Atentados, desastres, Trump: os principais fatos de 2016
no mundo
Atentados, desastres naturais, eleições
presidenciais americanas, resultados surpreendentes em referendos: o ano teve
O ano de 2016 passou como um furacão na vida dos brasileiros.
O país
presenciou o impeachment de Dilma Rousseff, a cassação do mandato do ex-presidente
da Câmara Eduardo Cunha, prisões de figurões do poder, como o próprio Cunha, os
ex-governadores do Rio Sergio Cabral e Anthony Garotinho, e do ex-ministro
da Fazenda Antonio Palocci, delações premiadas bombásticas da Lava Jato e
a aprovação de controversas medidas econômicas, apenas para citar
acontecimentos que abalaram o cenário político.
No
primeiro semestre do ano, o caso do estupro coletivo de uma jovem de 16
anos, no Rio de Janeiro, chocou o país.
Em setembro, o trágico
afogamento do ator Domingos Montagner no Rio São Francisco deixou seus fãs
incrédulos.
No fim de novembro, o Brasil mergulhou no luto pelos 71
mortos no acidente aéreo com a delegação da Chapecoense na Colômbia, onde a
equipe catarinense disputaria a tão sonhada final da Copa Sul-Americana.
Os brasileiros também foram às urnas nas eleições
municipais, promovendo a derrocada do Partido dos Trabalhadores, e se encheram
de orgulho pelo sucesso da Rio-2016, em que nossos atletas bateram o recorde
histórico de medalhas olímpicas.
As notícias que chegaram dos quatro cantos do planeta
também não deram trégua. Confira os principais fatos internacionais dos últimos
doze meses:
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1. Ofensiva do regime sírio em
Alepo
(Abdalrhman Ismail/Reuters)
O segundo semestre de 2016 foi o mais violento para os moradores da segunda maior cidade da Síria, Alepo.
O Exército sírio e aliados realizaram uma forte ofensiva contra o leste da cidade, controlado por rebeldes.
Os bairros da região foram duramente bombardeados para abrir caminho para as forças do regime de Bashar Assad.
Enquanto organizações como a Médicos Sem Fronteiras denunciavam 'banho de sangue' em Alepo, hospitais da região eram bombardeados e comboios de ajuda humanitária eram impedidos de chegar aos locais afetados.
Com a chegada dos soldados sírios à cidade, no final de
novembro, dezenas de milhares de pessoas começaram a ser retiradas dos
bairros rebeldes em ônibus e ambulância.
2. Eleição de Donald Trump nos Estados Unidos
(Mark Wilson/Getty Images)
No dia 8 de novembro, o magnata republicano Donald Trump surpreendeu os democratas - e muitos republicanos também -, o mercado, a imprensa e a comunidade internacional ao derrotar Hillary Clinton nas eleições presidenciais americanas.
A ex-secretária de Estado obteve 2,5 milhões de votos a mais, mas perdeu na soma que realmente importa: contabilizou 232 delegados, contra 306 do controverso empresário que “fala o que pensa”, como defendem seus eleitores.
Trump toma posse em 20 de janeiro.
3. Referendo favorável ao Brexit
(Hannibal Hanschke/Reuters/Reuters)
O referendo que perguntou aos britânicos se o Reino Unido deveria deixar a União Europeia teve um resultado histórico.
No dia 23 de junho, 17,4 milhões de eleitores (52%) decidiram pelo Brexit (saída da UE), pouco mais de quatro décadas após a entrada no bloco, conhecido à época como Comunidade Econômica Europeia (UEE).
O então primeiro-ministro David
Cameron, que condicionou a permanência no cargo à vitória da permanência do
país no bloco, teve de fazer as malas e deixar o endereço 10 Downing Street
para dar lugar a Theresa May, a segunda mulher na história do país a ocupar o
cargo – a primeira foi Margaret Thatcher.
4. Morte de Fidel Castro
(Joe Raeddle/Getty Images)
Fidel Castro morreu na noite de 25 de novembro, pelo horário de Havana, aos 90 anos de idade.
O líder da revolução cubana, que comandou a ilha comunista de 1959 até 2006, quando problemas de saúde o obrigaram a entregar o poder ao irmão Raúl, foi responsável pela morte de milhares de pessoas em julgamentos sumários, pela fuga de milhões para o exterior e pela penúria dos que permaneceram no país.
Após nove dias de funeral, período em que os restos mortais de Fidel foram transportados em carreata por toda a ilha, as cinzas de Fidel finalmente foram sepultadas em Santiago de Cuba.
