Vamos lá... Já estão com as pedras na mão?
Moro mostrou porque foi, antes de mostrar a que veio. Saiu como uma
criança birrenta, fazendo acusações levianas e exigindo uma autonomia que nunca
deu ao presidente.
Bolsonaro afirmou que está fazendo manipulação política na PF? Cadê a
prova? O juiz já mostrou que gosta de uma gravação e nem se importa em ser
grampeado, já que defende com afinco o amigo Valeixo; o mesmo que concluiu,
entre outras coisas, que Glenn Greenwald era inocente no caso dos Hackers. Não
tem, então, nem um áudio que corrobore a sua narrativa? É uma acusação bem
séria e, se provada, merece investigação.
Gostaria de saber, também, qual é o trabalho "técnico" que a
PF fez, sob o comando do atual diretor. Somos, talvez, o único país do mundo
onde a tentativa de assassinato de um presidente ficou impune. Afinal, o mesmo
Valeixo concluiu que Adélio Bispo não teve mandante. Mesmo com imagens
mostrando que estava acompanhado até no momento do crime; que recebeu a faca
das mãos de uma mulher desconhecida, o inquérito concluiu que ele era um
"lobo solitário".
Não me importam as narrativas fantasiosas, nem as hipóteses que
surgirão. Estou falando de fatos documentados, inquéritos encerrados. Aceito
qualquer outro argumento, desde que baseado em PROVAS. Falar, até papagaio
fala.
E qual foi a atuação do próprio Moro, junto ao Ministério? Como
desarmamentista, dificultou e desidratou o "Decreto do Armamento",
mesmo sendo promessa de campanha do Bolsonaro; Confrontou o presidente,
publicamente, na questão do Juiz de Garantias; Não se manifestou, como chefe da
pasta de Segurança Pública, enquanto Forças do Estado algemavam mulheres e
epiléticos, sob ordens dos governadores e prefeitos; Permitiu a compra de
milhares de tablets, para que os presidiários mantivessem contato com suas
famílias, durante a pandemia...
Sempre senti que, com ele, Bolsonaro tinha que "pisar em
ovos", para manter o "super juiz" ao seu lado. Nunca foi um
aliado. Pelo contrário. Exigia autonomia plena, mas nunca deu teve a mesma
cortesia. Interferia, sem cerimônia, nos atos do seu "chefe".
Até o momento, foi apenas um "símbolo ideológico" dentro do
governo. Uma "bandeira" de combate à corrupção. Combate, aliás, que
não está muito eficiente, já que um corrupto delatado, como Maia, continua com
a vida mansa.
Moro se tornou um ícone de um só feito. É o homem que prendeu o Lula;
que inclusive já está solto e, durante sua "estadia" como Ministro,
arrotou bravatas impunemente, inclusive contra o próprio ex-juiz. Me lembra
muito uma ótima crônica de Luis Fernando Veríssimo, lá do fim dos anos 80,
chamada "A Frase"; sobre um publicitário que inventou o slogan
perfeito para o Chivas Regal. Vale a leitura.
Enfim, ao sair, foi explícito em dizer que a sua entrada na política era
um caminho sem volta. Obviamente, então, sua saída também foi um ato político,
com muito mais significância pela importância dada à sua pessoa, pelos
apoiadores do Presidente, do que por sua atuação ministerial, propriamente
dita, que foi pífia e inexpressiva.
Como Ministro, sem dúvidas, era um ótimo juiz.
Felipe Fiamenghi - 24/04/2020
"Quem pretende apenas a glória não a
merece"
(QUINTANA, Mario)
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