Conjunto de pegadas de dinossauros
encontrados em rocha de General Salgado (Arquivo Pessoal/ Bruno Navarro)
Pegadas de dinossauros de 90 milhões de anos
são encontradas em General Salgado.
Conjunto de pegadas de dinossauros
encontrados em rocha de General Salgado (Arquivo Pessoal/ Bruno Navarro)
Pegadas de dinossauros de 90 milhões de anos são
encontradas em General Salgado
Pesquisadores da USP, UFSCar e UFU agora tentam
identificar espécies dos animais que habitaram o Noroeste paulista
Rone Carvalho
Pesquisadores brasileiros encontraram pegadas de dinossauros feitas há 90 milhões de anos em rochas de General Salgado.
As marcas foram localizadas, em 2022, pelo professor Ariovaldo Giaretta da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e estão sendo estudadas por pesquisadores do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Segundo Bruno Navarro, doutorando do Museu de Zoologia da
Universidade de São Paulo (USP) e um dos responsáveis pelo estudo,
algumas pegadas indicam que os animais estavam
tentando atravessar um rio ou lago quando
deixaram suas impressões nas rochas da região.
“No caso das pegadas de General Salgado, elas
não pertencem a apenas um animal, mas a pelo menos três diferentes grupos de dinossauros”, disse.
As análises preliminares indicam que os traços deixados nas
rochas são de um dinossauro terópode
(grupo de dinossauros carnívoros, que inclui tiranossauros e abelissauros), de um dinossauro ornitópode (dinos herbívoros de quatro patas)
e de um dinossauro ornitópode (dino herbívoro de três dedos).
“Essas pegadas foram encontradas abaixo do nível onde comumente são localizados fósseis de crocodyliformes, em um solo mais argiloso e diferente do ambiente em que os crocodyliformes viveram.
Então, estamos falando de pegadas de dinossauros de 90 a 100 milhões de anos atrás”, disse o pesquisador.
Localizadas próximas do distrito de Prudêncio e Moraes, as rochas pesando cerca de 100 quilos foram levadas para o Museu de Paleontologia da USP, onde estão sendo estudadas.
A expectativa é que até 2024 um
estudo inédito detalhando as características das pegadas seja
publicado em uma revista científica.
“Agora estamos tentando identificar o período exato das pegadas e se existem mais marcas nas rochas.
Acredito que
até o início do próximo
ano o estudo será publicado”, disse Navarro.
As pegadas encontradas em General Salgado novamente colocam a região de Rio Preto em destaque quando o assunto é paleontologia.
Conhecida internacionalmente por
Para chegar à conclusão que as pegadas se
tratam de marcas de dinossauros, os pesquisadores estão contando com a ajuda do paleontólogo e
especialista em icnofósseis (registros das atividades biológicas de organismos que viveram milhares de anos atrás
e que podem ser encontrados nas pegadas) Marcelo
Adorna da UFSCar.
Assim como Uchoa, que já possui museu próprio com cerca de mil fósseis encontrados na microrregião de Catanduva e Rio Preto, General Salgado se prepara para também ganhar um museu de paleontologia.
A expectativa é que o espaço seja
inaugurado nos próximos
meses, com parte
dos fósseis encontrados na cidade de 10.312 habitantes.
Kleber Varnier, biólogo que
será o curador do Museu de Paleontologia de General Salgado, conta que a ideia é que o museu homenageie o falecido professor João Tadeu Arruda,
um dos principais entusiastas da paleontologia no município.
“Nossa ideia é termos um museu para que a própria comunidade conheça parte da história da nossa região.
Temos muitos
fósseis e queremos
colocar eles à mostra para a população local e para moradores de outras partes
do País”, disse
Varnier.
Atualmente, boa parte dos fósseis encontrados em General Salgado está espalhada por diversos museus do País.
“Junto
com a Unesp de Ilha
Solteira e com o poder
público, estamos
trabalhando para que esse sonho se torne realidade”. (RC)
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