Notícia enviada em 11/11/2012 por Rodolfo Bonafim - São Paulo/SP |
Que a Lua é a "filha" da Terra, parece não haver mais dúvidas, pois se os dois astros tivessem sido formados na mesma nebulosa de poeiras e rochas que originaram os planetas, os núcleos de ambos teria dimensões proporcionais.
Antes, análises das
amostras de rochas lunares trazidas pelas missões Apolo mostraram que a Terra e
a Lua tinham os mesmos tipos de átomos (isótopos) de oxigênio e titânio, por
isso os cientistas concluíram que teriam tido uma origem comum. Podiam ser
irmãs.
Mas, no final dos
anos 1990, dados analisados a partir da sonda lunar Prospector revelaram que o
núcleo da Terra representa 30% da massa total do planeta, porém, na Lua esse
valor é de menos de 4%.
Até o momento, a
teoria mais aceita sobre a origem do satélite natural da Terra diz que ela
resultou de uma colisão com a Terra, mas os novos estudos, além de ratificarem
esse nascimento violento, levantam agora dúvidas sobre a
"paternidade" da Lua.
Sim, é isso mesmo, a Lua teria também um
"pai".
Na década de 1970,
surgiu a hipótese do Big Splash, segundo a qual a Lua é filha da Terra e de
Teia, um astro do tamanho de Marte que teria se chocado com o nosso planeta
pouco depois da sua formação, há cerca de 4.5 bilhões de anos.
Os escombros dessa
colisão criaram um anel ao redor da Terra, que depois de amontoados teriam dado
origem à Lua.
Esta hipótese foi reforçada na década de 1980 por simulações em
computador, que sugeririam que a Lua seria composta principalmente por
materiais diferentes dos da Terra.
Ou seja, a Lua era
filha da Terra, mas teria herdado do pai a maior parte dos materiais.
Só que as
análises da composição da Lua, um tipo de exame de DNA cósmico não coincidiam
com aqueles resultados e indicavam que a Lua era quase igual à Terra.
Por outro lado,
Robin Canup do Southwest Research Institute, nos Estados Unidos, publicou um
artigo na edição de Outubro da revista acadêmica Science em que defende que o
pai da Lua não foi Teia.
De acordo com o estudo deveria ser um corpo muito
maior para que a nuvem de poeira resultante da colisão também tivesse materiais
arrancados da Terra e que viessem a ser incorporados na Lua.
Com simulações de
computador, Robin Canup mostrou que se o planeta que se chocou com a Terra
tivesse quatro ou cinco vezes o tamanho de Marte, a composição da nuvem de
poeira já seria muito semelhante a da Terra.
Portanto, já podia ter originado
uma Lua com as características que hoje conhecemos.
Portanto, a comunidade científica
parece não ter grandes dúvidas sobre quem é a mãe da Lua, mas a discussão sobre
o pai continua.
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