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Renan recorre de decisão do STF, mas diz que CPI começa na próxima semana

Presidente do Congresso vai recorrer da decisão da ministra Rosa Weber, que determinou a instalação de uma CPI exclusiva sobre a Petrobras
Laryssa Borges, de Brasília
Senador Renan Calheiros, presidente do Senado
Senador Renan Calheiros, presidente do Senado (Pedro Ladeira/AFP)
O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou nesta terça-feira que vai recorrer da decisão liminar da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a instalação de uma CPI exclusiva para investigar a Petrobras.
Publicamente, Renan anunciou que senadores devem indicar parlamentares para compor a CPI do Senado e que os trabalhos de investigação devem começar na próxima terça-feira. Restrita aos senadores, a comissão seria amplamente controlada por governistas, o que minaria pretensões de se fazer uma devassa nos contratos da Petrobras. 
Dos treze membros titulares, PT e PMDB poderiam indicar oito nomes, cabendo à oposição três indicações – dois do PSDB e um do DEM. 
Duas outras cadeiras seriam preenchidas pelo bloco formado por PTB, PR e PSC. Com o argumento de que determinou a instalação de uma CPI – ainda que apenas no Senado –, Renan construiria o discurso de que não está barrando o início das investigações.
“Em face da liminar concedida, é meu dever funcional recorrer da decisão ao pleno do STF. 
Esse recurso é uma iniciativa institucional, não é política, não é partidária”, disse. “Recorro porque é imperioso pacificar o entendimento do pleno do STF em torno dessa matéria [instalação de CPIs]”, completou.
Nos bastidores, Renan era pressionado para desistir de recorrer da liminar concedida pela ministra Rosa sob o argumento de que a briga judicial afetaria a imagem do PMDB, que seria tachado como a legenda que pretende barrar a investigação da Petrobras. 
Internamente, o trabalho do peemedebista contra a CPI serve para pressionar o governo a apoiar a candidatura do deputado Renan Filho (PMDB-AL) ao governo de Alagoas. 
Por trás das atitudes de Renan estão também articulações para que ele consiga indicar o sucessor de Nestor Cerveró na BR Distribuidora. Cerveró foi demitido do cargo após ser apontado pela presidente Dilma Rousseff como responsável pelo “parecer falho” que embasou a compra da refinaria de Pasadena, no Texas. 
Oficialmente, Renan agendou para a próxima semana uma reunião com lideranças partidárias para decidir se haverá ou não a instalação de uma CPI mista. Integrantes de partidos de oposição pressionam para que os debates sobre a abrangência da CPI ocorram já nesta quarta-feira, embora petistas apostem na falta de quórum às vésperas do feriado do Dia do Trabalho para protelar por pelo menos mais uma semana para a reunião. 
O grupo misto é mais favorável à oposição, já que o Palácio do Planalto não tem controle tão forte na Câmara dos Deputados. 
“A oposição sempre deixou clara sua preferência pela CPI mista. No entanto, não poderá acontecer por decisão exclusiva do presidente do Congresso”, disse.


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