AQUELE QUE LUTA, PARA RECEBER O CETRO COM A INTENÇÃO DE SERVIR AO DIABO, E NÃO A DEUS, NUNCA CHEGARÁ COMO UM LIDER BENEVOLENTE.
E SIM COMO TIRANO CRUEL E SERVIDOR DE SATANÁS.
Não entendeu? Pois bem, João Agripino da Costa Doria Júnior é o nome
completo do governador João Doria.
Não vou chamá-lo de excelência, porque o senhor não merece. Não é
excelente em nada.
Vou chamá-lo de senhor em respeito ao cargo.
Adianto que não fui seu eleitor – se o tivesse sido estaria agora
arrependido e envergonhado.
O senhor, filho do ex-deputado baiano João Doria, cassado pelo Ato
Institucional número 1 (que limpou o Congresso da primeira leva de corruptos), sempre
esteve perto de cofres públicos – que o diga uma de suas empresas, a Lide.
Estranha atração, não é mesmo? O senhor é publicitário e jornalista e sabe bem manipular sua
imagem, posar de inocente.
O senhor presidiu a Paulistur, a empresa encarregada de promover o
turismo na Capital no governo de Mário Covas como prefeito.
O senhor era também
o secretário de Turismo.
Sua realização mais elogiada foi a criação da Rua do Choro – e mundo não
mudou por causa disso.
Em 1987 e 1988, o senhor foi o presidente da Embratur, a Empresa
Brasileira de Turismo, nomeado pelo então presidente José Sarney. Não foi por
competência, não é mesmo?
Foi indicação de amigos. O senhor passou dois anos fazendo nada. Ou
melhor, desviando dinheiro.
Tanto que em 1991, o Tribunal de Contas da União o condenou a devolver seis milhões e meio de cruzados (dinheiro da época), que foram desviados da Embratur.
O senhor e toda sua diretoria. Tem mais uma mutreta dessa época – o senhor conseguiu um
financiamento junto à Comunidade Econômica Européia que nunca
foi contabilizado na Embratur.
E esse
dinheiro foi administrado por pessoas ligadas ao senhor, inclusive alguns
parentes.
O Tribunal de Contas suspeitou que era um caixa dois. Quer saber mais como o senhor viveu?
Vamos lá.
Durante o tempo de Lula e Dilma (ambos do PT), o senhor recebeu R$ 6
milhões do governo federal.
Do governo paulista, então comandado por seu
cupincha Geraldo Alckmin, o senhor recebeu R$ 4,5 milhões entre 2010 e 2015.
Só o Desenvolve SP bancou 33 eventos que o senhor promoveu gastando R$ 2,7 milhões.
Em 2014 e 2015, o governo paulista colocou anúncios nas revistas de sua empresa,
a Editora Doria – e lá se foram mais R$ 1,8 milhão.
Até a Petrobras repassou dinheiro às suas empresas – só R$ 896 mil.
Mas o senhor tem mais encrencas com a Justiça.
Em agosto de 2018, a
juíza Carolina Martins Cardoso, da 11ª Vara da Fazenda Pública, o condenou à
perda de direitos políticos por quatro anos.
Mas era condenação em 1ª instância, e tudo se resolveu.
O senhor se
lembra também que em 2016 foi obrigado a devolver uma área pública em
Campos do Jordão, onde o senhor construiu sua
mansão?
Ou isso não era invasão?
O senhor também tem seis condenações na Justiça do Trabalho por não
pagar seus ex-funcionários.
Todas em segunda instância.
Esses ex-funcionários, em seus depoimentos, contaram
sobre as exaustivas jornadas de trabalho, sem folgas e sem horas extras.
E já que estamos falando em Justiça, que tal olharmos sua ficha corrida?
O senhor comprou uma “empresa de prateleira” do escritório Mossack
Fonseca, no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas, para depois comprar um
apartamento em Miami, em revelação dos Panama Papers.
Para se tornar o candidato à prefeitura pelo PSDB comprou votos e
ofereceu benefícios a filiados nas prévias, de acordo com líderes do partido.
Com Geraldo Alckmin, cometeu abuso de poder e usou da máquina pública do Estado
para obter vantagens ilegais nas eleições – a acusação é do Ministério Público.
O senhor recebeu um cheque de R$ 20 mil de empresa investigada pela
Lava-Jato em suspeita venda de obra de arte.
Em gravação da Polícia Federal,
na Operação Boi Barrica, o senhor aparece conversando com o filho de José
Sarney a respeito de indicação de cargo para diretoria na Eletrobrás.
Em 2014, o senhor fez uma doação pessoal de R$ 50 mil para Rocha Loures,
o famoso homem da mala da JBS.
O senhor omitiu e subvalorizou diversos bens em sua declaração à Receita Federal – que assim chegou a “apenas” R$ 179,6
milhões.
Durante 15 anos, o senhor se negou a pagar o IPTU de sua mansão na
Capital e ficou devendo quase R$ 100 mil.
O senhor só pagou depois que isso se tornou público.
Em 2012, o senhor obteve favorecimento suspeito da Oi para instalação de
antena em condomínio de luxo em Trancoso, onde tem uma casa- isso foi revelado
pelo Ministério Público.
Como prefeito, fraudou a concorrência para o patrocínio do carnaval de
2017 na Capital, como demonstram áudios divulgados pelo Ministério Público.
O senhor promoveu em sua gestão parceria da prefeitura para que empresas
ganhassem milhões em isenções fiscais doando remédios perto do vencimento para
a população.
O senhor intercedeu em benefício da mulher junto a agência no governo
Dilma.
Posteriormente Bia Doria conseguiu R$ 702 mil da Lei
Rouanet para pagar exposição em Miami e livro sobre a própria obra.
Hoje a Bia
não quer mais saber de você. Talvez por causa daquele vídeo da orgia sexual com
prostitutas, divulgado em 2018.
Para presidir a SP Negócios, órgão público da Capital responsável por parcerias e investimentos privados na cidade, o senhor
nomeou o presidente da sua empresa (Lide), Juan Quirós, réu em ações trabalhistas e dono de um
dívida de R$ 60 milhões, que tem os seus bens
bloqueados pela Justiça por não cumprimento de
contrato.
Para liderar a principal subprefeitura, a regional da Sé, nomeou Eduardo
Odloak, condenado em duas instâncias por improbidade administrativa.
O senhor escolheu para liderar a Secretaria dos Transportes um réu em
duas ações na Justiça por fraudes em concorrências e contratos de trens do
Metrô.
Para a Secretaria da Saúde, nomeou investigado no Ministério Público por
improbidade administrativa em transações com o Hospital das Clínicas, a Santa
Casa e o Hospital do Servidor.
Após a descoberta da máfia da Cidade Limpa, envolvendo seis subprefeitos
e três secretários nomeados pelo senhor, ao invés de afastar os envolvidos
demitiu a responsável pela investigação.
O senhor também demitiu Gilberto Natalini, secretário do Meio Ambiente,
depois que ele denunciou à Controladoria-Geral a máfia para fraudar licenças
ambientais na Capital.
E o senhor se lembra de ter dito que iria dar ração às
crianças na merenda escolar?
O pior de tudo, João Agripino, é que o senhor prometeu solenemente ficar
na prefeitura durante os quatro anos de seu mandato.
Não ficou dois.
Lançou-se candidato a governador, e mentindo descaradamente (Bolsodoria)
conseguiu se eleger.
ANSELMO BROMBAL
Jornalista
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