Força-tarefa e União cobram na Justiça R$ 26 bilhões de acusados da Lava
Jato
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Membros da Força-Tarefa do Ministério
Público Federal na Operação Lava Jato
Ações de improbidade administrativa do MPF
(Ministério Público Federal) e da AGU (Advocacia-Geral da União) que tramitam
na Justiça Federal no Paraná pedem que acusados de participar do esquema de
corrupção descoberto pela Operação Lava Jato devolvam cerca de R$ 26 bilhões aos cofres públicos.
O UOL levantou 12 ações cíveis relacionadas
à Lava Jato: oito de autoria da força-tarefa do MPF no Paraná, três da AGU e
uma do Ministério Público do Rio de Janeiro. São alvo desses processos
ex-diretores da Petrobras, operadores, empreiteiras e políticos, como o
ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
As ações de improbidade equivalem
na área cível às ações penais da Lava Jato, já que pela legislação
brasileira empresas são isentas de responsabilidade criminal. "Elas são
uma importante frente de atuação da Lava Jato", declarou ao UOL,
em conversa realizada em janeiro, o procurador da
República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato
no Paraná. Somente nas ações de autoria da força-tarefa são cobradas 38 pessoas
e 12 empresas.
O QUE SIGNIFICA A HOMOLOGAÇÃO DA
DELAÇÃO DA ODEBRECHT?
https://tv.uol/15fIE
"Os fatos
relacionados à Operação Lava Jato afrontaram direta e indiretamente os direitos
e interesses da União, o que justifica e impõe a necessidade de propositura de
ações de improbidade", afirmam os advogados da União nas três ações de
autoria do órgão federal.
"Nas ações de improbidade,
a natureza do processo é cível e administrativa, e o principal objetivo é o
ressarcimento ao erário. Entre as penas previstas, estão a perda dos direitos
políticos ou a suspensão do direito de contratar com a administração
pública", explica o advogado Ulisses Sousa, especialista no assunto.
Entre as 12 ações de
improbidade, destaca-se a que tem o ex-deputado Eduardo Cunha como um dos
alvos. A Justiça Federal determinou que R$ 221 milhões de Cunha fossem
bloqueados. Acontece que quatro contas do ex-presidente da Câmara estavam
zeradas na época do bloqueio. A defesa de Cunha recorre ao STJ (Superior
Tribunal de Justiça) da decisão.
Acordos
de leniência
Mesmo que sejam condenados nos 12 processos
acima mencionados, dificilmente os acusados chegarão a pagar o total de R$ 26
bilhões cobrados nas ações. Isso porque parte das empresas acusadas já
firmou acordo de leniência com o MPF. Neles, as companhias se comprometem a
pagar determinadas quantias a título de ressarcimento, o que impediria, em
tese, uma cobrança semelhante nas ações de improbidade.
Este é o caso da Odebrecht, que em dezembro
firmou acordo de leniência com o MPF. A empreiteira se comprometeu a pagar
a título de multa cerca de R$ 7 bilhões aos
cofres públicos do Brasil, Estados Unidos e Suíça -- deste total, R$ 3,8 bilhões vão para o erário brasileiro.
Por esta razão, a força-tarefa da Lava Jato
pediu à Justiça que a Odebrecht não sofra sanções na ação de improbidade
administrativa que corre na Justiça Federal do Paraná. Ainda nesta ação, foi requerida a suspensão do processo contra o grupo empresarial.
O juiz responsável pelo caso pediu que a AGU e a Petrobras se manifestem sobre
o pedido do MPF.
EDSON FACHIN É NOVO RELATOR DA
LAVA JATO NO STF
https://tv.uol/15g5L
Em situação semelhante vivem as pessoas físicas que são rés
nesses processos, mas já pagaram multas ou devolveram o dinheiro desviado em
acordos de delação premiada. "Este vai ser um debate jurídico muito
interessante. Determinar a abrangência dos acordos de leniência sobre as ações
de improbidade já existentes", comenta Sousa.
Até o momento, a força-tarefa conseguiu
reaver R$ 10,1 bilhões a
partir dos acordos de colaboração com pessoas físicas e jurídicas. Outros R$ 3,2 bilhões em bens
dos réus já foram bloqueados.
Para onde vai o dinheiro?
De acordo com os pedidos formulados pelo
MPF, os valores de ressarcimento e da multa vão, no caso de sentença condenatória, para
a entidade pública lesada – no caso, a Petrobras.
"Entretanto, também foi pedida
indenização a título de dano moral coletivo, a qual, no caso de condenação será
revertida para a União, e possivelmente para o Fundo de Direitos Difusos",
afirma o MPF do Paraná. Neste caso, o dinheiro destinado ao fundo poderia ser
usado em ações sociais.
Outro lado
Procurada, a Odebrecht afirmou em nota que
"não se manifesta sobre eventuais tratativas com a Justiça, reafirma que
permanece cooperando com as autoridades e adotará as medidas adequadas e
necessárias para continuamente aprimorar seu compromisso com práticas
empresariais éticas e de promoção da transparência".
O advogado Alberto Malta, que defende
Eduardo Cunha no processo de improbidade administrativa, afirma "que o MPF
não apresentou provas da participação de Cunha nos fatos citados na
ação".
Fonte ► https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2017/02/06/forca-tarefa-e-uniao-cobram-na-justica-r-26-bilhoes-de-acusados-da-lava-jato.htm?cmpid=giromanha-06022017
Fonte ► https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2017/02/06/forca-tarefa-e-uniao-cobram-na-justica-r-26-bilhoes-de-acusados-da-lava-jato.htm?cmpid=giromanha-06022017
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