Profecias bíblicas sobre o futuro do mundo tornam-se vivas e apavoram humanidade
Catástrofes causadas pelo aquecimento global apavoram a humanidade e tornam vivas as profecias bíblicas sobre o futuro do mundo.
Os gigantescos blocos de gelo que se desprendem na Antártica e no Ártico impressionam qualquer um. Eles são apenas o efeito mais visível de um fenômeno que também tem provocado tornados e furações devastadores na América do Norte, ondas de forte calor na Europa, secas rigorosas na África, inundações na Ásia e invernos rigorosíssimos no Hemisfério Norte. Sem falar nas epidemias, catástrofes naturais e extinção de espécies animais e vegetais que têm ocorrido como nunca nas últimas décadas. Aquilo que antes estava restrito a filmes de ficção científica ou às profecias bíblicas de Daniel e do Apocalipse, agora está em todos os noticiários – o mundo parece em convulsão. Nem os cientistas mais céticos se arriscam a colocar em dúvida a realidade do aquecimento global, processo provocado pela ação humana e que pode levar à extinção da vida no planeta que, um dia, foi chamado de azul pelo cosmonauta soviético Yuri Gagarin. Apesar das divergências sobre o tamanho e extensão do impacto da tragédia, cada vez mais gente acredita que se tratam dos “sinais dos tempos”, os acontecimentos preditos por Jesus Cristo nos evangelhos e que antecederiam sua volta. Tanto da parte da ciência moderna quanto da teologia, que tantas vezes são como água e óleo, a certeza é uma só: as coisas ainda vão piorar muito.
Quem tiver dúvidas a respeito das mudanças no clima do planeta e suas terríveis conseqüências deve olhar para os pólos da Terra. Longe de serem o produto de modelos engendrados em computador, lá os efeitos da destruição dos ecossistemas são visíveis. Coberta por uma grossa calota de gelo há pelo menos dez mil anos, desde a última glaciação, já se registra na Antártica a enorme formação de áreas verdes na antiga imensidão branca, mostrando o tempo cada vez mais quente e o conseqüente derretimento. Já no Ártico, o ritmo da elevação da temperatura na atmosfera é o dobro da média global. Previsões mais conservadoras dão conta de que a calota gelada no extremo norte da Terra, fundamental para a manutenção da temperatura no planeta, deve desaparecer totalmente durante o verão a partir de 2060. Isso pode significar muito mais do que extinção de espécies como os ursos polares, que não terão mais a área de mar congelado para caçar, ou a necessidade de esquimós usarem freezer para armazenar carne, como já começa a ser visto.
O que vem ocorrendo nas regiões polares tem repercussão direta no equilíbrio climático em todo o mundo. Devido às baixas temperaturas, os pólos ajudam a manter o clima global ameno, alimentando as correntes marítimas, resfriando as massas de ar e devolvendo ao espaço a maior parte da energia solar que recebem, graças às vastas superfícies brancas. Se as previsões se concretizarem, somente no Oceano Ártico, as temperaturas ficarão 12 graus centígrados mais quentes em poucos anos. Isso será sentido em toda parte do mundo, gerando cataclismos inimagináveis, inclusive a inundação de regiões costeiras com o aumento do nível dos oceanos. Num cenário pavoroso, cidades como Nova Iorque e Rio de Janeiro deixariam de existir, e países inteiros, como a Holanda, seriam literalmente riscados do mapa.
Mais de 60 nações, entre elas o Brasil, estão mobilizando 10 mil cientistas e investindo 1,5 bilhão de dólares em 228 projetos de pesquisa no Ártico e na Antártica. O pano de fundo é mesmo o aquecimento global, mas, entre outras coisas, pretendem calcular a quantidade de gelo que será derramada no mar nas próximas décadas devido ao degelo de regiões como a Groenlândia. “Os pólos estão dando seu alerta. Se todo esse gelo derreter, o nível dos mares poderá subir sete metros. Muitas cidades litorâneas serão inundadas e destruídas”, confirma o pastor e jornalista Antônio Mesquita, da Assembléia de Deus, que pesquisa o assunto. Mas isso não é tudo. Com a salinidade do mar diluída pelas águas doces, correntes se enfraqueceriam e haveria um rompimento brutal do clima do planeta. Seria possível encontrar icebergs no litoral inglês e o inverno na Europa seria um pesadelo.
Esse, aliás, é um dos paradoxos do fenômeno: apesar do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) da ONU falar em aumento da temperatura média no mundo em 5 graus, o que se verão serão invernos mais frios e verões mais quentes. “As temperaturas variarão nos extremos. Em alguns lugares onde o frio é intenso se verá um clima africano. Noutros, já quentes, será insuportável viver por causa do calor. Multidões fugirão ou morrerão sem água”, adverte Mesquita. Se tudo isso se confirmar, o Brasil será duramente atingido. Em menos de 50 anos, a Amazônia seria transformada em um tipo de savana ou cerrado, e os habitantes do sertão nordestino, região já quente e seca, seriam forçados a migrar em massa, desencadeando tragédias sociais de conseqüências imprevisíveis.
Sufocante
Catastrófico ou não, o fato é que esse cenário já começa a se desenhar no horizonte. Causado pelo aumento dos gases do efeito estufa na atmosfera, principalmente do dióxido de carbono, o processo de aumento da temperatura mundial é comprovado por medições precisas feitas pelos mais modernos satélites e sondas. Esses gases formam uma espécie de cobertor em torno do planeta, impedindo que a radiação solar, refletida pela superfície na forma de calor, volte para o espaço. O efeito estufa, muita gente não sabe, é um fenômeno natural normal, que acontece desde que o mundo é mundo. Sem ele, as condições de temperatura e clima na Terra não permitiriam a existência de vida. Porém, o que se vê agora é outra coisa: graças à ação humana, a situação se tornou – com trocadilho – sufocante.
