O pequeno órgão ainda não poderá ser desenvolvido para transplantes, mas pode ajudar a testar medicamentos
Segundo seus criadores, o rim se assemelha ao órgão que um embrião com cinco semanas de desenvolvimento teria (Gemma Ward/UQ)
Uma equipe de cientistas australianos conseguiu criar, a partir de células-tronco humanas, um rim. Em tamanho muito menor do que o de um adulto e com alguns aspectos simplificados, o rim poderá ser usado para testes de medicamentos novos e para o tratamento de doenças renais. A pesquisa que descreve a produção do órgão foi publicada neste domingo, no periódico Nature Cell Biology.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Directing human embryonic stem cell differentiation towards a renal lineage generates a self-organizing kidney
Onde foi divulgada: periódico Nature Cell Biology
Quem fez: M. Takasato, P. X. Er, M. Becroft, J. M. Vanslambrouck, E. G. Stanley, A. G. Elefanty e M. H. Little
Instituição: Universidade de Queensland, Austrália, e outras
Resultado: Os pesquisadores criaram, a partir de células-tronco humanas, um rim, pequeno e simplificado, mas que pode ajudar em testes de medicamentos contra doenças renais.
Segundo os pesquisadores, o rim se assemelha ao órgão que um embrião com cinco semanas de desenvolvimento teria. Para criá-lo, os especialistas submergiram as células-tronco em concentrações de moléculas denominadas fatores de crescimento, para guiá-las em um processo que imitava o desenvolvimento normal do órgão. “Tivemos que guiar as células através de todos os passos que estas normalmente adotariam durante seu desenvolvimento”, disse Melissa Little, pesquisadora da Universidade de Queensland, na Austrália, e principal autora do estudo, ao canal australiano ABC.
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Avanço – Inicialmente os cientistas buscavam produzir apenas um tipo de célula do rim, mas ao longo da pesquisa perceberam que conseguiam fazer as células-tronco se transformarem nos dois tipos principais de células necessárias para formar um rim. Assim, conseguiram que as células colocadas em um molde se organizassem por si mesmas para criar as complexas estruturas existentes no rim humano. “Conseguimos produzir um conjunto mais complexo de células e isto representa um grande avanço em termos do que foi feito até agora”, explicou Melissa.
A curto prazo, esta conquista pode ser útil em testes de novos remédios para doenças que afetam o rim e, mais adiante, pode ajudar também a melhorar tratamentos médicos específicos, mas os pesquisadores afirmam que ainda serão necessárias algumas décadas para que esta técnica possa ser utilizada para criar órgãos para transplante.
(Com Agência Efe)
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