Dilma sobrevoou cidades atingidas pela chuva para fazer campanha, mas em terra a população sofre

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Óleo de peroba – Engana-se quem pensa que Dilma Vana Rousseff, a presidente, sobrevoou as cidades mineiras e capixabas castigadas pela força da chuva apenas para cumprir seu papel de governante. Fosse de fato esse o objetivo, Dilma teria ido ao espírito Santo logo nas primeiras horas após o anúncio do desastre que matou dezenas de pessoas e desalojou milhares.

Dilma foi aos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo para fazer campanha na esteira da tragédia alheia, comportamento que só pode ser classificado como covarde. A força das águas da chuva provoca estragos inenarráveis, mas o mesmo acontece com a seca, que de maneira silenciosa devastou o Nordeste brasileiro nos últimos tempos. E em nenhum momento Dilma teve coragem para checar in loco os efeitos colaterais de um governo paralisado e marcado pela incompetência.
É importante salientar que o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, é do PSB, partido de Eduardo Campos, de Pernambuco, candidato à presidência da República em 2014. Campos, que até recentemente apoiava o governo de Dilma Rousseff, decidiu se juntar a Marina Silva para participar da corrida ao Palácio do Planalto.

Situação parecida acontece com o governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia, do PSDB. Candidato ao Senado Federal, Anastasia deve se eleger com muita facilidade, ao contrário do petista Fernando Pimentel, atual ministro do Desenvolvimento e candidato do PT ao Executivo mineiro, mas com poucas chances de vitória por enquanto. E Minas Gerais a situação está tão difícil para o PT, que o partido já pensa em trocar o candidato ao governo estadual como forma de evitar um mico a Pimentel, “companheiro de armas” da presidente.
Em suma, o que Dilma fez ao sobrevoar as cidades atingidas pela chuva foi tentar mostrar aos eleitores do PSB e do PSDB uma essência que não existe. Os eleitores devem estar atentos a essas incursões presidenciais, sempre recobertas pelo manto da falsidade, pois é sabido que a pauta política do momento é o processo eleitoral do próximo ano. E por conta disso as necessidades da população pouco importam.
Se a presidente estivesse realmente preocupada com as pessoas que foram alcançadas pela força da chuva, por certo o governo teria investido todos os recursos destinados à prevenção de desastres provocados pela natureza. Ao contrário, o governo paralisado do PT conseguiu investir, até agora, apenas 15% do orçamento previsto para obras de obras de contenção de encostas, drenagem e manejo de águas. Dos R$ 2,47 bilhões previstos, apenas R$ 384 milhões foram aplicados até quinta-feira (26).

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