Doenças cardíacas: um risco para mulheres na menopausa


E especialista Carolyn responde às maiores dúvidas sobre doenças no coração. (Foto: Divulgação)Yahoo! Brasil – sex, 23 de nov de 2012 

Como todos sabem, é essencial para a vida que o coração funcione corretamente, e um dos fatores decisivos para que ele desempenhe suas funções é que as suas válvulas estejam em boas condições, pois são elas que regulam o fluxo de sangue entre as câmaras. Nas mulheres, as doenças que afetam o órgão podem aparecer aleatoriamente, mas alguns casos específicos também devem ser observados por serem mais propícios ao surgimento de problemas: mulheres acima de 50 anos (ou seja, chegando na menopausa), jovens fumantes ou pacientes com artrite reumatoide. 

A médica cardiologista da Clínica Mayo de Jacksonville, Flórida, Dra. Carolyn Landolfo responde a alumas questões importantes sobre essas doenças. Confira e saiba mais sobre as doenças cardíacas!

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Que tipos de doenças cardíacas as mulheres têm de tomar mais cuidado? 
A forma mais comum de doença cardíaca é a doença de artéria coronária, um problema que envolve o acúmulo de colesterol, cálcio e outras células (a placa aterosclerótica) dentro das artérias. Essa formação da placa pode resultar em dores no peito ou mesmo em infarto agudo do miocárdio (popularmente conhecido ocmo ataque cardíaco), quando o suprimento sanguíneo é reduzido. 
Vários problemas podem ocorrer, fazendo com que os músculos do coração se enfraqueçam e, portanto, a função de bombeamento seja reduzida. Esse problema é conhecido como insuficiência cardíaca congestiva. 
Há muitos problemas que afetam a eletricidade do coração, o que pode transmitir a sensação de um ritmo cardíaco irregular. O coração pode bater rápido demais, devagar demais ou fora de ritmo. Além desses distúrbios, as válvulas podem ter vazamentos ou podem emperrar. Frequentemente, precisam ser substituídas. Todas essas condições – e muitas outras – afetam as mulheres. 
Qual faixa etária corre mais risco de doenças cardíacas? 
O risco de desenvolver cardiopatias coronarianas aumenta com a chegada da menopausa, ou seja, aos 50 anos. Todas as mulheres correm riscos de doenças cardíacas ainda jovens, mas isso é muito mais comum em mulheres que entram na menopausa. Mulheres jovens que fumam ou têm diabetes também correm um risco maior de desenvolver cardiopatias coronarianas.
Mulheres jovens correm mais riscos de contrair outros tipos de doenças cardíacas. Elas podem ter espasmos das artérias coronárias, defeitos cardíacos congênitos (de nascença) e, além disso, uma forma rara e devastadora de doença da artéria coronária chamada de Dissecção Espontânea de Artéria Coronária, que pode ocorrer depois do parto.
Como a menopausa afeta o coração da mulher?
Conforme nos aproximamos da menopausa nossos níveis de estrogênio diminuem e o risco de doenças cardíacas aumenta. Ao mesmo tempo em que passamos pela menopausa, fatores de risco da doença da artéria coronária, tais como hipertensão arterial (pressão alta) e alto nível de colesterol LDL, tendem a piorar. Todas essas coisas mudam com o envelhecimento, de forma que a mulher deve prestar mais atenção a seus sintomas. 
No que se refere à terapia de reposição hormonal (TRH), por muitos anos os médicos prescreveram hormônios como forma de prevenção de doenças cardíacas. Contudo, agora sabemos que a TRH não reduz os riscos de doença cardíaca. Na verdade, se ela é iniciada em uma idade mais avançada, pode aumentar os riscos de infarto do miocárdio ou de acidente vascular cerebral (derrame cerebral). 
O uso da TRH deve ser feito durante a menopausa apenas para controlar os sintomas da menopausa, mas não é recomendável a prática de reposição hormonal a longo prazo porque isso gera riscos de câncer de mama e coágulos do sangue. Com idade mais avançada, quando a mulher enfrenta problemas de secura vaginal, preferimos recomendar o uso local de cremes de estrogênio, que podem ser mais seguros.
Quais são os fatores de risco mais comuns em mulheres? 
Os fatores de risco mais comuns de doenças cardíacas são diabetes, fumo, hipertensão, colesterol alto, ciclos menstruais irregulares, síndrome do ovário policístico e histórico familiar de doença cardíaca prematura. Todas as mulheres, jovens ou idosas, precisam manter esses fatores de risco sob controle, para prevenir o desenvolvimento de doenças cardíacas em algum ponto da vida.
Fique atenta aos sintomas e cuide do seu coração. (Foto: Thinkstock)
Os sintomas dos problemas do coração são muito diferentes em homens e mulheres? 
As diferenças entre os sintomas de homens e mulheres tendem a se acentuar quando não se trata de uma problema repentino, mas de um desenvolvimento progressivo de bloqueios dentro das artérias. Nessa situação, os homens tendem a apresentar mais sintomas típicos, tais como pressão no peito, frequentemente associada ao esforço. 
As mulheres, por sua vez, também podem apresentar os sintomas mais comuns da doença, mas é bem provável que elas também reclamem de sintomas que não tem nada a ver com o tórax.
Elas podem reclamar, mais que os homens, de fatiga, falta de ar (um sintoma muito predominante em mulheres) ou mesmo distúrbios do sono. Elas sentem mais desconforto nas costas, nos braços e no pescoço. 
Frequentemente, as mulheres negam seus próprios sintomas, de forma que esses sinais de advertência não são detectados ou são ignorados pelos médicos. Um dos problemas reais é o de que as mulheres, elas mesmas, costumam minimizar seus sintomas. Elas não admitem que esses sintomas podem, possivelmente, estar relacionados a doenças cardíacas. 
Que tipos de exames a mulher deve fazer para diagnosticar?
Em geral, os testes solicitados para detectar doenças cardíacas dependem de muitos fatores, como os sintomas que os pacientes estão sentindo, os fatores de risco e a idade. 

No caso de mulheres que vêm ao consultório para um “check-up do coração”, mas não apresentam quaisquer sintomas, elas devem, no mínimo, fazer exames de colesterol, pressão arterial, peso e taxa de glicose no sangue. 
É uma boa ideia também fazer um exame de sangue para a proteína C-reativa, que é parte dos exames para verificar o perfil de lipídio de uma paciente. Os exames de imagem que as mulheres podem fazer dependem de seus fatores de risco, idade e sintomas.

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