FBI fez alerta ao Brasil sobre suspeitos de terrorismo
na Olimpíada do Rio
A
Polícia Federal norte-americana, alertou o Brasil sobre pelo menos seis
suspeitos de compor uma célula terrorista internacional do Estado Islâmico no
País
As autoridades brasileiras planejam mobilizar a partir de 24 de
julho um total de 85 mil militares e policiais para o Rio 2016
Foto: CHRISTOPHE SIMON / AFP Estadão
Conteúdo
O procurador da República Rafael Brum Miron, da Operação
Hashtag, afirmou que o FBI, a Polícia Federal norte-americana,alertou o Brasil sobre pelo menos
seis suspeitos de
compor uma célula terrorista internacional do Estado Islâmico no País.
O
relatório da polícia norte-americana era "sucinto", segundo o
procurador, mas apontava para os investigados e advertia sobre o radicalismo
deles. "Veio do FBI a informação", afirmou o procurador. "Eles
mandaram um relatório bem sucinto. Tais pessoas merecem investigação, atenção
maior", disse o procurador.
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A Operação Hashtag prendeu 10 suspeitos na última quinta-feira.
Todos foram levados para o presídio federal de segurança máxima em Campo
Grande, em Mato Grosso do Sul.
Nesta sexta-feira, no final da tarde, outro
procurado, que estava foragido, se entregou em uma pequena cidade na fronteira
da Bolívia. Nas missões de buscas nos endereços dos alvos da Hashtag realizados
pela Polícia Federal foram apreendidos "objetos de apologia" ao
Estado Islâmico.
A operação ocorreu quando faltavam 15 dias para a cerimônia de
abertura dos Jogos Olímpicos, quando o Brasil receberá atletas de todo o mundo,
incluindo países que foram alvos de ataques recentes do grupo. Os mandados
foram expedidos pela 14.ª Vara Federal de Curitiba, onde morava o suposto líder
do grupo.
Os riscos de um atentado terrorista no Brasil diminuíram
"sensivelmente" após a prisão dos suspeitos de fazer parte de uma
célula do Estado Islâmico no Brasil, afirma o procurador. Os investigadores
monitoraram as conversas dos investigados e descobriram uma possibilidade concreta
de atentado durante os Jogos do Rio.
"Eles são amadores, são. Mas não conheço suicida
experiente", afirmou o procurador. Eles não têm técnicas muito apuradas,
mas para dirigir um caminhão e atropelar 80 pessoas não precisa muita técnica.
Existe a preocupação, neste processo ela é séria, por isso essas pessoas estão
presas".
Desde maio, a Operação Hashtag se debruçou sobre mensagens
trocadas pelo aplicativo de mensagens Telegram e por meio de redes sociais e
achou conversas em árabe, inglês e português.
"Tinha notícia de firme
propósito (de promover um atentado), embora sem dar data, sem dar local: ‘Sim,
eu quero, eu tenho de morrer para ir para o paraíso’, coisa desse tipo",
afirmou o procurador.
A Operação Hashtag prendeu mais de 11 suspeitos e expediu 14
mandados, incluindo os de busca e apreensão e de condução coercitiva, amparada
na Lei Antiterrorismo. Foi a primeira vez no País que a lei, promulgada em
março, foi aplicada na prática.
"O Brasil permite uma punição de risco ao
terrorismo. A legislação brasileira é muito ampla. Existia o risco concreto?
Existia. Mas tinha data, lugar, programação? Não, não tem isso.
Eu acredito que
os riscos, em virtude dessas prisões, diminuíram sensivelmente", disse
Brum de Miron.
PARAÍSO - Em troca de mensagens pelo Telegram capturadas pela
operação, uma chamou a atenção dos investigadores. Um dos suspeitos de fazer
parte da célula terrorista afirmou que a "Olimpíada é uma oportunidade
para ir ao paraíso".
Existem diálogos de aproveitar a Olimpíada: "Ah,
A Olimpíada é uma oportunidade para ir para o paraíso’, coisas nesse
sentido", afirmou o procurador.
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