Na distante cidade de Reykjavik na Islândia, no Círculo Ártico, encontra-se a maior, mais bizarra e talvez a única coleção de pênis do mundo. Seu criador é o professor e historiador aposentado, Sigurður Hjartarson, que começou essa coleção bizarra em 1974 e atualmente tem 282 espécimes de 93 espécies diferentes de animais. A coleção também exibe arte fálica e artesanato, como abajures feitos de escrotos de touros.
O professor montou com sua coleção, o Museu Falológico Islandês (The Icelandic Phallological Museum), e atualmente é administrado pelo seu filho, Hjörtur Gísli Sigurðsson, que oferece aos visitantes uma visão mais detalhada a respeito do que há de grande e de pequeno em termos de órgão sexual masculino.
O museu também expõem uma série de outros artigos genitais e tem até uma seção com 22 membros de criaturas e povos do folclore islandês, como huldufólk (elfos islandeses), kelpies e trolls e outros seres mitológicos. Sigurður diz que o pênis do elfo, que o catálogo do museu descreve como “incomumente grande e velho“, está entre seus favoritos. Não pode ser visto, como o folclore islandês afirma que elfos e trolls são invisíveis.
O primeiro exemplar humano foi anexado ao acervo em julho de 2011. Sendo este, um dos quatro prometido por pretensos doadores alemão, americano e britânico.
O doador islandês foi um homem de 95 anos da vizinha Akureyri, que teria sido mulherengo na juventude e queria doar seu pênis ao museu para garantir sua “fama eterna”. Em janeiro de 2011, o doador islandês morreu e seu pênis foi removido cirurgicamente para que pudesse ser adicionado à coleção do museu.
A penectomia não foi totalmente bem-sucedida e deixou o pênis “uma massa enrugada e acinzentada“. Segundo Sigurður, “deveria ter sido esticado e costurado na parte de trás para mantê-lo mais ou menos na posição normal“. Em vez disso, “foi diretamente para o formaldeído“. Embora desapontado com os resultados, Sigurður expressou confiança de que “logo terei um mais jovem, maior e melhor“.
A reação mais comum dos visitantes ao pênis humano preservado é “que é muito antigo e um pouco encolhido“. Os comentários masculinos dizem: “oh, espero que o meu não fique assim quando eu envelhecer.”
O escritor e ator americano Jonah Falcon, conhecido por seu pênis de tamanho impressionante, foi convidado pelo museu através do The Huffington Post a doar seu membro após sua morte. Foi anunciado em maio de 2014, que Jonah Falcon tinha aceitado, sugerindo uma exibição ao lado de uma baleia cachalote a ser chamado de “Jonas e a baleia“, se referindo ao conto bíblico.
Johan Falcon é conhecido por ter o segundo maior pênis do mundo, segundo o documentário de 1999, Private Dicks: Men Exposed. São 23 centímetros quando relaxado e 34 centímetros em ereção. Ele perde apenas para o cubano Yosbany Montalván, que ostenta 45,5 centímetros.
O fundador do museu, Sigurður Hjartarson, trabalhou como professor e diretor por 37 anos, ensinando história e espanhol no Hamrahlid College de Reykjavík pelos últimos 26 anos antes de sua aposentadoria. Quando criança, ele tinha um pênis de touro que parece um chicote de equitação, que lhe foi dado para usar como chicote de gado.
Ele começou a coletar pênis depois que um amigo ouviu a história do pênis do touro em 1974 e deu a ele quatro novos, três dos quais Sigurður deu a amigos. Conhecidos em estações baleeiras começaram a trazer-lhe pênis de baleia também, e a coleção cresceu a partir daí, expandindo-se por meio de doações e aquisições de várias fontes em toda a Islândia.
Os órgãos dos animais de fazenda vinham de matadouros, enquanto os pescadores forneciam os dos pinípedes e das baleias menores. Os pênis das baleias maiores vinham de estações baleeiras comerciais, embora essa fonte tenha secado depois que a Comissão Internacional da Baleia implementou uma proibição global da caça comercial de baleias em 1986.
Sigurður foi capaz de continuar a coletar pênis de baleia colhendo-os das 12-16 baleias que são vítimas de encalhe na costa islandesa todos os anos. Ele também obteve o pênis de um urso polar baleado por pescadores que encontraram o animal à deriva no gelo da costa oeste dos fiordes .
Os pênis variam de alguns dos maiores a alguns dos menores pênis do mundo animal. Seu maior exemplar é uma parte do pênis de uma baleia azul medindo 170 centímetros de comprimento e pesando 70 kg. O espécime é apenas a ponta, já que o órgão inteiro, quando intacto, teria cerca de 5 metros de comprimento e pesava cerca de 350–450 kg.
O báculo de um hamster, com apenas 2 milímetros de comprimento, é o menor item da coleção e precisa de uma lupa para ser visualizado. Sigurður descreveu a coleção como o produto de “37 anos coletando pênis. Alguém tinha que fazer isso“.
