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Sem dúvida, uma das áreas que
mais evolui com o avanço da tecnologia é a medicina. Diagnósticos por imagens e
tratamentos antes impossíveis de serem realizados surgem para cuidar melhorar
da nossa saúde. No centro cirúrgico da Escola Paulista de Medicina que, como
poucos no mundo, integra tecnologias diagnósticas e terapêuticas, fomos
conhecer o que há de mais moderno na oftalmologia.
O resultado é um tratamento
cada vez mais otimizado e personalizado.
"A gente vê exatamente quais são as alterações que o olho do paciente
apresenta, coloca essas informações em um aparelho que tenha a possibilidade de
tratar estes problemas e terá um tratamento personalizado, que funciona só para
o olho daquele paciente", conta o doutor Paulo Schor, vice-chefe de oftalmologia
da Escola Paulista de Medicina.
Uma das primeiras vantagens dessa integração entre os equipamentos
que avaliam as condições do paciente com maior precisão antes da cirurgia a
laser é que o médico não corre mais o risco de operar o olho errado – pode
parecer absurdo, mas este é um caso que se repete e preocupa muito a
oftalmologia no Brasil. O melhor é que este é o menor benefício dessa
integração.
"Você leva o tratamento para o olho do paciente e o laser confere se o que
você faz é para aquele olho mesmo. A integração é total em relação aos
exames", explica Schor.
Essas novidades tecnológicas atendem qualquer tipo de paciente, mas são
indispensáveis para os casos mais complicados como, por exemplo, aqueles que já
foram operados uma vez e precisam passar pelo processo cirúrgico novamente.
Antes não havia tratamento específico para esses casos; eles eram tratados
exatamente como aqueles que nunca haviam operado. Os casos são bem diferentes,
mas o tratamento era o mesmo e – muitas vezes – ineficaz.
A tecnologia também beneficia muito quem necessita do transplante de córnea.
Bom, mas você deve estar se perguntando: o que fazem esses aparelhos?!
Respondendo rápido, eles fazem a topografia e uma tomografia do olho.
O primeiro usa três câmeras e a emissão de luzes em círculos concêntricos; a
córnea – superfície que separa o mundo exterior do interior do olho – reflete a
luz dos anéis e a imagem captada é analisada instantaneamente por um software
específico que avalia milimetricamente a deformação daquela superfície.
"Ele compara com o
software como seria o anel perfeito e o reflexo que a nossa córnea tem. Nossa
córnea nunca é perfeita. E dessa diferença aparecem mapas coloridos, com os
quais podemos dizer: 'aqui é mais curvo e aqui é mais plano'", explica o
médico.
O segundo equipamento faz uma tomografia do olho; ou seja, usando uma fenda de
luz, analisa as várias camadas do olho, desde a córnea, passando pela íris,
pupila e chegando até o cristalino.
"Ele faz um exame de lâmpada de fenda, que roda, computadorizado. Ele
forma uma imagem, que parece uma foto, mas é composta de 36 posições de rotação
e integra isso para formar um imagem tridimensional da superfície anterior e
posterior da córnea, da íris e do cristalino", diz Schor.
O resultado desses dois exames é transferido para o equipamento a laser no qual
o médico vai realizar a cirurgia. Todas essas informações – agora numéricas –
servem para a cirurgia tratar exatamente e somente o necessário naquele olho,
sem margem para erros.
"Se há uma região muito curva, o laser deve tirar tecido desta área. Se
for muito plana, ele também precisa tirar tecido, mas de uma região periférica,
para que ela pareça mais curva", explica Paulo Schor.
O ideal, segundo o doutor Schor, é usar esses equipamentos antes e depois da
cirurgia. No início para definir o que deve ser feito com precisão e,
posteriormente, para avaliar o resultado da operação. Sem aparelhos como estes,
a cirurgia nos olhos é uma espécie de “obra de arte” do
cirurgião-oftalmologista.
O mais legal de tudo isso é que esses equipamentos estão em uma
universidade pública de São Paulo; na Escola Paulista de Medicina. E esse
tratamento de primeiro mundo está disponível pelo sistema único de saúde do
governo. Para ser operado com toda essa tecnologia, o paciente deve passar por
uma análise socioeconômica que comprove que ele não tem condições de arcar com
os custos da cirurgia e pronto; todo o tratamento é feito sem qualquer custo.
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