O que há de mais novo em tecnologia médica para cuidar dos olhos


O que há de mais novo em tecnologia médica para cuidar dos olhos
Confira os avanços da tecnologia na oftalmologia
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24 de Março de 2013

Uma das primeiras vantagens dessa integração entre os equipamentos que avaliam as condições do paciente com maior precisão antes da cirurgia a laser é que o médico não corre mais o risco de operar o olho errado – pode parecer absurdo, mas este é um caso que se repete e preocupa muito a oftalmologia no Brasil. O melhor é que este é o menor benefício dessa integração.

"Você leva o tratamento para o olho do paciente e o laser confere se o que você faz é para aquele olho mesmo. A integração é total em relação aos exames", explica Schor.

Essas novidades tecnológicas atendem qualquer tipo de paciente, mas são indispensáveis para os casos mais complicados como, por exemplo, aqueles que já foram operados uma vez e precisam passar pelo processo cirúrgico novamente. Antes não havia tratamento específico para esses casos; eles eram tratados exatamente como aqueles que nunca haviam operado. Os casos são bem diferentes, mas o tratamento era o mesmo e – muitas vezes – ineficaz.

A tecnologia também beneficia muito quem necessita do transplante de córnea. Bom, mas você deve estar se perguntando: o que fazem esses aparelhos?! Respondendo rápido, eles fazem a topografia e uma tomografia do olho.

O primeiro usa três câmeras e a emissão de luzes em círculos concêntricos; a córnea – superfície que separa o mundo exterior do interior do olho – reflete a luz dos anéis e a imagem captada é analisada instantaneamente por um software específico que avalia milimetricamente a deformação daquela superfície.


"Ele compara com o software como seria o anel perfeito e o reflexo que a nossa córnea tem. Nossa córnea nunca é perfeita. E dessa diferença aparecem mapas coloridos, com os quais podemos dizer: 'aqui é mais curvo e aqui é mais plano'", explica o médico.

O segundo equipamento faz uma tomografia do olho; ou seja, usando uma fenda de luz, analisa as várias camadas do olho, desde a córnea, passando pela íris, pupila e chegando até o cristalino.

"Ele faz um exame de lâmpada de fenda, que roda, computadorizado. Ele forma uma imagem, que parece uma foto, mas é composta de 36 posições de rotação e integra isso para formar um imagem tridimensional da superfície anterior e posterior da córnea, da íris e do cristalino", diz Schor.

O resultado desses dois exames é transferido para o equipamento a laser no qual o médico vai realizar a cirurgia. Todas essas informações – agora numéricas – servem para a cirurgia tratar exatamente e somente o necessário naquele olho, sem margem para erros.

"Se há uma região muito curva, o laser deve tirar tecido desta área. Se for muito plana, ele também precisa tirar tecido, mas de uma região periférica, para que ela pareça mais curva", explica Paulo Schor.

O ideal, segundo o doutor Schor, é usar esses equipamentos antes e depois da cirurgia. No início para definir o que deve ser feito com precisão e, posteriormente, para avaliar o resultado da operação. Sem aparelhos como estes, a cirurgia nos olhos é uma espécie de “obra de arte” do cirurgião-oftalmologista.

O mais legal de tudo isso é que esses equipamentos estão em uma universidade pública de São Paulo; na Escola Paulista de Medicina. E esse tratamento de primeiro mundo está disponível pelo sistema único de saúde do governo. Para ser operado com toda essa tecnologia, o paciente deve passar por uma análise socioeconômica que comprove que ele não tem condições de arcar com os custos da cirurgia e pronto; todo o tratamento é feito sem qualquer custo.

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