O acúmulo de gases foi intensificado a partir da Revolução Industrial, no século 18. Por causa da intensa atividade fabril, a temperatura já subiu, em média, quase 1 grau nos últimos 100 anos. Não tem jeito: para haver desenvolvimento e crescimento econômico, é preciso gerar mais energia. E esse ciclo vicioso só tende a piorar com a explosão populacional. A cada segundo, quatro crianças nascem no mundo, o que dá um total de 250 por minuto e 130 milhões por ano. Enquanto isso, outras 100 pessoas morrem a cada minuto, o que dá 50 milhões por ano. A conta resulta num aumento estimado de 80 milhões de novos seres humano anualmente. Pela fria lógica dos números, a humanidade será composta, daqui a vinte anos, por 8 bilhões de indivíduos. Se países como China e Índia, os dois mais populosos, continuarem elevando seus padrões de consumo a grandes áreas que antes serviam à agricultura se tornarem desérticas, será impossível produzir alimentos para todos. Isso sem falar na escassez de água potável, um drama anunciado desse século 21.
Citando o capítulo seis de Gênesis, Antônio Mesquita, que também dirige o departamento de jornalismo da Casa Publicadora das Assembléias de Deus (CPAD) e é autor do livro Fronteira final, no qual analisa vários desses “sinais”, não têm dúvidas do motivo de tantas calamidades: “Antes da humanidade ser destruída pelo Dilúvio, Deus confirmou que a causa era a maldade do homem, que se multiplicou sobre o mundo de então. Com tudo que estamos vendo, não é difícil acreditar que são sinais do final dos tempos. A análise de tudo à luz da Palavra de Deus nos leva a essa conclusão”, destaca.
Uma das passagens bíblicas mais citadas quando se trata de escatologia é o capítulo 21 do Evangelho de Lucas. Ali, Jesus fala em grandes terremotos, pestilências, fome e outros eventos terríveis ocorrendo ao mesmo tempo em diversas partes do mundo. Pode ser mera coincidência, mas nunca houve a soma de tantos deles como nesses últimos tempos. De acordo com uma pesquisa feita pela BBC em 27 países, no ano de 2005 os eventos considerados mais significativos foram catástrofes. Naquele período, ocorreram 360 desastres naturais – e 259 deles podem ser considerados diretamente ligados ao aquecimento global. Segundo historiadores, não há comparação com o que acontecia no passado. No século 19, só para ter uma idéia, não havia mais de meia dúzia de episódios do gênero a cada ano. Enquanto isso, num único ano recente, o mundo experimentou 168 inundações, setenta tornados e furacões e duas dezenas de secas. A vida de 154 milhões de pessoas foi diretamente afetada.
Entre tantas catástrofes nos últimos tempos, algumas ficaram mais fortemente marcadas. Quem não se lembra do tsunami na Ásia, no fim de 2004, que deixou um saldo de cerca de 300 mil mortos? Ou do furacão Katrina, que devastou a cidade de Nova Orleans, na mais próspera nação do mundo, os Estados Unidos da América? Isso, para não falar em recentes terremotos na China e no Paquistão – países duramente castigados também por enchentes, ciclones e tempestades –, maremotos na Nova Guiné, incêndios florestais na América do Norte e ondas de calor no Leste Europeu, região normalmente temperada. Em cada ocorrência, mais mortes, mais destruição e mais prejuízos. Por outro lado, há o surgimento de novas doenças, algumas agravadas pelas mudanças no clima, como a dengue, uma das muitas epidemias tropicais que avançam sem controle.
Alienação
“Deveríamos aprender a dar atenção a todos esses indicadores. Conforme Cristo ressaltou, precisamos ler as entrelinhas da história e ver o significado dos acontecimentos. A maioria só vê o óbvio e não o oculto”, aponta o pesquisador e jornalista Marcos De Benedicto, ligado à Igreja Adventista. “Para muita gente, clima resume-se àquelas previsões meteorológicas sobre se vai chover nos próximos dois dias. Temos que entrar no campo da escatologia e interpretar os sinais. O tempo encerra oportunidade, mas traz perigo. Quem enxerga através da neblina, vê mais longe e evita a tragédia”, diz Benedicto, que é editor da Casa Publicadora Brasileira.
Diante do quadro que se avizinha, as fantásticas cenas de grandes produções que falam de hecatombes provocadas pela queda de asteroides ou terríveis mudanças climáticas, como Impacto profundo e O dia depois de amanhã, já não parecem tão incríveis ou distantes assim. Porém, os fatos precisam voltar a ser percebidos, especialmente pela Igreja, que deveria ser uma das grandes interessadas no assunto, mas parece completamente despreocupada. “Hoje, em vez de ser voz profética, a Igreja figura como eco. Quer ser reconhecida como herdeira de João Batista, que preparou a primeira vinda de Jesus Cristo, mas não pensa em rejeitar status e benesses para viver no deserto, de modo mais natural, apontando o rumo para o mundo”, adverte Antônio Mesquita. em uma lembrança de que o caminho para a restauração de todas as coisas não precisa passar apenas pelas páginas do noticiário.
Fonte: Revista Eclésia – Edição 124 / O Verbo
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