GENERAL SALGADO PEGADAS HISTÓRICAS PEGADAS DE DINOSSAUROS DE 90- MILHÕES DE ANOS SÃO ENCONTRADAS NO MUNICIPIO.

 

Conjunto de pegadas de dinossauros encontrados em rocha de General Salgado (Arquivo Pessoal/ Bruno NavarroPublicado em 23 de outubro de 2023 

Pegadas de dinossauros de 90 milhões de anos 

são encontradas em General Salgado.

Conjunto de pegadas de dinossauros encontrados em rocha de General Salgado (Arquivo Pessoal/ Bruno Navarro)

Pegadas de dinossauros de 90 milhões de anos são encontradas em General Salgado

Pesquisadores da USP, UFSCar e UFU agora tentam identificar espécies dos animais que habitaram o Noroeste paulista

Rone Carvalho

Pesquisadores brasileiros encontraram pegadas de dinossauros feitas 90 milhões de anos em rochas de General Salgado. 

As marcas foram localizadas, em 2022, pelo professor Ariovaldo Giaretta da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e estão sendo estudadas por pesquisadores do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

 

Segundo Bruno Navarro, doutorando do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP) e um dos responsáveis pelo estudo, algumas pegadas indicam que os animais estavam tentando atravessar um rio ou lago quando deixaram suas impressões nas rochas da região.

 

“No caso das pegadas de General Salgado, elas não pertencem a apenas um animal, mas a pelo menos três diferentes grupos de dinossauros”, disse.

 

As análises preliminares indicam que os traços deixados nas rochas são de um dinossauro terópode (grupo de dinossauros carnívoros, que inclui tiranossauros e abelissauros), de um dinossauro ornitópode (dinos herbívoros de quatro patas) e de um dinossauro ornitópode (dino herbívoro de três dedos).

 

“Essas pegadas foram encontradas abaixo do nível onde comumente são localizados fósseis de crocodyliformes, em um solo mais argiloso e diferente do ambiente em que os crocodyliformes viveram. 


Então, estamos falando de pegadas de dinossauros de 90 a 100 milhões de anos atrás”, disse o pesquisador.

 

Localizadas próximas do distrito de Prudêncio e Moraes, as rochas pesando cerca de 100 quilos foram levadas para o Museu de Paleontologia da USP, onde estão sendo estudadas. 


A expectativa é que até 2024 um estudo inédito detalhando as características das pegadas seja publicado em uma revista científica.

 

“Agora estamos tentando identificar o período exato das pegadas e se existem mais marcas nas rochas. 


Acredito que até o início do próximo ano o estudo será publicado”, disse Navarro.

As pegadas encontradas em General Salgado novamente colocam a região de Rio Preto em destaque quando o assunto é paleontologia. 

Conhecida internacionalmente por abrigar espécies inéditas de crocodyliformes, a descoberta das pegadas abre as portas



Para chegar à conclusão que as pegadas se tratam de marcas de dinossauros, os pesquisadores estão contando com a ajuda do paleontólogo e especialista em icnofósseis (registros das atividades biológicas de organismos que viveram milhares de anos atrás e que podem ser encontrados nas pegadas) Marcelo Adorna da UFSCar.


 Cidade terá museu

 

Assim como Uchoa, que possui museu próprio com cerca de mil fósseis encontrados na microrregião de Catanduva e Rio Preto, General Salgado se prepara para também ganhar um museu de paleontologia. 


A expectativa é que o espaço seja inaugurado nos próximos meses, com parte dos fósseis encontrados na cidade de 10.312 habitantes.

 

Kleber Varnier, biólogo que será o curador do Museu de Paleontologia de General Salgado, conta que a ideia é que o museu homenageie o falecido professor João Tadeu Arruda, um dos principais entusiastas da paleontologia no município.

 

“Nossa ideia é termos um museu para que a própria comunidade conheça parte da história da nossa região. 


Temos muitos fósseis e queremos colocar eles à mostra para a população local e para moradores de outras partes do País”, disse Varnier.

 

Atualmente, boa parte dos fósseis encontrados em General Salgado está espalhada por diversos museus do País. 


“Junto com a Unesp de Ilha Solteira e com o poder público, estamos trabalhando para que esse sonho se torne realidade”. (RC)




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