Serviços de internet e celular estão em expansão no Brasil, mas a conta ainda é cara. Comparado aos habitantes de outras potências emergentes como Rússia, Índia e China, o brasileiro é o que mais paga pelas tecnologias, segundo relatório da União Internacional de Telecomunicações (UIT), agência da ONU para questões de comunicação e tecnologia.
O relatório traz dois índices: o ICT Development Index (IDI), que mede a infraestrutura dos países no que se refere à oferta de serviços de internet e telefonia, e o ICT Price Basket (IPB), que mostra o preço dos serviços em relação à renda per capita.
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No ICT Price Basket, o Brasil aparece em 96ª posição. Segundo o relatório, o brasileiro gasta, em média, 4,8% de sua renda no pagamento de serviços de comunicação. O ranking é liderado por Mônaco, cujos habitantes gastam uma proporção menor da renda com estes serviços. O último lugar é ocupado pelo Níger.
Em termos relativos, a conta dos brasileiros é maior que a dos russos, cujo gasto com internet e celular equivalem a 1,1% do PNB (produto nacional bruto) per capita. Na China, o custo equivale a 3,1% e na Índia a 4,1% do PNB per capita.
Os consumidores do Brasil também pagam mais que os da Argentina, Uruguai e Chile, países com renda aproximada.
No índice IDI, o Brasil se posiciona em 64º lugar (com nota 4,22 em uma escala de 0 a 10), praticamente no meio do caminho rumo ao patamar da Coreia do Sul (8,40), a primeira colocada.
Telefone e internet
O relatório mostra que o mercado de telefonia fixa continua em decadência, com a substituição das antigas linhas por celulares.
Nos países desenvolvidos, o mercado de telefonia móvel se encontra em saturação – atingindo quase 100% da população -, mas a demanda por aparelhos com banda larga está aquecida. Entre 2009 e 2010 o crescimento foi de 160%.
De acordo com o relatório, o mundo conta hoje com mais de 2 bilhões de usuários de internet. Os países desenvolvidos lideram o crescimento (14% entre 2009 e 2010), mas a maior parte dos novos usuários vem das grandes potências emergentes como Brasil, China, Índia, Rússia e também a Nigéria.
Em 19 países, no entanto, o acesso à internet por banda larga permanece inacessível para muitos cidadãos, já que o gasto médio corresponde a mais de 100% da renda média. Na Guiné, por exemplo, a conta para ter banda larga equivale a 2.594% do rendimento médio da população, de US$ 370.
Segundo o relatório, quase 70% dos brasileiros com idade maior a 25 anos é usuário da internet. Na Coreia do Sul essa proporção atinge quase 100%.
O relatório também destaca o desempenho "dinâmico" de países que avançaram rapidamente na oferta de serviços de comunicação, tanto na oferta de infraestrutura quanto nos preços.
Entre os países destacados estão Rússia, Azerbaijão, Omã, Portugal e Vietnã.
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