Nem todo o fracasso é ruim. Quando engenheiros descobrem que um material teoricamente resistente tem falhas, vidas podem ser salvas. É preciso saber se uma placa de aço blindado realmente vai parar uma bala em alta velocidade e se materiais de segurança podem derreter, rachar e sofrer fraturas em condições extremas.
Fazer testes destrutivos também ajuda os cientistas a descobrir como melhorar aspropriedades de materiais. Dezenas de laboratórios criam testes realmente perigosos em nome da segurança e do conhecimento. Conheça quatro laboratórios com testes extremos de materiais:
Homem em chamas
Em 1967, a empresa DuPont criou o Nomex, uma fibra inerentemente resistente a chamas que pode proteger trabalhadores em locais onde há riscos térmicos. Para demonstrar que a fibra é realmente segura, no início dos anos 70 a empresa criou o Thermo-Man, um manequim que veste um macacão Nomex e é colocado em chamas. Os testes duram entre 3 e 10 segundos, e são realmente impressionantes.
Raios artificiais
Raios representam perigos reais para aviões. Se eles atingirem as asas, podem derretê-las ou fazer com que componentes eletrônicos entrem em curto-circuito. Para desenvolver materiais que protejam aviões contra a força da natureza, empresas como Sistemas Técnicos Nacionais (NTS), nos Estados Unidos, criam situações extremas para testar materiais usados na fabricação de aviões.
Pesquisadores do NTS geram raios artificiais que atingem o objeto a ser testado. Os resultados podem ser desastrosos – afinal, é um raio no meio de um laboratório. De acordo com o gerente geral da NTS, Mike Dargi, vários testes terminam em painéis e estruturas perfuradas, e os engenheiros tem que refazer todo o projeto.
Lançador de aves
Outro problema de segurança com aviões são os pássaros. Em 2009, pássaros sugados para dentro de um avião obrigaram o capitão Chesley Sullenberger a realizar um pouso de emergência. Desde então, os engenheiros da empresa Element Materials Technology, nos Estados Unidos, começaram a fazer testes para descobrir materiais que tornem os aviões mais resistentes em casos de ataques de pássaros.
Eles criaram uma engenhoca que lança carcaças de frango a velocidades entre 100 e 300 quilômetros por hora, atingindo o material usado em para-brisas de aviões, para descobrir como tornar o vidro mais resistente. Os engenheiros também pretendem descobrir como fortalecer o nariz do avião contra esses ataques aéreos.
Cadeirinhas mais seguras
Especialistas em trânsito alertam sempre para a importância de crianças andarem só nas cadeirinhas em viagens de carro. No Brasil, é lei que crianças com até 7 anos e meio de idade utilizem esses assentos especiais. Embora apenas 25% das colisões com crianças sejam de impacto lateral, quando isso acontece, a porcentagem de crianças lesionadas é alta.
Para descobrir de que maneira as cadeirinhas podem proteger efetivamente as crianças em colisões com esse tipo de impacto, a empresa Dorel Juvenile Group projetou testes em que a cadeirinha é movida a velocidades entre 15 e 25 quilômetros por hora e é arremessada de lado.
Após diversas falhas, eles descobriram qual seria a densidade ideal da espuma do assento para proteger as crianças e criaram o G-Cell HX, uma das cadeirinhas da marca Dorel.[PopSci]
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