Instituto Butantan pretende fazer análise quando número de casos
de Covid-19 entre voluntários chegar a 61
O governo do estado de São Paulo deu
mais detalhes sobre o que espera da CoronaVac, a vacina
de Covid-19 desenvolvida
pelo laboratório chinês Sinovac e testada no Brasil em parceria com o Instituto Butantan.
Segundo Dimas Covas, diretor do instituto, a pesquisa será enviada para
aprovação da Anvisa se for constatada uma eficácia de 50% durante análise
preliminar.
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A marca de 50% de
eficácia não é necessariamente um objetivo dos pesquisadores, mas sim o nível
mínimo para que a vacina seja útil. É o mesmo patamar definido pelo FDA
nos Estados Unidos para que qualquer vacina contra a Covid-19
possa ser aprovada no país. Pode parecer um nível baixo, mas a raramente a
imunização contra a gripe apresenta níveis de eficácia maior do que isso em um
ano.
Covas deu mais
detalhes de como deve ser aferida essa eficácia, seguindo alguns dos passos
de outras farmacêuticas que revelaram
seus protocolos de testes. Segundo ele, os pesquisadores esperam
reunir 61 casos de Covid-19 entre os voluntários para poder realizar a análise
preliminar da eficácia da CoronaVac.
Esses casos estarão
espalhados entre o grupo que está recebendo a vacina em testes e o que está
tomando apenas um placebo, sem qualquer utilidade contra o coronavírus. Se,
desses 61 casos, todos ou uma maioria relevante estiverem concentrados no grupo
placebo, significa que a vacina é eficaz. Se não houver diferença significativa
entre os dois lados, significa que ela não tem eficácia. Com esses casos e
informações em mãos, os cientistas fazem os cálculos para determinar o
percentual.
O Instituto
Butantan tem sustentado que é possível enviar a vacina para registro com a
Anvisa até o fim de outubro, o que indica que essa é a previsão de quando os 61
casos serão alcançados. No entanto, como não há uma forma de os cientistas
forçarem os voluntários a se infectarem, os resultados podem demorar um pouco
mais para ficar prontos.
Dimas Covas aponta
que, se essa análise preliminar não der uma resposta conclusiva, os
pesquisadores aguardarão um número maior de casos para realizar uma nova
avaliação, prevista para quando forem acumulados 164 casos de Covid-19 entre os
voluntários.
Atualmente, a fase 3 de testes da CoronaVac já inclui 5.000 participantes no Brasil, mas espera-se que esse número chegue à marca de 13 mil voluntários. A conclusão da etapa está prevista apenas para outubro de 2021, mesmo que a vacina seja enviada para aprovação precoce para a Anvisa.
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