FHC conversa com Ricardo Setti e Augusto Nunes: “O Congresso passou a ser apenas um homologador do Poder Executivo”

24/06/2013
 às 21:55 \ Direto ao Ponto

FHC conversa com Ricardo Setti e Augusto Nunes: “O Congresso passou a ser apenas um homologador do Poder Executivo”

O Congresso deixou de cumprir as suas atribuições e se submeteu ao Poder Executivo, diz Fernando Henrique Cardoso na segunda das três partes da entrevista concedida aos jornalistas Ricardo Setti e Augusto Nunes, do site de Veja.
Para o ex-presidente, os governos de Lula e Dilma Rousseff deveriam ter mais cuidado com os gastos públicos. Ele afirma que o nível de corrupção atingiu níveis alarmantes. Para a campanha presidencial de 2014, FHC recomenda a Aécio Neves falar com sinceridade, ouvir mais e ter um discurso anti-triunfalista.
Na terceira e última parte, o ex-presidente comenta, entre outros temas, a política externa de isolamento do Brasil e a importância do voto distrital. “No sistema político atual o eleitor não é o cidadão, mas a igreja, a empresa, a prefeitura”, observa. “Como está muito distante do político, a população precisa desse intermediário. Quando o parlamentar chega ao poder ele atende quem o elegeu”.

Parte 2


Parte 3

24/06/2013
 às 19:02 \ Direto ao Ponto

FHC conversa com Ricardo Setti e Augusto Nunes sobre a revolta da rua: “O discurso oficial não condiz com a vida cotidiana”

Enquanto a presidente Dilma Rousseff improvisa saídas e o co-presidente Lula cancela aparições públicas, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso reflete sobre as manifestações de protesto que se espalham pelo país. No fim da manhã de sexta-feira, depois de ter concedido entrevistas a jornalistas da Colômbia e dos Estados Unidos interessados em explicações para a crise brasileira, FHC conversou comRicardo Setti e Augusto Nunes, do site de Veja.
Nesta primeira das três partes da entrevista, o ex-presidente compara as manifestações de hoje com insurreições que testemunhou aqui e no exterior. Para FHC, o que acontece no país tem semelhança com a rebelião ocorrida na França maio de 1968. “Enquanto no Chile se dizia ‘abaixo o imperialismo’, na França o discurso era o do ‘é proibido proibir”, conta o sociólogo que era professor na Universidade de Nanterre, justamente o epicentro da revolta.
“Existe uma contradição entre o discurso oficial e a vida cotidiana”, observa. “O ‘nunca antes neste país’ não condiz com o transporte, a saúde e a segurança pública de péssima qualidade”.
Segundo o entrevistado está mais do que na hora de o governo admitir seus erros, como no caso da Copa do Mundo. “O legado da Copa não existe”, diz. “Só os estádios, muitos construídos com empréstimos públicos”.
FHC arrisca uma previsão. “Não resta dúvida de que sobrará para o governo”.

Ricardo Noblat: ‘Jogo em aberto’

Trecho: É razoável supor que Dilma enfrenta sérias dificuldades para entender o que se passa no país. Se Lula, que é um político esperto, anda pendurado no telefone a pedir, humilde, a ajuda de amigos para tentar decodificar a voz das ruas, quanto mais Dilma, que nem política é, muito menos esperta. E carece de amigos que sejam. Ou de colaboradores informais que gostem dela a ponto de aconselhá-la de graça.
Leia a íntegra na seção Feira Livre.

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