Volkswagen Variant: Veículo médio alemão para família brasileira
O lançamento da Variant significava entrar no seguimento de veículos médios e oferecer opções que satisfizesse às famílias brasileiras
(06-09-11) - O papa malas da família brasileira, como dizia o anúncio do carro, vinha atender a uma necessidade da Volkswagen: aumentar o mix de produtos. Em outras palavras, o lançamento da Variant significava entrar no seguimento de veículos médios e oferecer opções que satisfizesse às famílias brasileiras nas cidades. Até 1969, a montadora dispunha apenas da Kombi, Fusca e Karmann Ghia em seu catálogo nacional.
Não é que suas vendas estivessem mal, mas é que poderiam ser melhores. “A Variant parte do projeto Type 3 alemão, de carros médios familiares. Deste mesmo chassi vieram o TL e modelo 1600, aqui no Brasil conhecido como “Zé do Caixão””, explica pesquisador Portal Antigo Motors. Vale lembrar que não havia mais os DKWs pelas ruas e a Ford começava a investir no seguimento com o Corcel.
“Essa Variant é o grande sucesso do supermercado”, conta aos risos o atual motorista desta beleza, pois toda vez que vai com ela fazer compras, ao voltar para o estacionamento, sempre tem alguém parado admirando. Diz que os personagens que mais a observam são as senhoras da melhor idade. Imagine quantas famílias tem histórias com um carrinho como este!
Com motor plano 1600 e duplo porta-malas, um sob o capô dianteiro e outro sobre o motor traseiro. “Essa novidade foi possível porque a ventoinha era horizontal, de forma que o carro pode oferecer melhor aproveitamento de espaço”, comenta especialista Antigo Motors que explica, “embora desenho lembre uma station wagon, não pode ser considerada como tal porque o espaço é pequeno para este propósito”.
Na época da aquisição, o proprietário restaurava um Fusca e foi através da indicação de um colega que a encontrou. “Toda original e ainda alinhada! Quando cheguei para comprar, tinha fila de espera”, comenta. A procura pelo modelo entre os aficionados é grande porque não foi um carro, digamos, de grande volume de vendas.
O modelo está com sua nova família há uns três anos, dois só em restauro. O trabalho foi diário feito pelo próprio proprietário, que meticuloso, tem na restauração um grande hobby. Só não colocou a mão naquilo que realmente não sabia fazer, mas nem por isso deixou de acompanhar essas etapas, como um perfeito artista faz até ver a sua obra concluída. “Quando olho para um carro que vou mexer, já vejo como ele vai ficar mesmo antes de tirar o primeiro parafuso. Acho que é um dom”, confessa.
Cada país tem suas particularidades quanto ao gosto dos consumidores. As linhas arredondadas da versão brasileira é um exemplo, bem como outros itens que também foram pensados nesta preferência: painel redesenhado em preto fosco, bem mais funcional e feito de material a prova de choque, e novo sistema de ventilação interna com duas saídas de ar.
“Da Variant fiz tudo baseado no original, tanto que tem placa preta. Só o motor que não resisti e cromei”, conta o proprietário todo satisfeito com seu trabalho. O interior foi feito com tecido de época por um artesão de Campinas que ainda tinha um pouco do material e os vidros mandou fazer porque não conseguiu encontrar.
Porém com o lançamento da Brasília, em 1973, a montadora conviveu com um ar de concorrência interna, até que oficialmente a Variant I deixou de existir em 1977 e sua segunda versão, em 1980.
O carro tem hoje 36 anos e continua chamando a atenção. “Dá até vergonha. Todo lugar me param para ver o carro”, diverte-se. A Variant é um modelo de carroceria robusta e linhas leves, de mecânica simples, fácil manutenção e espaçoso, pensando no uso constante e durável. “Eu acho que tem muita gente procurando veículo antigo, porque não tem carro bom hoje em dia”, explica. Neste sentido, o Portal Antigo Motors concorda com a preferência aos antigomóveis.
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