Senador cassado é o autor da denúncia que levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a se tornar réu por tramar contra a Operação Lava Jato
Autor da delação que levou à denúncia contra o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o senador cassado Delcídio Amaral (sem
partido-MS) disse que “um dia a conta chega para todo mundo”.
Delcídio se
referia ao fato de Lula ter se tornado réu em ação criminal na Justiça Federal
em Brasília por tramar contra a Operação Lava Jato.
O próprio Delcídio também é réu na mesma ação, ao
lado de outros cinco acusados de envolvimento em um plano para comprar o
silêncio do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró.
Delcídio foi preso no dia
25 de novembro, por determinação do Supremo Tribunal Federal. Em fevereiro, ele
foi solto.
Seus depoimentos deram sustentação a várias denúncias da
Procuradoria-Geral da República e abertura de inquéritos no âmbito da Lava
Jato.
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Para o senador cassado, a decisão judicial que
recebeu a acusação da Procuradoria contra Lula “só fortalece” suas revelações.
“Isso só fortalece a minha colaboração, mostra a efetividade da minha
colaboração.
O juiz, assim como a Procuradoria, se aprofundaram com relação a
esse episódio da obstrução.
As provas foram consideradas suficientes e levaram
à denúncia e ao recebimento pela Justiça.”
Em troca de sua delação, o ex-senador deverá se
livrar de uma eventual pena de prisão, mesmo que condenado na ação por
tentativa de obstrução da Lava Jato.
Delcídio disse que está cumprindo todos os termos
do acordo de colaboração que firmou com a Procuradoria-Geral da República, que
em parecer afirmou que ele não estaria comparecendo quinzenalmente à Justiça e
nem morando no endereço declarado.
‘Absolvição’ – A defesa
de André Esteves disse que o juiz Ricardo Leite, da Justiça Federal em
Brasília, “deve ainda examinar se é caso de absolvição sumária ou mesmo de
rejeição da denúncia”.
“Nós vamos lutar por isso, pois estamos convencidos de
que nosso cliente não cometeu nenhuma irregularidade. Não há justa causa para
abrir processo penal em bases tão fracas”.
O advogado Damian Vilutis, que defende Maurício
Bumlai, negou que seu cliente entregou dinheiro a Delcídio para ser enviado a
Cerveró ou para os familiares do ex-diretor.
O criminalista Conrado de Almeida Prado, que
defende José Carlos Bumlai, afirmou que a aceitação da denúncia já era esperada
e que vai se manifestar sobre o caso perante o juiz.
“Vamos pleitear que ela (denúncia) seja rejeitada e,
caso seja mantida, a defesa vai provar que José Carlos Bumlai nunca deu
dinheiro a Nestor Cerveró ou sua família a fim de comprar silêncio ou impedir o
acordo de delação premiada”, afirmou.
“Tanto isso é verdade que a delação
aconteceu, e que o próprio Nestor admitiu em outro processo que não tratou com
Bumlai a respeito de nenhuma irregularidade.”
Edson Ribeiro disse que “tanto o Ministério Público
quanto o juiz foram induzidos a erro por Bernardo, filho de Nestor Cerveró”.
“Eu jamais tentei obstruir de qualquer forma a Justiça.”
A reportagem não conseguiu contato ontem com a
defesa de Diogo Ferreira Rodrigues.
(Com Estadão Conteúdo)
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