Nossos ancestrais deixaram muitos vestígios materiais, espalhados
pelo planeta, mas muitos deles não se consegue entendem seus objetivos. Por
mais que os pesquisadores tenham estudados, alguns desses vestígios permanecem
um mistério sem solução.
Geoglifos são imensas imagens esculpidas na superfície da Terra.
Provavelmente, o mais famoso dos geoglifos são as misteriosas Linhas do Deserto
de Nazca (Linhas de Nazca). No entanto, a apenas duzentos quilômetros do
planalto de Nazca, há um exemplar mais estranho ainda.
O Candelabro de Paracas é um enorme tridente, esculpido na superfície de um penhasco costeiro na Baía de Pisco, com cerca de 128 metros de comprimento por 74 metros de largura e aproximadamente 60 centímetros de profundidade. Também é conhecido como “Candelabro dos Andes” devido à sua semelhança com um castiçal de três braços.
Apesar de sua proximidade com as Linhas de Nazca, este geoglifo provavelmente não foi criado pelo povo de Nazca. Uma antiga oficina de cerâmica descoberta nas proximidades, que remonta a cerca de 200 a.C., indica que a autoria é da cultura Paracas.
A forma geral do geoglifo é a de um tridente – possivelmente representando o pára-raio do deus Viracocha, uma divindade para alguns povos da América do Sul – o traço central se divide em ramos menores, parecendo também um cacto, planta comum em desertos.
Frank Joseph, um autor obcecado por teorias alternativas, encontrou semelhanças com uma planta alucinógena chamada jimson (Datura stramomium) no Candelabro de Paracas. Sua teoria é que os habitantes pré-históricos da região de Paracas viajaram para o norte, para a Califórnia, para coletar a planta, e o geoglifo foi usado para ajudar a navegar de volta para casa.
A ideia de que o geoglifo foi usado como um auxílio à navegação é antiga. Moradores acreditam que foi usado por marinheiros para identificar a península, já que o geoglifo pode ser visto a cerca de 20 quilômetros de distância.
Mas também muitos estudiosos atribuem o geoglifo a José de San Martin, um líder do século 19, na luta pela independência do Peru. Há uma teoria de o geoglifo que seja um símbolo maçônico e representa a árvore mundial mesoamericana.
O deserto de Nazca, é uma enorme extensão de terra, no sul do Peru, que se estende por mais de 80 quilômetros entre as cidades de Nazca e Palpa nos Pampas de Jumana, cerca de 400 quilômetros ao sul de Lima, a capital do país.
Por todo deserto pontilham vários geoglifos enormes, esculpidos na superfície da Terra. Os cientistas não conseguem chegar a um consenso sobre o significado das imagens de dimensões colossais, quem as fez e por quê.
Embora alguns geoglifos locais lembrem a cultura de Paracas, estudiosos acreditam que as Linhas de Nazca foram criadas pela civilização de Nazca entre 400 e 650 d.C. As centenas de figuras individuais variam em complexidade a partir de simples linhas até beija-flores, aranhas, macacos, peixes, tubarões ou orcas, lhamas, lagartos e urso.
As linhas são desenhos rasos feitos no chão, removendo as pedras avermelhadas onipresentes na região e descobrindo o chão esbranquiçado por baixo. Centenas são simples linhas ou formas geométricas, com mais de setenta desenhos de animais, aves, peixes ou figuras humanas. Os maiores têm mais de 200 metros de diâmetro.
Segundo o astrônomo inglês D. Hawkins, que estudou os desenhos no deserto de Nazca, os antigos índios deveriam ter gasto cerca de 100 mil homens-ano na confecção dos enormes geoglifos. Outra coisa interessante, é que um trabalho gigantesco desses, com enormes desenhos na superfície do planeta, não são mencionadas nas lendas indígenas. As crônicas espanholas, povo que conquistou a região em 1532, também não menciona os geoglifos.
O Candelabro de Paracas é certamente um enigma. Junto com as linhas de Nazca mostra o quão pouco entendemos atualmente sobre esses sites e as culturas pré-colombianas em geral. O geoglifo foi declaro patrimônio cultural pelo Ministério da Cultura do governo peruano em 2017, por ser uma “expressão de arte num determinado espaço cultural natural de valor histórico”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário