhão disse que ele não iria comentar o caso.
Sejamos francos: a CPI da UNE não vai sair até o final do impeachment. Mas depois do processo, surgem esperanças, e por isso temos que desconstruir todos os inimigos da CPI da UNE.
Podemos dar um desconto para aqueles que estão fazendo cálculo político, o que parece ser o caso de Temer. Mas os que se opõem à CPI por princípio merecem tomar escracho até desistirem de afrontar o povo.
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