Valério pediu para ser incluído no programa de testemunhas, o que o livraria da cadeia
Segundo a 'Veja', integrantes do PT chamaram Valério para negociar com supostos envolvidos em esquema de propinas, que teria relação com a morte do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel; 'Estado' revelou o depoimento nessa semana
02 de novembro de 2012
Agência Estado
SÃO PAULO - Reportagem publicada pela revista Veja que
chega às bancas esta semana afirma que o empresário Marcos Valério, condenado
pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por participação no esquema do mensalão,
teria sido procurado por integrantes do PT para negociar com pessoas
supostamente envolvidas em esquema de propinas na prefeitura de Santo André
- que, segundo o MP, teria relação com o assassinato do prefeito de Santo
André, Celso Daniel, em 2002, conforme adiantado pelo Estado nesta
semana.
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O relato de Valério,
segundo a publicação, teria sido feito em depoimento ao Ministério Público na
tentativa de obter um acordo de delação premiada, como forma de abrandar sua
pena.
No depoimento, Valério dissera ainda ter detalhes
"comprometedores sobre a participação do ex-ministro Antonio Palocci na
arrecadação de recursos para o caixa do PT", conforme a reportagem, e
também informações sobre a origem do R$ 1,7 milhão apreendidos pela Polícia
Federal no escândalo do dossiê dos aloprados, durante a campanha eleitoral de
2006.
A respeito do assassinato de
Daniel, conforme diz o texto de Veja, Valério fora
procurado pelo até então presidente Lula e por Gilberto Carvalho (atual
secretário-geral da Presidência), que estariam sofrendo tentativa de extorsão
de "figuras ligadas ao crime de Santo André - em especial, o empresário
Ronan Maria Pinto, apontado pelo Ministério Público como integrante de um
esquema de cobrança de propina na prefeitura".
A Valério, segundo a Veja,
teria sido pedido que desse aos chantagistas o dinheiro que buscavam. Ainda de
acordo com a revista, o empresário teria recusado o pedido. "Nisso aí, eu
não me meto", teria dito em um encontro com Sílvio Pereira, então
secretário-geral do PT, e Ronan. O publicitário alegou que não aceitou
"entrar no jogo", mas teria apontado um amigo pessoal de Lula de ter
resolvido a questão, "utilizando-se de um banco não citado no esquema do
mensalão".
Procurado, o ministro da Secretaria geral da Presidência,
Gilberto Carvalho, disse por meio de sua assessoria, que não vai comentar o
assunto "de tão ridículo". A avaliação do PT nos bastidores é de que
o escândalo está sendo usado para prejudicar o ex-presidente Lula politicamente
e que não cabe aos personagens citados no depoimento alimentar essa suposta
campanha.
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