Publicado em 19 de jun de 2019
A Polícia Federal tem elementos de prova de que um hacker tentou se passar pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e mandou mensagens para terceiros em nome do ex-juiz da Operação Lava Jato. Um dos elementos é uma mensagem enviada no dia 4 de junho a um funcionário do próprio gabinete de Moro, depois de ativar uma conta do Telegram – aplicativo de troca de mensagens via internet.
Diálogos atribuídos a Moro e ao procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, passaram a ser divulgados pelo site Intercept, desde o dia 9. Segundo a publicação, os diálogos indicariam suposta conduta irregular do então juiz da Lava Jato e consequente comprometimento das decisões dos processos julgados na 13.ª Vara Criminal, em especial no caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – que está preso e condenado por corrupção desde 8 de maio de 2018.
Moro e Deltan negam ilícitos e acusam “crime às instituições” no ataque cibernético e na divulgação do material pelo site. Em entrevista exclusiva ao Estadão no dia 14, Moro pediu a apresentação integral do material obtido pelo site, falou em tentativa de obstrução da Justiça e interesse de réus da Lava Jato e viés político-partidário na forma de divulgação.
Sergio Moro voltou a defender que Glenn Greenwald entregue o material ao STF para perícia.
“Se ele diz que tem o maior escândalo do século, se ele diz que tem provas de que graves ilícitos cometidos por procuradores e juízes envolvidos nessa operação, pega o material e entrega a uma autoridade, sem prejuízo da publicação das matérias. Aí vai se poder verificar por inteiro esse material, o contexto no qual ele foi inserido e principalmente verificar se é autêntico ou não.”
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