Por Alla Katsnelson, The New York Times News Service/Syndicate
Vírus modificados atacam apenas células cancerígenas
Os pesquisadores ainda não sabem qual será a eficácia do vírus no combate ao câncer. Experiências iniciais como essa "não precisam determinar a eficácia do vírus, porém, evidentemente, todos a estão observando", afirma Samuel Rabkin, virologista do hospital geral de Massachusetts, em Boston. Rabkin não participou do estudo.
Segundo ele, os pacientes em que se observou a estabilização do crescimento das células cancerígenas não eram necessariamente os mesmos em que o vírus foi encontrado se reproduzindo.
"De fato, essa é de uma das grandes questões deste campo de investigação: o efeito terapêutico está diretamente relacionado à quantidade de vírus reproduzida no tumor?"
Outra preocupação consiste no fato de que se os pacientes receberem mais de uma dose do vírus, talvez o seu corpo consiga melhorar no combate ao vírus, o que pode prejudicar a terapia, afirma Nori Kasahara, pesquisador de terapia genética da Universidade da Califórnia, em Los Angeles.
"Nós não sabemos qual será a duração dos efeitos benéficos da terapia", afirma. "Se o sistema imunológico combater o vírus, o tumor pode voltar", afirma. Kasahara também não esteve envolvido na pesquisa.
A Jennerex vem testando a terapia em pesquisas de maior porte. Recentemente, a empresa finalizou um teste envolvendo o câncer no fígado que melhorou de forma significativa a taxa de sobrevivência dos pacientes, afirma Kirn.
Segundo ele, o resultado da pesquisa atual não fornece um prognóstico positivo apenas para o JX-594, mas para todo o campo de investigação de vírus destruidores de células cancerígenas. "Agora, é possível criar um variedade de produtos terapêuticos nesta 'espinha dorsal' viral", afirma.
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