Fidel morreu oito meses depois da histórica
visita de Barack Obama, a primeira viagem oficial de um presidente
americano à ilha caribenha em quase 90 anos.
5. Terremoto na Itália
(Filippo Monteforte/AFP)
O terremoto de magnitude 6,2 graus na escala Richter
deixou 299 mortos, a maioria da cidade de Amatrice, que ficou em ruínas.
Accumoli e Arquata del Tronto também
foram destruídas pelo abalo principal e pelos cerca de duzentos tremores
secundários.
A tragédia deixou ainda milhares de
pessoas desabrigadas, e as casas que será construídas para abrigá-las ficarão
prontas apenas em 2017, com um custo estimado em 1,2 bilhão de euros.
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6. Tentativa de golpe militar
na Turquia
(Murad Sezer/Reuters)
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Uma tentativa frustrada de golpe
de Estado na Turquia promovida por um pequeno grupo de militares – daí a falta de
sucesso – na noite de 15 de julho.
Soldados rebeldes fecharam
importantes pontes de Istambul, caças F-16 invadiram o céu da capital Ancara e
os militares tomaram emissoras de TV privadas e estatais.
O presidente turco
Recep Tayyip Erdogan exortou a população a ir às ruas para protestar contra o
golpe e, algumas horas depois, a situação havia sido controlada.
Como resposta,
Erdogan mandou prender milhares de militares, jornalistas, professores,
magistrados e funcionários públicos oposicionistas e acusou o clérigo Fetullah
Gülen, que vive nos Estados Unidos, de orquestrar o golpe.
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7. Atentados do Estado Islâmico
(Eric Gaillard/Reuters)
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O ano marcado por
significativas derrotas do Estado Islâmico - os extremistas perderam redutos
como Fallujah, no Iraque, e Sirte, na Líbia - também
contabilizou atentados mortais provocados por terroristas ligados ao
grupo ou radicalizados com propaganda pela internet.
Um aeroporto e uma
estação de metrô em Bruxelas, na
Bélgica, foram os alvos de ataques que deixaram 32 mortos no dia 22 de março.
Em Orlando, nos
Estados Unidos, 49 frequentadores da boate gay Pulse foram executadas por um
‘lobo solitário’ em 12 de junho.
Em Bagdá, capital
do Iraque, quase 300 pessoas morreram na explosão de um carro-bomba no dia 3 de
julho.
Nove dias depois, 86 pessoas morreram quando um terrorista atropelou com
um caminhão uma multidão que assistia às celebrações do Dia da Bastilha na
principal avenida de Nice, no sul da
França.
Um atentado contra uma manifestação
na capital afegã Cabul deixou
pelo menos 61 mortos no dia 23 de julho.
Em 19 de dezembro, 12 pessoas morreram
quando o motorista de um caminhão invadiu uma feira natalina em Berlim.
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8. Furacão Matthew no Haiti
(Andres Martinez Casares/Reuters)
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A tempestade mais forte no Caribe
em quase uma década alcançou o Haiti no dia 4 de outubro deixou um rastro de devastação e morte no país que já sofre com a
alta taxa de pobreza.
Chuvas torrenciais com ventos de 233 quilômetros por hora
provocaram a morte de mais de 900 pessoas e destruíram cidades inteiras.
Após a
passagem do furacão Matthew, que deixou cerca de 1,4 milhão de haitianos com necessidade de
ajuda humanitária, o país foi assolado por um surto de cólera.
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9. Rejeição dos colombianos ao
acordo de paz com as Farc
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A inesperada (e apertada - 50,2%
contra 49,8%) derrota do acordo de paz firmado
entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia
(Farc), em plebiscito realizado no dia 2 de outubro, frustrou temporariamente a expectativa
de pôr fim a mais de meio século de conflito no país.
A campanha pelo “não”,
que criticava a anistia aos guerrilheiros das Farc, conseguiu a rejeição da
população da Colômbia a
um pacto costurado ao longo de quatro anos, mas não impediu que o presidente
Juan Manuel Santos ganhasse o Nobel da Paz por seus esforços pela paz.
Após a
derrota nas urnas, Santos aceitou renegociar o acordo com o líder das Farc,
Rodrigo ‘Timochenko’ Londoño Echeverri, e o novo pacto foi aprovado pelo
Congresso da Colômbia no final de novembro.
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10. Escândalo Panama Papers
(Luis Acosta/AFP)
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