José Dirceu se entrega na sede da Polícia Federal, em São Paulo (Ivan Pacheco)
Política
Ex-ministro abriu filial de consultoria no mesmo endereço de empresa proprietária do Hotel St. Peter, que ofereceu emprego a ele
O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), defendeu, em nota, investigação oficial sobre a consultoria do ex-ministro José Dirceu aberta no Panamá. Conforme revelou o jornal O Estado de S.Paulo neste domingo, o ex-ministro abriu, em 2008, uma filial da JD Assessoria e Consultoria no Panamá no mesmo endereço da Truston International, empresa dona do Hotel St. Peter.
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O hotel ofereceu vaga de gerente administrativo para Dirceu, com salário de 20.000 reais, dez dias após ele ter sido preso pela condenação no esquema do mensalão. Dirceu cumpre pena no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.
"As novas informações divulgadas sobre este condenado do mensalão deixam latente que ele operou de todas as formas e que ainda pode estar operando para sustentar aquele que é o maior escândalo desta República", disse Bueno. "Percebe-se que a cada dia surge uma nova descoberta daquilo que seria um grande 'laranjal' arquitetado em torno do mensalão. Isto é gravíssimo, o que exige das instituições, como Ministério Público, Polícia Federal, Receita Federal e Banco Central que se faça ampla investigação."
O hotel e a consultoria foram abertos no endereço onde está instalado o escritório de advocacia panamenho Morgan & Morgan, que oferece testas de ferro para a abertura das empresas no paraíso fiscal. O St. Peter, por exemplo, por um auxiliar administrativo e uma secretária do escritório que têm mais de 30.000 empresas registradas em seus nomes naquele país, conforme levantamento no Registro Público do Panamá.
Após o Jornal Nacional, da TV Globo, revelar a ligação do Morgan & Morgan com o hotel St. Peter, Dirceu desistiu do emprego. Segundo a assessoria do ex-ministro, a consultoria foi aberta, mas não prospectou nenhum negócio no Panamá.
A assessoria de Dirceu confirmou a abertura da filial no Panamá, mas afirmou que, apesar do registro formal, a iniciativa não prosperou, porque a JD Assessoria não teria prospectado negócios naquele país. Assim, nenhum serviço foi prestado por lá. Ainda segundo a assessoria do ex-ministro, a filial panamenha não tem nenhuma relação com esta empresa, sócia majoritária do hotel Saint Peter.
(Com Estadão Conteúdo)
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