A Palestina convocou seu embaixador
no Brasil para consultas, segundo comunicado divulgado neste domingo (31)
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Autoridade Palestina condenou
"nos termos mais fortes" a decisão brasileira de abrir um escritório
de negócios em Jerusalém e convocou seu embaixador no Brasil para consultas,
segundo comunicado divulgado neste domingo (31).
"Entraremos em contato com nosso embaixador no
Brasil para chamá-lo para consultas, para tomarmos as decisões apropriadas para
lidar com esta situação", disse o Ministério das Relações Exteriores da
Autoridade Palestina, em comunicado.
A decisão de abrir o
escritório foi anunciada por Jair Bolsonaro durante visita a Israel neste
domingo (31). O presidente prometeu mover a embaixada brasileira de Tel Aviv
para Israel durante sua campanha, mas até agora não cumpriu essa promessa.
O Ministério disse
que considera a decisão brasileira "uma violação descarada da legitimidade
e das resoluções internacionais, uma agressão direta ao nosso povo e a seus
direitos e uma resposta afirmativa para a pressão israelita-americana que mira
reforçar a ocupação, a construção de assentamentos e a judaização da área
ocupada em Jerusalém.
O comunicado reitera
que a Palestina considera Jerusalém como parte de seu território.
Segundo o jornal The
Jerusalem Post, a Autoridade Palestina irá debater com outros países uma
resposta unificada para a decisão brasileira.
Neste domingo,
Bolsonaro anunciou a abertura de "escritório, em Jerusalém, para promoção
do comércio, investimentos e intercâmbio em inovação e tecnologia" -uma
repartição sem status diplomático para estimular negócios entre os países.
"Saúdo a
decisão de abrir (...) um escritório oficial do governo do Brasil, em
Jerusalém", afirmou o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu. "Espero
que este seja o primeiro passo para a abertura da embaixada brasileira em
Jerusalém."
Bolsonaro,
pressionado para não afastar os países árabes, importantes importadores da
carne brasileira, decidiu adotar uma medida intermediária.
A proposta de mudar
o local da embaixada, porém, contraria a tradição diplomática brasileira de
seguir a orientação das Nações Unidas e esperar uma resolução do conflito entre
israelenses e palestinos para definir o status de Jerusalém, que ambos os povos
clamam como sua capital.
Atualmente, apenas
EUA e Guatemala mudaram suas embaixadas para Jerusalém.
Nenhum comentário:
Postar um comentário