Vaticano denunciado por abuso sexual
Uma organização de apoio a vítimas de abusos sexuais cometidos por padres denunciou o Vaticano à Procuradoria do Tribunal Penal Internacional (TPI) nesta terça-feira por crimes contra a humanidade. A Rede de Sobreviventes de Abusados por Padres (Snap, na sigla em inglês) apresentou a denúncia ao considerar que funcionários do Vaticano participaram do "encobrimento generalizado e sistemático de estupros e crimes sexuais" contra crianças no mundo todo, segundo indicou em comunicado.
Uma porta-voz da Procuradoria do TPI, com sede em Haia, não confirmou inicialmente o recebimento da queixa, apresentada por membros da Snap da Alemanha, Bélgica, Holanda e Estados Unidos.
"Os crimes cometidos contra dezenas de milhares de vítimas, a maioria delas crianças, continuam sendo ocultados por funcionários do mais alto nível no Vaticano", afirmou na nota a advogada Pamela Spees, do Centro de Direitos Constitucionais (CCR, uma ONG jurídica norte-americana).
Por essa razão, Pamela declarou que os responsáveis devem ser processados da mesma maneira como acontece com qualquer outro funcionário culpado de crimes contra a humanidade.
Segundo a organização de vítimas, a jurisdição do TPI estabelece o estupro, a agressão sexual violenta e a tortura como crimes contra a humanidade.
Por isso, pede que o Vaticano seja investigado pela suposta responsabilidade individual de alguns de seus funcionários que tinham os autores diretos dos crimes sexuais a seu cargo.
Esta seria "a primeira vez que um tribunal internacional declararia sua jurisdição sobre o Vaticano por delitos cometidos por seus representantes no mundo todo", indica a organização.
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