A coleção foi inicialmente armazenada no escritório de Sigurður na faculdade até que ele se aposentou do emprego de professor. Ele decidiu, mais como um hobby do que um trabalho, colocá-lo em exibição pública em Reykjavík e recebeu uma bolsa do conselho municipal para ajudar na abertura de um museu em agosto de 1997, num antigo restaurante em Húsavík, a cerca de 480 quilômetros a nordeste da capital islandesa.
O museu tornou-se uma atração turística popular, com milhares de visitantes por ano e tem recebido atenção da mídia internacional. O museu foi tema de um documentário chamado “The Final Member“, dos documentaristas canadenses Zach Math e Jonah Bekhor. O filme traça o perfil de Sigurður e sua busca para obter um pênis humano para o museu, contando a história dos doadores americanos e islandeses e examinando a natureza quase tabu da coleção do museu.
Em 2003, o museu atraia 5.200 visitantes por ano, dos quais 4.200 estrangeiros. Já em 2011, já passavam pelo museu, 11.000 visitantes anuais, e setenta por centos dos visitantes, eram mulheres. Ele colocou o museu à venda em 2003, mas também o ofereceu à cidade de Reykjavík. No entanto, ele não teve sucesso em obter apoio financeiro do estado ou cidade. Quando se aposentou em 2004, não podia mais pagar o aluguel das instalações do museu.
De acordo com sua declaração de missão, o museu visa capacitar “os indivíduos a realizar estudos sérios no campo da falologia de uma forma científica e organizada“.
O museu também contém esculturas de quinze pênis baseadas na seleção nacional de handebol da Islândia. Como a equipe ganhou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008, os pênis foram feitos de um material prateado. Sigurður afirma que embora eles não sejam exibidos na mesma ordem que os indivíduos mostrados na fotografia que os acompanha, “suas esposas os reconheceriam“.
De acordo com a revista local Slate, essas esculturas foram criadas pela filha de Sigurður, Þorgerður Sigurðardóttir, e foram baseadas em sua própria experiência ao invés de qualquer conhecimento da equipe. O goleiro do time nega que as esculturas sejam moldes.
Em 2012, o filho do professor recebeu uma oferta de um empresário alemão no valor de 232.000 dólares para vender o museu e instala-lo no Reino Unido, a oferta foi recusada, para que o acervo não saísse da Islândia.
O museu tem uns 55 exemplares de pênis de baleia, de tamanhos diferentes em sua coleção, decepados de dezesseis tipos de baleia. Alguns deles, que o próprio fundador do museu retirou do animal. O maior pênis de baleia é o da baleia azul, é de apenas parte do membro — a que fica de fora do corpo do animal.
A maior parte do pênis de uma baleia fica dentro do corpo do mamífero e é envolto em um tubo interno que contrai ou expande para controlar a passagem dos fluidos. As baleias estão sempre de pênis ereto e que durante o sexo apenas a consistência interna do pênis muda, o que faz com que o animal “vaze”.
Os pênis, doados em sua maioria por pescadores, caçadores e biólogos, ficam dentro de jarros de vidro preenchidos com formol. Ou ficam dependurados nas paredes após passarem por um processo de ressecamento, criando uma atmosfera que lembra a de um laboratório misturado com uma sala de troféus.
Em entrevista anos atrás, Hjartarson afirmou que começou a colecionar os pênis quando trabalhava como diretor de uma escola, nem de longe imaginando que um dia seria dono de um museu dedicado ao assunto. “Aquilo era apenas um hobby“, disse, acrescentando que a coleção ficou relegada ao escritório dele até a criação do museu.
Comentou também que quando era criança, ia pro interior nas férias de verão e aí se deparou com um pênis de boi usado como chicote de gado e acabou ganhando o troço e em 1974 ganhou mais quatro pênis de boi de um amigo, mais tarde começou a ganhar pênis de baleias dos pescadores e assim começou sua coleção e levou 45 anos juntando seu acervo.
A peça favorita dele na época, era o pênis inteiro de um alce que chegou em suas mãos de forma ilegal, contrabandeado da Suécia por um ex aluno seu. Na coleção de mamíferos estrangeiros, o museu só expõem o osso dos pênis, porque é ilegal importar carne crua para a Islândia.
Já para o futuro do museu, Hjartarson comentou em entrevista para o site Vice em 2010, que quer conseguir peças melhores das que já tem, como no caso do pênis de urso polar, que eles só tem a carne, pois o Museu de História Natural tirou o osso e lhe forneceu somente a carne do pênis do animal. Também comentou que por causa das mudanças climáticas, logo aparecerão novos animais, resultado da evolução e adaptação ao clima.
Em 2012 surgiu um documentário canadense chamado de “The Final Membro” de 75 minutos, da Drafthouse Films onde conta a história do filho do fundador do museu para conseguir um exemplar de um pênis humano, com entrevista com os prováveis doadores. Veja o trailer:
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