A lua tem níveis de
radiação altíssimos e isso é uma péssima notícia: estudo
Por Marcelo Ribeiro,
em 27.09.2020
Pela primeira vez
foram revelados os níveis de radiação da lua e o resultado mostra que ela é 200
vezes mais radioativa que a Terra.
O
novo estudo, publicado na revista científica Science Advances,
contem dados da sonda lunar chinesa Chang’e 4, que pousou em janeiro de 2019 no
lado oposto da lua.
Radiação é a
emissão de energia na forma de partículas on ondas eletromagnéticas. Isso inclui
luz visível e calor (radiação infravermelha) que podemos sentir e outras que
não podemos, como os raios-X e ondas de rádio. No entanto, astronautas
enfrentam várias fontes de radiação potencialmente prejudiciais no espaço. Na
Terra somos protegidos delas por causa da atmosfera do planeta.
A radiação
prejudicial vem de raios cósmicos galácticos, partículas solares
esporadicamente aceleradas, nêutrons e raios gama das interações entre a
radiação espacial e o solo lunar.
“Os níveis de
radiação que medimos na Lua são cerca de 200 vezes maiores do que na superfície
da Terra 5 a 10 vezes maiores do que em um vôo de Nova York a Frankfurt”,
afirmou Robert Wimmer-Schweingruber, professor de física do Universidade de
Kiel, na Alemanha, e co-autor do estudo publicado na última sexta-feira, em
comunicado.
“Como os
astronautas estariam expostos a esses níveis de radiação por mais tempo do que
passageiros ou pilotos em voos transatlânticos, essa é uma exposição
considerável.”
Risco em viagens
espaciais
A exposição à
radiação é um dos maiores riscos para a saúde dos astronautas, já que a
exposição crônica aos raios cósmicos galácticos (RCGs) pode levar a catarata,
câncer ou doenças degenerativas do sistema nervoso central ou de outros
sistemas orgânicos, afirma o estudo.
“Além disso, a
exposição a grandes eventos de partículas solares em uma situação com blindagem
insuficiente pode causar efeitos agudos graves”, incluiu o estudo.
Pesquisadores da
NASA afirmam que a radiação é um dos cinco perigos do voo espacial humano e o
“mais ameaçador”.
Na missão lunar de
Artemis, quando a primeira mulher caminhará na lua em 2024, os astronautas
deverão permanecer na superfície lunar por uma semana e realizar um mínimo de
dois passeios lunares.
Uma missão a Marte
possivelmente duraria de dois a três anos e uma exposição muito maior a
radiação.
Veículos espaciais profundos, disse a NASA, terão blindagem protetora, medidores de radiação e alertas. A pesquisa também está sendo conduzida em produtos farmacêuticos que podem ajudar na defesa contra a radiação, acrescentou. [CNN]
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