Especialistas em segurança explicam a interação entre nações com o uso de armas cibernéticas |
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• Saiba como o Brasil se protege de ataques virtuais • Nenhum país está preparado para guerra virtual, di
Virtual
ou real, uma guerra nunca é bem-vinda. No início deste ano, os Estados Unidos
acusaram a China por uma série de ataques hackers ao país. Do outro lado, os
chineses negam qualquer acusação e dizem que as vítimas são eles, alegando que
dois dos principais sites militares chineses foram submetidos a cerca de 144
mil ataques hackers por mês em 2012 – e que a maioria dessas ameaças veio dos
Estados Unidos.
Recentemente, hackers chineses invadiram
as redes do “The New York Times”. Segundo especialistas em
segurança, os ataques usaram métodos consistentes com os serviços militares da
China. Todas as senhas corporativas dos funcionários foram roubadas e os
invasores tiveram acesso a informações confidenciais do jornal. O “The Wall
Street Journal” também afirmou, no mês passado, que seus sistemas sofreram
ataques de hackers chineses. O objetivo da invasão, de acordo com o jornal,
seria monitorar a cobertura que o periódico faz da China.
O governo de Pequim vem sendo acusado por vários governos e
empresas de realizar, por anos, espionagem cibernética. E a má notícia é que
previsões de empresas de segurança cibernética preveem que de 2013 em diante
isso deve virar tendência. Os conflitos entre nações, organizações e indivíduos
desempenharão um papel fundamental no mundo virtual. Ou seja, parece que
estamos cada vez mais próximos de viver uma inédita “cyberguerra”.
"Nós temos hoje vírus de computadores que ficam dentro de instalações fabris e matriz energética com a finalidade de controlar dispositivos desta matriz. Pela complexidade deste serviço é difícil acreditar que não tenha um país envolvido", comentou Paulo Cacciari, diretor comercial, da Exceda/Akamai.
Para entender: cyberguerra é a interação entre duas nações com o
uso de armas cibernéticas na qual o principal alvo é a “infraestrutura crítica”
daquele país.
"Podemos atacar por exemplo a planta de energia elétrica, o controle de cidade e trânsito, o controle de tráfego aéreo e financeiro, alguma coisa a ver com o poderio militar...Softwares maliciosos vão ser utilizados para causar algum tipo de dano a algumas dessas estruturas críticas do país", explica Carrareto.
Podemos definir “cyber arma” como um código malicioso bastante
potente e bem elaborado com um fim muito específico. Em 2010, empresas de
segurança digital desvendaram o “Stuxnet”, a primeira “cyber arma” de que se
tem informação. Tratava-se de um supervírus com o propósito específico de
interferir no processo de enriquecimento de urânio no Irã.
"Ele causou dano físico, ele destruiu milhares de centrífugas
e causou danos àquele país. Hoje já se
tem tecnologia e capacidade para criar esse tipo de arma cibernética e usar
aquilo do jeito que achar que é mais interessante ", conta Carrareto.
Ao mesmo tempo, a maioria – senão todos – os países já adotaram
mecanismos e estratégias de defesa cibernética. Hoje, o que mais se discute em
relação à segurança da informação é o acesso a informações de inteligência para
assim prever, antecipar e bloquear qualquer tipo de ataque ou tentativa de
invasão.
"Ele não quer ser detectado, quer se infiltrar, quer capturar o máximo de informação possível para que depois essa informação seja utilizada, seja vendida para obter lucros para o dono do vírus, para o comandante do ataque", conta Paulo Cacciari", diretor comercal da Exceda/Akamai.
"Esses ataque tendem a utilizar uma técnica chamada slow
and low, que é voar baixo e devagar para não ser detectado. Em
geral as empresas demoram meses para detectar que foram invadidas porque essa
invasão é muito sigilosa", completa Carrareto
Essa empresa tem quase 130 mil servidores espalhados em todo o
mundo, e entrega 30% do tráfego mundial da internet. Além de acelerar e
distribuir conteúdo, a empresa trabalha com órgãos públicos e privados para
garantir a integridade da web. Mais do que isso, com base em toda essa
informação coletada em tempo real, a companhia é capaz de monitorar não só o
tráfego, mas também todos os ataques de hackers por regiões em todo o mundo.
"Consegue revelar parte desses ataques protegendo a internet
como um todo e seus clientes, além de fornecer informações para essas entidades
e empresas que cuidam da segurança internacional para que elas também tomem
medidas no sentido de proteger os dados na internet", finaliza
Cacciari.
O pior é que como qualquer guerra, esses conflitos virtuais também
podem afetar os cidadãos, digamos, civis, do país atacado. Os inocentes
sofreriam exatamente com a queda de serviços da infraestrutura básica da
região. Imagine, por exemplo, um ataque desligar toda a energia de cidades
inteiras ou ainda deixar indisponível o sistema financeiro de todo um país por
período indeterminado? Caos total!...
O Brasil também tem uma estrutura para defesa contra ataques
virtuais. Com a responsabilidade de sediar grandes eventos e estar no centro
das atenções, a preocupação por aqui é grande. A gente conversou com um dos
principais responsáveis pela manutenção da segurança virtual no país: o general
José Carlos dos Santos, do Centro de Defesa Cibernética. Acesse o link logo
abaixo do vídeo desta matéria e confira a entrevista exclusiva. Acesse e fique
por dentro!
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