Cientistas
observam cometas há muitos anos, mas nunca conseguiram identificar as suas
rotas antes de entrarem no Sistema Solar. Pesquisadores da Universidade do
Arizona acabam de identificar o "portal de entrada" de cometas na
nossa vizinhança cósmica.
Cientistas
nutrem grande interesse pelo estudo de cometas, uma
vez que essas belas formações cósmicas podem trazer consigo material
remanescente dos primeiros anos de vida do nosso Sistema Solar.
Mas,
apesar da importância simbólica e científica dos objectos, os cientistas
nunca identificaram a rota que os cometas
seguem para entrar na nossa vizinhança.
Em
um estudo inédito, cientistas da Universidade do Arizona descobriram uma região
orbital para além de Júpiter pela qual os cometas entram no Sistema Solar.
Esse
"portal de cometas" consiste em uma órbita que concentra objectos de
gelo chamados “centauros”, provenientes da região dos planetas gigantes –
Júpiter, Saturno, Urânio e Neptuno.
O
portal traz esses objectos para a região central do Sistema Solar,
e assim eles se tornam visíveis da Terra.
Centauros
transformam-se em Cometas da Família Júpiter
Acredita-se
que os centauros tenham origem no cinturão de Kuiper, região habitada por
objectos de gelo que fica próxima a Neptuno.
Quando
um centauro se aproxima de Neptuno, o planeta gigante o empurra para uma
trajectória rumo ao interior do Sistema Solar.
Com
este impacto, o centauro se transforma em um cometa da família de Júpiter, ou
JFC, na sigla em inglês.
"A
natureza caótica das suas órbitas faz com que seja difícil especificar a rota
exacta que esses centauros seguem antes de se transformar em JFCs", disse
uma das pesquisadoras da equipe, Kathryn Volk. "Isso torna difícil
descobrir de onde eles vieram exactamente e para onde poderiam ir no futuro",
explicou.
Cientistas
estimaram que a população total de cometas da família Júpiter na região do portal seja
de 1.000 objectos. A estimativa é baseada em cálculos do tamanho dos objectos entrando,
permanecendo e saindo do portal. Destes mil, os cientistas já identificaram 500
objectos.
Os
centauros que entram na região do portal passam por transformações intensas, e
a probabilidade de se transformarem em um cometa da família Júpiter é muito
grande, o que sugere que a região seja muito activa, cosmicamente falando.
A
transformação de um centauro em cometa da família Júpiter em um ambiente agitado como o portal leva
somente alguns milhares de anos, o que é um piscar de olhos para os padrões do
Sistema Solar.
O
estudo do Laboratório Lunar e Planetário da Universidade do Arizona foi publicado nesta
semana pela revista Astrophysical Journal Letters.
Fonte:Sputnik News
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