"A
responsabilidade do que se tornou público não é de nenhum ministro de Estado, é
do ministro Celso de Mello"
O presidente da República, Jair Bolsonaro, criticou e
responsabilizou nesta quinta-feira, 28, o decano do Supremo Tribunal Federal
(STF), ministro Celso de Mello, pelas consequências da liberação do sigilo da
reunião ministerial de 22 de abril. "A responsabilidade do que se tornou
público não é de nenhum ministro de Estado, é do ministro Celso de Mello. Ele é
o responsável. Peço, pelo amor de Deus, não prossiga com esse tipo de
inquérito", disse.
O vídeo do encontro é objeto de inquérito que apura se Bolsonaro
tentou interferir politicamente na Polícia Federal. Mello decidiu liberar o
sigilo da gravação na última sexta-feira, 22.
"O criminoso não é o ministro da
Educação Abraham Weintraub, não é o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles,
não é nenhum de nós. A responsabilidade é de quem suspendeu o sigilo de uma
sessão cujo vídeo foi chancelado como secreto", disse o presidente da
República.
Além das falas do presidente, palavrões e
declarações polêmicas dos ministros foram destaques da reunião, em especial as
de Weintraub e Salles. "Lá nessas reuniões cada um pode falar o que bem
entende, porque são reservadas", defendeu Bolsonaro.
Na ocasião, Weintraub afirmou que, por ele,
"botava esses vagabundos todos na cadeia", "começando no
STF". Por causa das falas, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo,
decidiu pedir explicações de Weintraub.
Na quarta, contudo, o ministro da Justiça
André Mendonça apresentou habeas corpus contra decisão de Moraes, que deu cinco
dias para Weintraub prestar depoimento no âmbito do inquérito das fake news
contra a Corte.
Já Salles, defendeu na reunião do dia 22
"ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simplificando
normas", aproveitando o momento da crise do novo coronavírus.
Bolsonaro voltou a dizer ainda que poderia
ter "destruído a fita", mas destacou que respeitou a decisão de Celso
de Mello. "Entreguei a fita e com todas as petições possíveis para não
divulgar, a não ser as questões voltadas para o inquérito", acrescentou.
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