Na China, amantes são motivo de orgulho e ostentação

Não é fácil ser mulher, mas se você vive na China a coisa é ainda mais difícil. Por lá, mulheres não podem escolher a profissão que quer exercer e só tem 15% das vagas em algumas universidades, mesmo tendo as melhores notas. Não há liberdade sexual ou de opinião e você tem de seguir as regras, não existe uma segunda opção segura.
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Se no passado elas enfaixavam os pés para mantê-los pequenos e sedutores, hoje as coisas mudaram um pouco na estética, mas o objetivo é o mesmo: ser um objeto para o deleite masculino. Sem oportunidades de trabalho e carreira, mulheres aceitam a função de concubina, que no Brasil entenderíamos como uma prostituta de um homem só. Elas ficam apenas com um “namorado”, mas o foco disso tudo é o dinheiro e não o sentimento.
Na China, ter uma amante é algo comum, as mulheres aceitam, os homens aceitam, a sociedade não comenta. A filosofia seguida por eles durante muito tempo e que ainda é seguida por 25% do país, como uma religião, aprova isso totalmente. A novidade é que essa amante seja um troféu. Exibir o que se tem já vem acontecendo há algum tempo, mas tornar a mulher um desses objetos é a nova moda.
Assim que um caso extraconjugal começa, o homem passa a sustentar a amante. Ele dá joias, roupas de marca, carro com motorista e tudo mais que a garota precisar para ter uma vida confortável. Em contrapartida, essa namorada deverá estar sempre a postos para sair com ele, ir a eventos empresariais e desfilar bem vestida e linda ao lado do namorado/dono.
As esposas continuam em casa. Elas cuidam dos filhos, do dia a dia, fazem o jantar. O luxo das amantes não chega até elas, é claro. Sem extravagâncias, festas ou roupas incríveis, as esposas são como uma “roupa de ficar em casa”, confortáveis, mas que não podem acompanhar você em uma ocasião especial.
Não dá para fingir que não vemos a mesma coisa no Brasil. Homens de 50 anos pagando universidade, apartamento, roupas, carros e uma vida luxuosa para meninas de 20 e poucos anos. Todas lindas, educadas, viajadas. Não é exatamente uma novidade.
A novidade é a relação da sociedade com essa prática. Na China, segundo jornalistas, tudo está muito bem aceito. E esse movimento é tão grande que está mostrando impacto até na economia. As mulheres não têm outra opção para conseguir levar uma vida tranquila, elas não podem trabalhar em certas profissões que garantiriam seu sucesso e, conhecendo a cultura local, não querem ser as esposas.
Tudo isso é triste de uma maneira quase cinematográfica. É difícil acreditar que uma sociedade aceite a objetificação feminina a esse ponto, enquanto lutamos diariamente para que isso diminua e mulheres possam vivem em paz, fazer o que gostam e sejam livres. É como se a China estivesse visitando o passado e encontrando maneiras de trazê-lo de volta.
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