Com poucas calorias, jabuticaba desestressa e rejuvenesce

A frutinha pode seguir os passos do guaraná e do açaí. (Foto: iStock)
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em abril deste ano, comprovou a eficácia da jabuticaba na prevenção e tratamento de doenças, entre elas o câncer de próstata e a leucemia. De acordo com a pesquisa, os compostos presentes na casca da fruta reduzem em até 50% a produção de células cancerígenas no organismo. Não é à toa que a frutinha pode seguir os passos do guaraná e do açaí e conquistar os mercados da América do Norte e Europa como o mais novo "super fruto". Ou seria como a "pequena notável"?

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Mário Roberto Maróstica, pesquisador da universidade, diz que com o uso de uma farinha e de extrato da fruta foi observada a diminuição do crescimento das células doentes. "Isso foi possível porque a jabuticaba tem compostos fenólicos", explica. Outra vertente da pesquisa mostrou que o consumo diário de jabuticaba pode ter efeito na prevenção da diabetes tipo 2. "Quando oferecida por 30 dias aos cobaias provou ser eficaz na redução de 10% de glicemia e na redução do colesterol sanguíneo", destaca Maróstica.
A fruta é típica da Mata Atlântica e cresce grudada aos troncos e ramos da árvore conhecida popularmente como jabuticabeira. "Possui vitaminas do complexo B e também vitamina C. Cada 100 gramas de jabuticaba apresenta, aproximadamente, 58 calorias. Portanto, é uma fruta pouco calórica", observa Solange Ventura, nutricionista com especialização em administração dos serviços de nutrição e nutrição clínica.
A vitamina C ativa na fruta é indicada nas infecções em geral, alergias, asma, glaucoma, varizes, prevenção da catarata, aterosclerose, hipertensão arterial, periodontite, imunodeficiências, depressão, fadiga crônica, gota, alcoolismo e tabagismo, hepatite e constipação intestinal. Já a niacina, vitamina do complexo B (B3), é importante para o fortalecimento muscular, tratamento da indigestão, de erupções na pele e anorexia. Além disso, ajuda na queima de gordura e no bom funcionamento do sistema nervoso central.
A fruta é típica da Mata Atlântica. (Foto: iStock)
Por ser uma fruta bastante rica em sais minerais como o cálcio (bom para os ossos), fósforo (auxilia no combate ao estresse, do raquitismo e da piorreia alveolodentária - infecção crônica que acomete os elementos de sustentação dos dentes) e ferro (que combate a anemia), a jabuticaba possui potente ação antioxidante, graças às antocianinas, presentes em grande concentração nas cascas da fruta (até mais do que na uva, dizem as pesquisas).

"Elas ajudam a eliminar do organismo moléculas instáveis de radicais livres, substâncias responsáveis pelo envelhecimento precoce das células e pelo estresse", pontua a especialista. O resultado geral se vê, literalmente, na pele: a jabuticaba protege e estimula a reparação dos tecidos ricos em colágeno, principal proteína que proporciona firmeza e elasticidade. Com isso, a frutinha também ajuda no combate às rugas.
A casca da jabuticaba também é rica em pectina, uma fibra solúvel que auxilia na redução da velocidade de absorção dos alimentos. É indicada nos casos de hipoglicemia e diabetes, pois contribui, nesses casos, para que os níveis de glicose (açúcar) no sangue sejam mantidos mais próximos da normalidade. Ela também auxilia na remoção das toxinas e dos metais pesados do corpo; no combate do excesso de colesterol ruim, o que diminui o risco de cálculos biliares e de doenças cardiovasculares; e melhora a função da vesícula biliar.
"Para consumo das cascas, uma boa opção é bater no liquidificador e ingerir sobe forma de suco", sugere Solange, completando: "Pode-se adicionar outras frutas como o abacaxi, para deixar o suco mais saboroso". É bom ressaltar que o suco deve ser consumido logo após o preparo para que seus nutrientes sejam melhor aproveitados, evitando a sua oxidação. Adoçar a bebida também não é indicado, já que a fruta é bem docinha.
E, por falar nisso, como a jabuticaba é rica em açúcar, deve ser colhida e consumida o quanto antes. Isso evita a sua fermentação e, consequentemente, a alteração do seu sabor e de seu valor nutricional. Depois de colhidas, as jabuticabas se deterioram muito rapidamente. O conselho, então, é lavá-las, secá-las bem e guardá-las na gaveta da geladeira. No entanto, mesmo com esse processo, sua vida útil é bem curta: no máximo dois dias.
Em relação às contraindicações, somente os diabéticos devem tomar cuidado com a fruta por causa dos níveis de açúcar que ela apresenta. Quem está acima do peso pode consumir, mas com moderação. Gestantes têm carta branca para incluí-la no cardápio: na medicina tradicional indígena, o suco de jabuticaba é dado a mulheres grávidas, por causa de seu alto teor de ferro.
A grande dificuldade em relação às jabuticabas é parar de comer! Mas uma grande quantidade da fruta pode levar a um quadro de prisão de ventre. Então, tome cuidado para não exagerar na dose! Especialistas indicam uma porção de 10 frutinhas - com casca - por dia.
Já que as frutas atingem a fase madura durante a primavera, aproveite a safra. Ela será figurinha fácil nas feiras e supermercados. Na hora de comprar, prefira levar para casa aquelas que estiverem mais viçosas, firmes, brilhantes, sem rachaduras ou picadas de insetos. O sabor agardável faz da jabuticaba uma excelente protagonista na fabricação de doces, sucos, geleias, licores e vinhos. É uma ótima pedida para ter essa pérola negra no seu cotidiano ao longo do ano.

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