19/08/2013
A água é uma excelente alternativa no tratamento de quadros pós-traumáticos, pós-cirúrgicos ou de dores. Quando o corpo entra em contato com a água, inúmeras alterações e principalmente adaptações acontecem. O processo de imersão ativa, inicialmente, o sistema nervoso central com o objetivo de regular a temperatura corporal.
Algumas propriedades da água como a densidade, força de empuxo ou flutuação, pressão hidrostática e viscosidade ativam outros sistemas como o muscular e cardiovascular para que se adaptem ao meio e percebam as inúmeras possibilidades de atividades que podem ser realizadas naquele ambiente.
Os principais beneficiados são os pacientes que estão em fase de recuperação e não podem sofrer sobrecarga nas articulações e nos músculos e nem fazer descarga de peso, ou seja, apoiar o membro inferior no chão. No ambiente aquático esta descarga é permitida, principalmente, por causa da redução do peso que acontece quando o corpo está imerso. Por exemplo, se a água estiver até a altura do esterno (osso que interliga as costelas) ocorrerá a absorção de 90% do peso corporal.
Para atletas é uma excelente alternativa de tratamento, pois o repouso total, em muitos casos, pode levar a um quadro de fraqueza muscular. Num adequado programa de reabilitação aquática, atletas e pacientes encontram motivação na água aquecida onde podem realizar exercícios de resistência muscular e cardiovascular, sem interferir no processo de recuperação.
Não só os atletas podem usufruir desta terapia; indivíduos com algum tipo de lesão, fratura, quadro degenerativo, problemas neurológicos, respiratórios e ortopédicos também. A água leva ao relaxamento proporcionado pela temperatura do ambiente, diminui as queixas de sono e o estado de ansiedade e melhora a consciência, controle corporal, assim como o equilíbrio e coordenação motora. Por isso, essa terapia estimula o sistema circulatório, melhora a amplitude dos movimentos articulares e auxilia no fortalecimento muscular.
Um estudo recente, realizado pelo Grupo de Pesquisa Sobre Hidroterapia em Doenças Crônicas, da Universidade Adventista de São Paulo, demonstrou que a prática de hidroterapia, duas vezes na semana, por um período de 2 meses, reduziu as queixas de sono e melhorou a qualidade de vida em termos de fadiga, disposição e intensidade da dor de pacientes com fibromialgia.
A hidroterapia como parte do processo de reabilitação, deve ser realizada em uma piscina adaptada e preparada para esta finalidade. É importante que a piscina tenha um fácil acesso, através de rampas e uma profundidade variada para atender toda demanda de tratamento. A temperatura da água também é fundamental e deve ser mantida entre 28º e 30º para proporcionar, corretamente, os benefícios acima citados.
Os exercícios devem ser orientados por um fisioterapeuta, que após uma detalhada avaliação, escolherá o melhor protocolo para um tratamento de sucesso.
Saiba mais: Silva KM, Tucano SJ, Kümpel C, Castro AA, Porto EF. Effect of hydrotherapy on quality of life, functional capacity and sleep quality in patients with fibromyalgia. Rev Bras Reumatol. 2012 Dec;52(6):851-7.
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